Controller Cast #14 – Orçamento como uma ferramenta de Gestão Empresarial, com Flávio Boan

Publicado dia 29 de maio de 2018

Tempo médio de leitura

10 min

Controller cast com Falconi sobre Gestão Empresarial Você realmente sabe tudo o que um Orçamento Empresarial pode te mostrar sobre sua empresa? Acredita que isso é coisa para grandes empresas? Imagina que é burocrático ou complicado? Você definitivamente precisa ouvir a conversa que tivemos com o diretor executivo da FALCONI, Flávio Boan, sobre como utilizar o Orçamento como uma ferramenta de Gestão Empresarial.

Durante a #14 edição do Controller Cast, o Flávio deu um panorama sobre a Gestão Empresarial no Brasil no últimos anos, a evolução e os pontos que ainda devem sofrer mudanças. O executivo falou também sobre a importância de usar o Orçamento para tomar decisões e ressaltou que isso não deveria ser privilégio de grandes empresas. Escute agora mesmo pelo player o nosso podcast que tem o objetivo de tornar o time de controladoria ainda mais estratégico.

Se preferir, também pode acessar nosso canal no Soundcloud. O Controller Cast é um podcast pensado especialmente para profissionais das áreas de Planejamento, Controladoria e Finanças. Nele discutimos temas relacionados com a área, trazendo insights, conteúdos práticos e entrevistas com profissionais que estão fazendo a diferença em suas empresas.Veja também os episódios anteriores:

#09: Controller Cast com Waldir Mafra, gerente de Controladoria da Liga Solidária, sobre Controladoria no Terceiro Setor;
#10: Controller Cast com o autor e controller Clóvis Luís Padoveze sobre Contabilidade Gerencial;
#11: Controller Cast com Alexsandro Lima sobre o processo de Descentralização Orçamentária;
#12: Controller Cast com Wellington Machado sobre mitos e verdades na relação entre o CEO e a Controladoria;
#13: Controller Cast com Gustavo Guaresi sobre como o Orçamento Empresarial ajuda empresa em Recuperação Judicial.

Sobre Flávio Boan

Controller cast com Flavio Boan da Falconi sobre Gestão Empresarial

Flávio Boan é o atual diretor executivo da FALCONI, empresa na qual atua desde 1994. Graduado em Engenharia Elétrica e mestre em Engenharia de Produção pela UFMG, Flávio desempenhou todas as funções na área técnica da organização, desde analista até Consultor Líder de Projetos. Tem experiência na liderança de projetos de melhoria de resultados em praticamente todos os segmentos da economia, em organizações públicas e privadas no Brasil e no exterior. Também já trabalhou na Cervejaria Brahma, após a aquisição da empresa pelo Banco Garantia.

Um bate papo sobre o Orçamento como uma ferramenta de Gestão Empresarial

Veja o que conversamos:

  • Quando falamos de Gestão Empresarial, não estamos falando de um conceito novo. A prova disso são os mais de 30 anos de história da FALCONI no mercado. Qual foi a maior mudança ao longo desses anos quando falamos dessa área? A mentalidade dos empresários, o cenário econômico, a tecnologia? É possível fazer um breve paralelo dessa evolução da Gestão?
    • Grande evolução da Gestão Empresarial no Brasil, em especial a partir da década 1990, com o aumento das exportações. O país era muito fechado até então.
  • O início da FALCONI é marcado pela “importação” do modelo de Gestão dos japoneses para o Brasil e isso foi inovador na época. O que era tão diferente do brasileiro?
      • O modelo japonês sempre foi muito orientado para fatos e dados. Sejam decisões gerenciais ou de investimentos, por exemplo, sempre orientados a partir de análises de fatos e dados.
      • O brasileiro é muito criativo, muito sensitivo. E todo gestor acredita que tem bom senso e, consequentemente, que esse bom senso é suficiente para tomar decisões.
      • O ideal é que o executivo consiga somar sua intuição e criatividade a informações qualificadas e análise que apresente novos conhecimentos. Melhor forma de buscar resultados cada vez melhores.
  • Num mundo mais globalizado, com a informação circulando numa velocidade absurda. Essas mudanças de gestão tão disruptiva ainda existem? As práticas variam muito dependendo da região que trabalha, especialmente quando falamos de Finança e Controladoria?
    • Sim. As mudanças estão cada vez mais rápidas e isso influencia muito a prática gerencial nas empresas.
    • Especialmente com as novas tecnologias que permitem a captação e processamentos de dados muito maior do que anos atrás.
    • Olhando para fora, o Brasil está um pouco atrás ainda dos EUA, de alguns países da Europa e da Ásia. Mas tem empresas brasileiras referência no mundo nos setores em que atuam.
    • O que acontece hoje é que as experiências do passado não são mais suficientes para prever o futuro, especialmente um futuro próximo, como um período de um ano. Esse desafio também é bem presente dependente dos setores.
    • Por isso, áreas como de Finanças e Controladoria, pela própria natureza das atividades (orientadas para números), têm mais abertura para novas tecnologias. Por isso costumam aderir melhor essa cultura de tomada de decisão baseada em dados. Por outro lado, áreas com perfis mais criativos demoram um pouco mais para absorver a parte de dados.
  • Costumamos dizer que o Orçamento Empresarial é uma ferramenta poderosa para Gestão, mas muitas empresas ainda não conseguem perceber isso. Em geral e baseado na experiência da Consultoria, qual o grau de Maturidade Gestão Orçamentária do mercado brasileiro? Essa Cultura Orçamentária ainda precisa ser melhor trabalhada?
    • O nível de maturidade de Gestão Orçamentária no Brasil é bem distinto entre grandes, médias e pequenas empresas.
    • As maiores, mais estruturadas e mais antigas têm um grau de maturidade já bem avançado. Há 15, 20 anos, era diferente, o Orçamento de uma grande empresa ainda era feito em planilhas. Hoje as empresas usam muitas informações qualificadas para a tomada de decisão Orçamentária.
    • Mas isso ainda não é percebido em pequenas e médias empresas. Onde a Cultura Orçamentária pode ser melhor trabalhada, um nicho super importante para a economia brasileira.
  • Como mostrar os ganhos com o Orçamento Empresarial também para a gestão de empresas médias e pequenas? E tirar o pré-conceito de que Orçamento é trabalhoso e burocrático?
      • Um dos principais paradigmas que devem ser quebrados é que Orçamento é uma coisa burocrática, que engessa a empresa e que é trabalhoso e com poucos benefícios.
  • O Orçamento é uma ferramenta muito útil, em especial para pequenas e médias empresas. Se feito de uma maneira organizada, mais fácil de ser acessado e acompanhado, pode ajudar muito na tomada de decisão no dia a dia do negócio.
    • Em empresas novas, startups ou até médias empresas, como têm uma faixa de crescimento muito grande e necessidade de se adaptar, o Orçamento é muito útil porque dá informações mais qualificadas para tomar decisões no dia a dia, como onde colocar o dinheiro e onde investir o tempo das pessoas.
    • Orçamento quando feito de maneira simplificada e eficiente, ele ajuda a gerar economias e, consequentemente, gerar recursos para serem investidos nas áreas mais importantes que vão garantir o crescimento e, por último, vai ajudar também na qualificação de  profissionais que vão passar a usar informações e conhecimentos muito mais estruturados nas suas áreas.
  • Identificamos que um gargalo comum, que acaba afetando o Orçamento e, consequentemente, o alcance dos resultados esperados está relacionado a metas. Muitas empresa ainda tem dificuldade de definir metas claras e engajar as equipes. Qual seria o primeiro passo para resolver essa questão?
    • Definir uma boa meta é de fato o primeiro passo para definir uma boa Gestão. Não existe gestão sem metas.
    • Definir metas é algo simples de se entender, mas não é algo trivial para se fazer bem feito. O conceito é simples. Meta: é um objetivo que tem um valor e um prazo.
  • Existem muitos caminhos e metodologias possíveis na hora de estruturar o Orçamento. Há alguma que costuma funcionar para a maioria das empresa, como o Orçamento Base Zero ou Orçamento Base Histórico? Depende do modelo da empresa?
    • Não depende do modelo da empresa, mas sim da maturidade gerencial.
    • O Orçamento Base Histórico sempre utiliza o que foi gasto no passado com algum acréscimo. Isso faz com que dificilmente se inspecione a ineficiência. Logo, perde a oportunidade de questionar.
    • o Orçamento Base Zero parte da premissa que sempre pode fazer algo melhor e que o que foi feito no passado não necessariamente vai servir para o futuro. É mais trabalhoso no início, mas permite criar um Plano Orçamentário muito mais consistente e muito mais orientado para os objetivos da companhia.
  • Com a velocidade com que as informações circulam e a força do digital, é possível e até necessário trazer inteligência financeira e automatização do Orçamento para a realidade das empresas? Inclusive, você tem um artigo muito bom que fala especialmente sobre essa mudança no Varejo. Quais os principais ganhos?
    • As novas tecnologias de inteligência artificial, big data, analytics e até mesmo Internet das coisas vão mudar drasticamente como as empresas fazem suas previsões sobre temas Orçamentários. É um caminho sem volta.
    • Vai mudar a forma como prever gastos, a capacidade de identificar desperdícios e de avaliar onde o mesmo gasto alocado em áreas diferentes vai permitir um retorno maior.

Flávio falou, durante a conversa, sobre sua experiência com diferentes perfis de empresa e a evolução na Gestão. O executivo assegurou que, no futuro, os robôs conseguirão automatizar boa parte das tarefas de coleta de dados e análises e que isso já é, inclusive, uma realidade em algumas empresas estrangeiras.

Porém, no Brasil, o desafio ainda é implementar a Cultura Orçamentária. Além de fazer com que as companhias, independente do porte, tenham acesso a ferramentas de Gestão como Orçamento Empresarial de forma fácil e rápida e, assim, conseguirem tornar a operação cada vez mais eficiente. Se você não sabe por onde começar, ou já iniciou o Processo Orçamentário, mas não tem as ferramentas certas, converse com um especialista da Treasy e entenda os ganhos para a sua empresa.

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Esperamos que você goste da nossa entrevista com Flávio Boan, diretor executivo da FALCONI, e consiga tirar boas ideias para sua carreira. Assine nossa newsletter para ficar sabendo dos próximos Controller Cast!


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