Uma coisa é certa, o Orçamento Colaborativo é para todo tipo de organização, independente do tamanho. Os ganhos com a descentralização orçamentária são inúmeros e vão desde clima organizacional a otimização dos números. Mas a prática nem sempre é tão fácil quanto a teoria. Por isso, buscamos sempre apresentar soluções e exemplos que possam auxiliar os profissionais que estão vivenciando momentos semelhantes.
Pensando nisso, convidamos o gerente financeiro da Politintas, Alexsandro Lima, para participar do episódio #11 do Controller Cast. Durante a conversa, o controller admitiu que o processo de descentralização do orçamento acaba acontecendo de cima para baixo, mas pode ser feito com cuidado para envolver todos da melhor forma possível. Segundo ele, “a soma de pequenos esforços teve um grande resultado”. Escute agora mesmo pelo player o nosso podcast que tem o objetivo de tornar o time de controladoria ainda mais estratégico.
Se preferir, também pode acessar nosso canal no Soundcloud. O Controller Cast é um podcast pensado especialmente para profissionais das áreas de Planejamento, Controladoria e Finanças. Nele discutimos temas relacionados com a área, trazendo insights, conteúdos práticos e entrevistas com profissionais que estão fazendo a diferença em suas empresas. Veja também os episódios anteriores, se você perdeu algum é só conferir aqui:
#01: Controller Cast com Marcio Andrade, Controller da ContaAzul, para entender Os desafios da Controladoria em uma empresa de crescimento acelerado;
#02: Controller Cast com Daniela Sousa, Controller de uma holding, sobre sua experiência na Implantação dessa metodologia em um grande grupo de empresas;
#03: Controller Cast com Cícero Ferreira Filho, Sócio da Consultoria Ferreira Filho, sobre Como implantar a metodologia Orçamento Base Zero (OBZ) na prática;
#04: Controller Cast com Suzanne Sampaio, Coordenadora de Controladoria, sobre O desafio de implantar uma área de Controladoria;
#05: Controller Cast com Rafael Martins, Analista de Controladoria, sobre Transição de Carreira do Financeiro para Controladoria;
#06: Controller Cast com Alvaro Soncini, Controller na 99 Taxi, sobre Auditoria e Due Diligence;
#07: Controller Cast com Rui Cadete, sócio da Rui Cadete Consultoria, sobre Contabilidade do Futuro;
#08: Controller Cast com Piero Contezini, CEO da AsaaS, sobre Bitcoin, Blockchain e Ethereum;
#09: Controller Cast com Waldir Mafra, gerente de Controladoria da Liga Solidária, sobre Controladoria no Terceiro Setor;
#10: Controller Cast com o autor e controller Clóvis Luís Padoveze sobre Contabilidade Gerencial.
Sobre Alexsandro Lima
Gerente financeiro na Politintas, Alexsandro Lima é formado em Administração de Empresas, com MBA em Engenharia de Produção e em Controladoria e Finanças. No mercado há mais de 10 anos, tem atuado em grandes empresas e atualmente gerencia a área de Finanças e Controladoria da Politintas. Em 2007 ganhou o prêmio de melhor publicação do ano pela FGV / EAESP no X Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações.
Um bate papo sobre descentralização orçamentária
Veja o que conversamos:
- Qual é o momento ideal para descentralizar o orçamento?
- É preciso atentar para a maturidade operacional da organização. O melhor momento é, principalmente, quando uma empresa se sente segura para apurar os resultados gerenciais.
- Quais os ganhos com essa metodologia?
- Há duas formas de fazer orçamento: impositivo e colaborativo;
- A vantagem de fazer o colaborativo é, primeiro, ter mais chances de acertar na previsão das contas e, segundo, divide a responsabilidade com todos;
- Por isso a importância de um orçamento desafiador e, de fato, acessível para todos da organização. Tudo baseado em premissas táticas e alinhado com premissas estratégicas da organização.
- Essa é uma cultura difundida ou o controller costuma ter o desafio de sugerir e conduzir a implementação do processo de descentralização orçamentária?
- Nos últimos 10 anos, houve uma mudança de cultura, do orçamento impositivo para o colaborativo;
- Sem dúvida, é papel do controller difundir esse orçamento participativo.
- Qual a visão da diretoria a respeito do orçamento participativo?
- A diretoria costuma compreender os benefícios do orçamento participativo. Um exemplo da vivência atual é o calendário de 60 dias por ano para discutir orçamento, com fóruns.
- Quais os maiores desafios? Alinhar expectativas com os diretores ou formar os gestores que não tinham vivência?
- O primeiro passo é construir um orçamento desafiador, fazer mais por menos e estabelecer metas para ganhar produtividade;
- Com isso, conseguimos uma economia de 8% das despesas correntes da organização, como fruto do esforço de todos que participaram na confecção do orçamento.
- Qual a estratégia para alcançar as metas?
- Iniciar com um plano mais macro e depois ir detalhando. Foi assim que fizeram, começaram com o orçamento geral e depois descentralizaram para lojas, gerentes, supervisores e células em cada filial.
- Como conscientizar os gestores? Tem algum tipo de dinâmica ou atividades?
- Primeiro, é fundamental ter o apoio da diretoria para que esse processo seja menos impactante;
- Quebrar paradigmas, fazer realmente mais por menos, é algo que exige esforços. Por isso precisa começar com a diretoria. Uma ideia são as reuniões mensais e semanais de cúpulas;
- A controladoria fez as primeiras peças, entregando o realizado e propondo algumas melhorias. Hoje, a controladoria recebe das filias o realizado, com as justificativas dos desvios (caso tenha) e já com as sugestões de melhorias.
- A redução nas despesas era um objetivo ou acabou sendo uma consequência dos ajustes no Orçamento?
- O objetivo inicial era atingir o Orçamento, ou seja, cumprir o que tinha sido planejado;
- Com um controle bem justo, os próprios gestores de cada filial encontraram as oportunidades e se desafiaram a cumprir a redução;
- O maior legado do orçamento colaborativo é que sempre é possível melhorar.
- Os próprios gestores adotaram o Orçamento como ferramenta de gestão, isso em apenas dois anos. Houve treinamento desses gestores ou envolvimento da controladoria? Como foi o processo de descentralização orçamentária?
- A controladoria exerceu um papel extremamente didático. Não se preocupou apenas em desenvolver métodos de verificação, mas sim ensinar a fazer. Explicar o porquê dos números e como chegar neles;
- Cobrança é necessário, mas o termo ideal é acompanhamento, junto com o gestor e com ele fazer os ajustes necessários.
- Como foi para o time de controladoria executar e gerir esse processo?
- O processo começa na controladoria, com treinamento, recursos e ferramentas de trabalho;
- A aquisição de um software de gestão orçamentária é fundamental para o sucesso do projeto.
- Quais dicas para quem está começando o processo?
- Persistência no método, na metodologia;
- O ser humano é movido a desafios e a controladoria tem o papel de desafiar a equipe a dar o seu melhor.
Durante a conversa, Alexsandro Lima ressaltou a ideia de que é papel da controladoria incentivar os gestores a se desafiar, assim como sistematizar a cultura orçamentária. Ele acredita que além de compartilhar as responsabilidades, a descentralização do orçamento permite, principalmente, compartilhar os méritos.
Se seu processo orçamentário ainda não é descentralizado e você quer aplicar essa metodologia na sua empresa, mas não sabe como, temos um curso sobre a Metodologia Treasy de Gestão Orçamentária, que te ajuda a sistematizar os processos que poderão ser aplicados em qualquer área da empresa. Para ter acesso ao curso, bastante clicar na imagem a seguir:
Esperamos que você goste da nossa entrevista com Alexsandro Lima e consiga tirar boas ideias para sua carreira. Assine nossa newsletter para ficar sabendo dos próximos Controller Cast!
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