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Empréstimo ou Financiamento: qual a melhor opção para sua empresa?

O sonho de qualquer empresa é conseguir sempre caminhar com as próprias pernas e, nesse sentido, utilizar recursos do seu caixa para pagar as despesas operacionais e fazer investimentos pode ser o melhor caminho. Mas quem está no dia a dia da administração, como o controller, sabe que não é assim que acontece em muitos casos.

Buscar recursos é um movimento comum e que nem sempre indica um problema, porém, pode ser um sinal vermelho para aquelas empresas que precisam recorrer a uma ajuda financeira porque não possuem um orçamento empresarial e extrapolaram o caixa. É aí, então, que surgem as opções de empréstimo ou financiamento para suprir as necessidades de cada negócio.

Contudo, antes de buscar uma dessas opções, é necessário conhecê-las. Você sabe qual a diferença entre empréstimo e financiamento? Conhece as características e as vantagens de cada modalidade? Para ajudá-lo, preparamos este artigo, que explica os principais detalhes dessas duas alternativas de crédito, fala sobre prós e contras e dá algumas dicas importantes para o momento da tomada de decisão.

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      Diferença entre empréstimo e financiamento

      Às vezes, a definição desses conceitos gera certa confusão, mas o fato é que, embora ambos sejam operações de crédito, eles têm algumas diferenças, principalmente na função que cumprem para o caixa da empresa. Além disso, também se distinguem na forma como são contratados, no tamanho dos juros e em outras particularidades. Veja:

      O que é um empréstimo empresarial?

      Basicamente, o empréstimo é um modelo de operação de crédito no qual a instituição financeira concede o valor sem exigir que a empresa justifique o destino do dinheiro. Quem contrata fica livre para utilizar o recurso tomado da maneira que achar melhor, precisando apenas devolver o montante dentro do prazo e com os juros acordados previamente.

      No empréstimo para empresas, a instituição também não exige nenhum tipo de garantia em troca do dinheiro, como uma máquina ou um imóvel. O acordo, formalizado em um contrato, torna-se, então, a única forma de dar segurança ao processo de tomada de crédito. Dessa forma, esse modelo se tornou bastante utilizado por ter como característica a pouca burocracia.

      No entanto, a ausência dessas exigências que citamos impactam diretamente nas condições com as quais os empréstimos são concedidos. A principal delas está na taxa de juros cobrada. Isso porque a garantia é a forma pela qual a instituição financeira assegura que, de alguma maneira, receberá de volta os recursos que emprestou, mesmo que eles retornem na forma de algum bem. Sem esse item no contrato, aumentam os riscos de que a dívida não seja quitada. O modo utilizado para aumentar a proteção, portanto, é o aumento da taxa de juros.

      Não é uma regra, mas é comum ainda que as fontes de empréstimos ofereçam prazos mais curtos para o pagamento. E isso também tem a ver com a insegurança gerada pela falta da exigência da garantia.

      O que é um financiamento empresarial?

      No financiamento para empresas, aquelas exigências ausentes no modelo de empréstimo aparecem como as principais características. A mais importante delas é a necessidade de dizer à instituição financeira em que o recurso será aplicado, além de explicar os motivos pelos quais se está recorrendo a uma operação de crédito. Então, se a empresa financiou uma determinada quantia para comprar duas máquinas, por exemplo, é esse valor que deve ser gasto e esses os bens que devem ser adquiridos.

      A outra condição que aparece na hora de as fontes de financiamento para empresas liberarem os valores é a garantia. Em grande parte dos casos, o próprio bem adquirido costuma ser colocado no contrato como garantia. Pelo nosso exemplo anterior, as duas máquinas seriam tomadas pela instituição financeira como compensação por uma eventual inadimplência.

      Com a garantia como parte do contrato, os riscos do financiamento para a instituição diminuem. Com isso, caem também as taxas de juros e sobem os prazos para o pagamento dos valores financiados.

      Por outro lado, a burocracia envolvida no processo de liberação de um financiamento também cresce consideravelmente e a empresa precisa apresentar documentos como orçamento, balanços e o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) — por isso que é importante manter esses documentos e relatórios sempre atualizados e disponíveis para utilização. Assim, a instituição analisa a situação do negócio e a capacidade de pagamento da dívida.

      Como saber qual opção é a mais adequada: empréstimo ou financiamento

      A opção a ser escolhida está diretamente ligada à necessidade da empresa no momento. E é por isso que os profissionais ligados ao planejamento e às finanças precisam fazer uma análise detalhada para identificar esse ponto com exatidão.

      De modo geral, o empréstimo empresarial, por ter menos burocracia e um tempo de liberação mais curto, serve mais para questões pontuais do dia a dia da administração de um negócio, como ajuste no fluxo de caixa, pagamento de algum importante fornecedor ou quitação de uma dívida que pode atrapalhar a saúde da empresa.

      Imagine que uma organização tenha conseguido um importante desconto em matéria-prima com fornecedores, mas não tenha dinheiro em caixa no momento. Se o negócio realmente for vantajoso e o desconto dado pelo fornecedor compensar o pagamento de juros à uma instituição financeira, um empréstimo pode acabar sendo uma boa solução de momento.

      Já o financiamento empresarial tem, em tese, caráter de longo prazo, estando mais ligado ao planejamento do negócio. As empresas costumam recorrer a esse modelo de operação de crédito para, por exemplo, comprar novos equipamentos e aplicar um plano de expansão.  É muito comum, principalmente em grandes em empresas, a utilização de financiamentos para viabilizar planos de expansão e melhorias, mesmo quando a empresa tem capital sobrando no caixa.

      Por falar em investimentos, eles exigem dos controllers uma análise séria dos números do negócio. Para ajudá-lo com este assunto, temos um e-book que fala sobre os indicadores financeiros utilizados na análise de possíveis investimentos. Clique na imagem abaixo e veja de forma fácil e prática como esses indicadores podem ser aplicados na avaliação de projetos:

      Cuidados na hora de tomar empréstimo ou financiamento

      Como vimos, o empréstimo e o financiamento são importantes alternativas para suprir a necessidade de recursos. Mas também não é por isso que você pode recorrer a elas de maneira indiscriminada, sem antes fazer uma análise concreta. Até porque há a possibilidade, por exemplo, de resolver a situação com o que pode ser chamado de autofinanciamento. Na prática, isso significa adotar soluções internas.

      Há a possibilidade de negociar prazos de pagamento maiores com os fornecedores, tentar prazos de recebimento mais curtos com os clientes e reinvestir o lucro do negócio em vez de retirá-lo do caixa da empresa. Tudo isso pode ajudar a aliviar o caixa e dar fôlego ao negócio.

      No entanto, se o autofinanciamento não funcionar e a busca por recursos externos realmente for necessária, alguns cuidados devem ser tomados pelas empresas, que, assim, evitarão dores de cabeça. Um deles é não pegar empréstimos com juros mais altos que a rentabilidade do negócio. Além disso, os valores sempre devem ser quitados em dia. Caso contrário, a situação pode ir se transformando em uma grande bola de neve.

      Em relação aos financiamentos, a abertura ou a expansão de um negócio precisa ser planejada, pois desta forma é possível identificar e administrar os riscos e a capacidade de pagamento dos recursos. Esse planejamento exige também uma previsão orçamentária exata e bem delimitada.

      Pensando nisso, disponibilizamos para você o Guia prático do Orçamento Empresarial, que apresenta os principais conceitos e auxilia nesse importante processo. Para fazer o download do material, basta clicar na imagem abaixo:

      Outra importante orientação é sempre procurar uma instituição autorizada pelo Banco Central, que disponibiliza a lista de todas as instituições cadastradas no Sistema Financeiro Nacional, e fazer a consulta na relação de instituições em funcionamento no país.

      É fundamental ainda tomar cuidado com ofertas muito vantajosas, com condições que estejam fora da realidade do mercado ou que não façam uma avaliação da situação da empresa.

      Opções de empréstimo e financiamento

      No mercado, existem diversas opções de empréstimo e financiamento. Confira algumas delas:

      BB Giro Empresa

      O Banco do Brasil oferece essa opção para empresas que faturam entre R$ 1 milhão e R$ 45 milhões, disponibilizando crédito para compra de estoque, pagamento de fornecedores e também para aproveitar as oportunidades de negócios. O pagamento pode ser feito em até 24 meses, com possibilidade de reutilização dos valores pagos. Garantias ajudam a melhorar as condições de taxa do empréstimo e valorizam a análise de crédito.

      BB Crédito Empresa

      O BB Crédito Empresa é uma linha de crédito pré-aprovada para financiar a aquisição de equipamentos de informática, máquinas, material de construção e veículos. O prazo de pagamento é de até 60 meses e o valor do bem pode ser financiado em até 100%. As possibilidades de garantias são a alienação fiduciária do bem financiado e fiança dos sócios.

      Microcrédito Produtivo Orientado Caixa

      Essa linha da Caixa Econômica Federal pode ser utilizada para comprar materiais, equipamentos ou melhorar o ambiente como uma fonte de financiamento de curto prazo. O tamanho dos recursos depende da análise do crédito e da capacidade de pagamento do empreendimento. O valor mínimo é de R$ 300 e, de acordo com a necessidade e o porte do negócio, pode chegar a até R$ 15 mil, conforme a evolução da empresa. O prazo de pagamento varia de 4 a 24 meses. Para primeira contratação, o prazo é de até 12 meses para pagar, dependendo da finalidade do crédito.

      Crédito Direto ao Cliente

      Uma das linhas de crédito do Itaú é o CDC. Com ela, as empresas podem financiar a aquisição de veículos (leves e pesados), máquinas e equipamentos (somente novos). Depois que o bem a ser adquirido for escolhido, o banco faz o pagamento à vista. O prazo de pagamento pode chegar a até 48 meses, dependendo da necessidade do negócio.

      BNDES Finame – BK Aquisição e Comercialização

      Este programa de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma das principais fontes de financiamento de longo prazo, possibilita o financiamento para aquisição e comercialização de máquinas, equipamentos, sistemas industriais, bens de informática e automação, ônibus, caminhões e aeronaves executivas. O prazo de pagamento dos recursos é de até 10 anos, com carência de até 2 anos.

      Esses são somente alguns exemplos de instituições e programas de crédito. Para conhecer mais, acesse os sites das instituições de fomento e dos bancos públicos e privados!

      Instituições financeiras não são a única opção

      Além de buscar crédito com instituições financeiras, outra possibilidade para empresas que desejam investir, mas não têm recursos, é buscar o apoio de entidades e fundações que se dedicam a financiar ações inovadoras. Esse processo costuma ser um pouco burocrático, já que os empreendimentos precisam apresentar propostas e uma série de documentos, porém, costuma ser muito vantajoso para os negócios. Conheça algumas opções:

      Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa)

      A Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa) é uma entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) que oferece vários instrumentos de apoio a instituições públicas e privadas que apresentam projetos ligados à ciência, tecnologia e inovação.

      Há, por exemplo, financiamentos reembolsáveis com encargos reduzidos destinados a médias e grandes organizações. Esses programas têm linhas de ação diversas, que variam conforme a proposta da empresa. É possível obter o financiamento para aprimoramento ou inovação no desenvolvimento de produtos, atualização tecnológica, desenvolvimento de inovações críticas e pré-investimento (destinado aos primeiros estudos sobre viabilidade do projeto).

      Há ainda outros programas e linhas direcionados a empreendimentos de portes e segmentos diversos. Alguns exemplos são o Tecnova, para micro e pequenas empresas, Inova Agro, para a cadeia produtiva da agropecuária, e Inova Saúde, destinado à indústria da saúde.

      Outra opção para as empresas é o Programa de Subvenção Econômica, que financia projetos de inovação por meio de apoio financeiro não reembolsável, ou seja, que não precisa ser devolvido à instituição. Dessa forma, a Finep divide com a empresa os custos e riscos do projeto proposto. Para conseguir o apoio, é preciso se inscrever nas chamadas públicas divulgadas pela entidade.

      CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)

      Outra organização vinculada ao MCTIC é o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que também realiza chamadas públicas para apoiar projetos de inovação e pesquisa. A instituição conta com vários programas e, na maioria deles, é preciso que a organização proponente tenha projeto coordenado por pesquisador cadastrado na plataforma Lattes e conte com equipe técnica de pesquisa em caráter multidisciplinar.

      No caso do CNPq, os responsáveis pelo projeto são pesquisadores com vínculo com as instituições. Em algumas situações, as chamadas públicas são direcionadas apenas a entidades de pesquisa sem fins lucrativos e, em outras, são abertas a empresas de portes e segmentos diversos.

      Os recursos para custeio dos projetos e bolsas aos pesquisadores podem variar conforme o edital do CNPq. Em algumas chamadas, a instituição exige que as empresas financiadas contribuam com uma contrapartida, cujo valor também é variável.

      Edital de Inovação para a Indústria

      Outra forma de conseguir aporte financeiro para desenvolver projetos inovadores na sua empresa é o Edital de Inovação para a Indústria, realizado pelo Senai, Sesi e Sebrae. O edital é direcionado a organizações de diversos portes e segmentos da indústria que precisem de recursos para desenvolver novos produtos, processos ou serviços.

      Em 2018, por exemplo, a iniciativa deve investir R$ 55 milhões nos projetos aprovados em 5 categorias: inovação tecnológica para grandes e médias empresas; inovação tecnológica para micro e pequenas empresas, MEI e Startups; empreendedorismo industrial (inovação na cadeia de valor); inovação em segurança e saúde no trabalho e promoção da saúde; e inovação setorial em segurança e saúde no trabalho e promoção da saúde.

      As propostas podem ser feitas ao longo de todo ano, obedecendo às datas dispostas no edital, e os resultados são divulgados periodicamente.

      Para conhecer mais, acesse os sites das entidades e fundações públicas!

      Concluindo

      É natural que qualquer empresa, em algum momento de sua trajetória, necessite buscar recursos externos para sanar algum problema ou fazer um investimento. Mas isso deve ser feito sempre com muita inteligência e o máximo de cuidado. Qualquer desatenção em uma operação de crédito pode causar grandes prejuízos para o negócio.

      Portanto, antes de contratar um empréstimo ou um financiamento, faça uma simples pergunta: preciso mesmo desse dinheiro? Pode ter certeza de que esse questionamento fará você refletir melhor sobre o passo que está dando nas finanças da empresa.

      Depois, na hora de obter os recursos, é importante prestar muita atenção para não cair em nenhuma furada. Certifique-se da idoneidade da instituição que está contratando, analise bem o contrato, as condições estipuladas e as exigências. Cada detalhe pode fazer a diferença nesse momento.

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