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Como a Gestão Estratégica de Custos melhora a lucratividade do seu negócio

Gestão estratégica de custos

Começar o texto com “custos são como unhas, devem ser cortados sempre”, a célebre frase atribuída à Lemann, Telles e Sicupira, seria meio chavão, não é mesmo? Então não faremos isto e vamos reforçar aqui o que você já deve estar cansado de saber: fazer a Gestão Estratégica de Custos (GEC) é essencial para o sucesso de qualquer negócio. Afinal, ela é extremamente eficiente para ajudar você a tomar decisões gerenciais mais precisas, aumentando a rentabilidade e a lucratividade da empresa.

Por isso, neste artigo vamos falar de alguns conceitos básicos que envolvem a administração e o controle de custos e nos aprofundar em algumas questões, como as principais práticas da GEC e a contabilidade de custos. Assim, você poderá aplicar a Gestão Estratégica de Custos da forma correta, fazendo a sua empresa crescer cada vez mais. Confira!

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    O que é Gestão Estratégica de Custos

    Por um bom tempo a gestão de custos esteve focada apenas na redução dos custos de produção, sempre com o objetivo de manter os preços baixos e ganhar competitividade no mercado. No entanto, com todos os avanços tecnológicos, competir apenas por preços ou focar apenas neste aspecto do negócio para se manter na liderança já não é mais suficiente.

    A Gestão Estratégica de Custos surgiu, então, como uma ferramenta para potencializar o processo de melhoria contínua e a criação de valor. Com ela, é possível analisar não apenas os processos em que há agregação de valor por parte da empresa, mas a cadeia de produção como um todo. Isso quer dizer que gerir custos com foco estratégico pode tornar os processos produtivos mais eficientes e, com isso, elevar a lucratividade do negócio, pois quando falamos de custos, estamos falando de todos os valores agregados ao produto ou serviço em questão.

    É importante também ressaltarmos que essa gestão, quando feita corretamente, reflete na formação do preço de venda, levando a empresa a entender qual é o real valor agregado das suas soluções. Como consequência, você acaba tendo um ciclo de vendas mais ágil e eficiente — uma vez que os produtos ou serviços tornam-se mais competitivos do ponto de vista financeiro, podendo ser um ótimo argumento para a conversão de clientes.

    Já que estamos falando em preço de venda, você sabe se o preço que pratica no mercado é o valor ideal do seu produto ou serviço? Para ter essa certeza de estar fazendo a coisa certa, confira o nosso Guia Completo para Formação de Preço de Venda! Nele, encontre informações sobre projeção da margem de contribuição, projeção do ponto de equilíbrio e análise de concorrência e mercado. Tudo para você ter a melhor oferta, sem perder a lucratividade. Clique na imagem abaixo e descubra!

    Voltando a falar especificamente da GEC, é preciso destacar que ela não pode estar focada apenas no processo produtivo. Pelo contrário, deve estar relacionada com as soluções propostas ao consumidor final. Ela deve contribuir para a melhoria interna, por meio da otimização de processos e redução de desperdícios. Por isso, é fundamental conscientizar toda a sua equipe para transformá-la em aliada nos processos de inovação e mudança organizacional.

    Entenda os custos do negócio

    Para darmos continuidade ao assunto, vamos resgatar alguns conceitos que são importantíssimos para fazer uma Gestão Estratégica de Custos eficiente:

    Além disso, é possível distinguir os custos entre diretos, indiretos, variáveis ou fixos. Custos Diretos estão diretamente ligados aos produtos, como matéria-prima, insumos e mão de obra de funcionários dos centros de custos produtivos. Geralmente são mais fáceis de identificar. Já os Custos Indiretos estão ligados aos produtos/serviços, mas não são diretamente identificados nos produtos/serviços. Exemplo de custo indireto é a mão de obra referente a atividades realizadas em setores auxiliares da empresa ou por prestadores de serviços, como vigilância, manutenção, limpeza e afins. Os materiais empregados nestas atividades, como lubrificantes e parafusos, também são considerados custos indiretos. À lista podemos acrescentar ainda: a depreciação dos equipamentos, os aluguéis e os seguros.

    Os variáveis, por sua vez, são aqueles custos que sofrem variação conforme o volume de produção ou prestação de serviços aumenta ou diminui. Por fim, os fixos são aqueles que, independentemente da variação da produção ou da prestação de serviços, permanecem os mesmos.

    Tão importante quanto saber o que significa cada custo do negócio, é entender como eles são distribuídos dentro da empresa. Para auxiliar você nessa questão, elaboramos o infográfico Desembolsos, que explica a destinação dos recursos financeiros. Dessa forma, você pode analisar quais são as contas que mais impactam no resultado total e criar planos de ação para melhorar seu desempenho. Clique na imagem abaixo e faça o download gratuitamente!

    Principais práticas de Gestão Estratégica de Custos

    Existem diversas práticas que devem ser levadas em consideração para se ter uma Gestão Estratégica de Custos eficiente. Entre as principais estão:

    Prática de GEC Atributo Principal
    Custeio baseado em atividades (Custeio ABC) Desenvolvido para o custeio e gerenciamento das atividades que consomem recursos e permitem a mensuração, identificação, redução ou até mesmo a eliminação das atividades que não geram valor ao cliente.
    Custeio de atributos Prática para custeio que considera os atributos dos produtos como objeto de custeio ou custeia os atributos que diferenciam os produtos em relação às preferências dos clientes.
    Benchmarking Melhoria mediante identificação e análise comparativa das melhores práticas de gestão de mercado.
    Monitoramento da posição competitiva Coleta de informações sobre concorrentes relacionadas a vendas, custos, produtos e participação de mercado.
    Estimativa do custo da concorrência Coleta indireta e de estimativa sobre o custo dos concorrentes com base em clientes e fornecedores comuns e outras técnicas específicas.
    Avaliação dos concorrentes com base nas demonstrações contábeis publicadas Análise das demonstrações contábeis dos concorrentes como fonte de avaliação das respectivas performances econômico-financeiras.
    Mensuração

    integrada de desempenho

    Avaliação integrada de desempenho com medidas financeiras e não financeiras na perspectiva do aprendizado e crescimento dos processos internos, dos clientes e financeira.
    Custeio do ciclo de vida Avaliação do custo total dos produtos ao longo das fases do seu ciclo de vida, como concepção, produção, distribuição, consumo e descarte.
    Custeio da qualidade Monitoramento de custos da qualidade de produtos e serviços, inclusive as decorrentes de falhas internas (retrabalho e sucatas) e externas (devoluções e garantias).
    Custeio e precificação estratégicos Custeio do posicionamento de mercado, busca da vantagem competitiva e reações dos concorrentes a mudanças de preços.
    Custeio-meta Determinação do custo aceitável, calculado a partir de preço de venda aceitável pelo mercado menos o lucro desejado.
    Custeio da cadeia de valor Monitoramento das oportunidades existentes nos vínculos externos com clientes e fornecedores.
    Análise de custo intangível Análise de custos ocultos, frutos de itens estruturais e ineficiência de gestão, decorrente da existência de fatores intangíveis e resultantes da formação de ativos intangíveis, como a competência para a inovação.
    Análise de custo ambiental Análise dos custos decorrente da busca ou falta da ecoeficiência ambiental em atividades de recuperação, monitoramento e reciclagem de produtos e resíduos.
    Análise de custo logístico Análise dos custos de abastecimento, aquisição, distribuição e armazenagem de insumos e produtos.
    Análise de Custo Kaizen Análise com foco na melhoria contínua de processos para a redução de custos durante o ciclo de vida do produto.

    A gestão de custos na prática

    Agora que já entendemos a importância de fazer uma gestão estratégica de custos, relembramos conceitos essenciais para esta atividade e conhecemos as principais formas de fazer este controle, chegou a hora de entrarmos na parte mais prática para vermos como tudo isso funciona. Logo de cara já é preciso dizer que sem um bom planejamento nada vai sair do lugar.

    Então, o primeiro passo é reunir os gestores e apresentar o que é e para que serve a gestão de custos e quais são os objetivos da empresa ao implementá-la. A partir dessa conversa, o plano de ação pode ser montado. Nele, deve constar quais são as formas escolhidas para fazer o controle de custo — cada área pode adotar a prática que melhor se encaixa na sua rotina, desde que no relatório final exista uma coerência nas informações —, quem serão os responsáveis e qual será a periodicidade — por mais que em algumas empresas o fechamento geral dos custos seja mensal, as áreas podem optar por fazer um controle semanal, por exemplo, e assim conseguir constatar qualquer problema com antecipação e corrigi-lo sem que gere prejuízos.

    Depois, é preciso que cada gestor apresente o planejamento para a sua equipe, explicando como as atividades serão desenvolvidas. Alguns pontos importantes a definir aqui são: o responsável por reunir os dados e como eles serão apresentados. Dessa forma, ninguém vai ficar se esquivando ou jogando o trabalho para outra pessoa como desculpa.

    Com essas definições em mãos, chega-se ao terceiro momento deste processo: colocar no papel — ou no sistema de gestão, que é o mais indicado — todos os números e informações referentes aos custos. Nada pode ser deixado de fora. Na administração, por exemplo, inclua todas as impressões que foram feitas e até os clipes de papel. Na produção, não cai na cilada de arredondar números, pois quanto mais fiel à realidade, mais sólida será a contabilização dos custos. Algumas vezes não nos damos conta, mas R$ 5 ou R$ 10 de diferença numa conta pode transformar uma margem de lucro positiva em negativa.

    Para finalizar, partimos para a análise dos dados. Afinal, do que adianta ter todos esses números organizados se não for explicado o que eles significam, não é mesmo? É fundamental saber, por exemplo, que a empresa produziu 500 mil peças de tal produto e faturou R$ 5 milhões com isso. Mas precisamos saber quanto foi gasto para produzir essas peças, quanto custou a matéria-prima, a hora-máquina, a energia elétrica, entre outros, pois só assim é possível comemorar aos milhões que foram ganhos. Já pensou que ao analisar os números você pode descobrir que o faturamento mal deu para cobrir os custos da produção, deixando o seu caixa praticamente na mesma?

    Se este ainda não é um processo que faz parte da rotina da sua empresa, está mais do que na hora de parar e começar a planejar sua implantação.

    Como a contabilidade de custos ajuda no processo de GEC

    Contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões, bem como tornar possível a alocação criteriosa dos custos de produção. E é justamente por essa última característica que não tem como pensarmos em Gestão Estratégica de Custos sem uma contabilidade de custos.

    Este modelo de contabilidade coleta, analisa, classifica e registra as informações operacionais das atividades de uma empresa, denominados de dados internos, além de também recolher e organizar referências externas, de acordo com a necessidade. Os dados coletados podem ser tanto monetários, como o preço, quanto físicos, como unidade produzidas, horas trabalhadas e ordens de produção.

    Com esse detalhamento dos números apresentados pela contabilidade de custos, você pode avaliar os bens produzidos e vendidos e controlar as condições internas de produção. Assim, ao usar essas informações na Gestão Estratégica de Custos, é possível identificar a origem de cada gasto ou despesa e, consequentemente, fazer seu controle e racionalização.

    Para finalizar...

    Ter um posicionamento estratégico é a melhor maneira de aumentar o poder competitivo da empresa, seja por meio de custos menores, seja pela diferenciação de produtos. Para alcançar esse objetivo são necessárias informações consistentes, baseadas em fatos, para a formação de uma boa estratégia que atinja o seu público de modo certeiro. Isto é, os dados coletados precisam auxiliar na formulação de preços e no marketing, por exemplo, valorizando seu produto e satisfazendo seus clientes.

    A Gestão Estratégica de Custos é extremamente importante nesse posicionamento, pois é a forma mais completa de acompanhar o que está acontecendo com os recursos financeiros do negócio. Por meio dela, é possível fazer a empresa crescer cada vez mais, porque é basicamente impossível pensar em qualquer ação se as finanças da empresa não estiverem bem-estruturadas.

    Esperamos que este artigo tenha esclarecido suas dúvidas sobre Gestão Estratégica de Custos e possa auxiliá-lo na criação da melhor estratégia para a sua empresa. Deixe um comentário contando o que achou e compartilhe conosco qualquer outro conhecimento que possa contribuir com o tema. Fique à vontade também para compartilhar este post com seus colegas.

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