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Ponto de Equilíbrio Financeiro: Tudo que você precisa saber para sua empresa não escorregar no fluxo de caixa

Ponto de Equilíbrio Financeiro Break Even PointQual é o empresário que não quer saber qual o momento do ciclo de vendas que sua empresa passa a ter lucro? Especialmente porque manter ganhos e despesas em equilíbrio não é tarefa fácil. Em épocas de crise, então, o trabalho é ainda maior.

Para ajudar empresários, acionistas e gestores financeiros a saberem em que ponto um investimento ou produto/serviço cobrirá os custos fixos e variáveis, e começará a lucrar, existe o que chamamos de Ponto de Equilíbrio, ou Break Even Point.

Abordamos no blog o Ponto de Equilíbrio Econômico e agora vamos trabalhar exclusivamente com o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). Ambos têm a função de apresentar o momento do lucro, mas o PEF tem a particularidade de retirar do cálculo receitas e despesas contabilizadas que não representam um desembolso ou entrada no caixa.

Para entender melhor o que isso significa e como encontrar o Ponto de Equilíbrio Financeiro, acompanhe este artigo completíssimo!

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    Entendendo sobre o Ponto de Equilíbrio (Break Even Point)

    O Ponto de Equilíbrio (PE) - também conhecido como Break Even Point, em inglês - é o ponto de igualdade financeira entre receitas totais e despesas em um mesmo período. Com esse indicador é possível saber qual deve ser o faturamento mínimo mensal que a empresa deve ter para cobrir gastos fixos e variáveis - ou seja, conseguir pagar suas contas - e começar a lucrar.

    Existe uma fórmula para encontrar o Break Even Point. O resultado da equação, portanto, dirá qual deve ser a quantidade de vendas que deverá ser alcançada para a empresa lucrar. O raciocínio é simples:

    Por que entender sobre o Ponto de Equilíbrio?

    O Break Even Point ajuda os empresários a determinarem quando eles começarão a ter lucro, além de servir como um auxílio para o estabelecimento de preços dos seus produtos.

    Sabemos que os custos diferem entre as indústrias (ramos de atuação ou verticais de negócio), por esse motivo comparar Pontos de Equilíbrio só fará sentido se as empresas em questão forem da mesma indústria e do mesmo porte. A definição de um Ponto de Equilíbrio “alto” ou “baixo” deve ser feita, portanto, neste contexto.

    E o Ponto de Equilíbrio Financeiro, como fica?

    O objetivo do Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) - ou Ponto de Equilíbrio de Caixa - também é o de apresentar o valor total de vendas necessário para a organização pagar as contas e ter lucro a partir desse valor.

    No Ponto de Equilíbrio de Caixa são retiradas do cálculo todas as receitas e despesas contabilizadas que não representam um desembolso ou entrada no caixa. Desse modo, o indicador passa a ficar compatível com o caixa da organização.

    E de quais despesas e receitas estamos falando? Depreciação e Amortização, Provisões e outros fatores que  diminuem o lucro em termos contábeis, mas gerencialmente não representam saída de caixa. Assim, temos que:

    O cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro não considera aqueles gastos que não sairão do caixa. Isso é visto como uma vantagem do PEF, já que mostra o quanto é necessário ser vendido para que o lucro seja igual a zero. Por outro lado, a abordagem do Ponto de Equilíbrio Financeiro olha muito para o curto prazo. Ou seja, o PEF não prepara a empresa para situações futuras, como, por exemplo, desembolsos de provisões ou eventuais trocas de máquinas e equipamentos.

    Calculando o Ponto de Equilíbrio Financeiro

    Para encontrar o Ponto de Equilíbrio Financeiro temos a fórmula:

    PEF = (Gastos Fixos – Gastos não Desembolsáveis) / Margem de Contribuição

    Para exemplificar, imagine uma empresa produzindo um produto com preço de venda de R$ 10,00 por unidade. Os custos variáveis são R$ 8,00 por unidade e os custos fixos totalizam R$ 18.000,00 por ano, dos quais R$ 4.000,00 são relativos à depreciação. O Patrimônio Líquido da empresa é de R$ 50.000,00 e a sua taxa mínima de atratividade é de 10% ao ano.

    Em primeiro lugar, ao observar a fórmula do PEF já percebemos que precisamos da Margem de Contribuição, a qual é representada pelo preço de venda menos os custos e despesas variáveis. Em suma, é o valor que cada unidade produzida e vendida contribuirá para o pagamento dos custos e despesas fixas. Assim, temos:

    Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)

    Preço de venda unitário (receita) = R$ 10,00

    (-) Custo variável unitário = R$ 8,00

    Margem de contribuição unitário = R$ 2,00 (ou 20% do Preço de Venda)

    Aplicando a fórmula do Ponto de Equilíbrio Financeiro:

    PEF = (R$ 18.000,00 – R$ 4.000,00) / R$ 2,00 = 7.000 unidades (Ponto de Equilíbrio Financeiro em quantidade)

    Para descobrir o PEF em valor, basta multiplicar as 7.000 unidades pelo preço de venda unitário (R$ 10,00). Com isso, temos:

    7.000 unidades x R$ 10,00  = R$ 70.000,00 (Ponto de Equilíbrio Financeiro em valor)

    Podemos ainda dividir a base de cálculo do PEF pelo % da MC.

    R$ 14.000,00 ÷ 20% = R$ 70.000,00 (Ponto de Equilíbrio Financeiro em Reais).

    Ou seja, a empresa precisará vender 7 mil unidades de seu produto por ano, faturando R$ 70.000,00, para chegar ao Ponto de Equilíbrio Financeiro.

    Dicas de ouro para alinhar Ponto de Equilíbrio Financeiro e a Gestão Orçamentária

    Ora, se vamos trabalhar com cálculos que envolvem receitas e despesas, e se estamos procurando o faturamento mínimo mensal, é preciso que antes de mais nada a contabilidade da empresa esteja em dia, com um controle financeiro minucioso.

    Para isso, separamos três dicas que irão ajudar a deixar tudo pronto para o cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro.

    #01 - Tenha informações sobre Volume e Preços de Produto

    Analisando o cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro, podemos ver a necessidade de se conhecer a fundo informações sobre Volume e Preços de Produto. Para este ponto, uma projeção de receitas será extremamente útil especialmente se o custo variável do produto é desconhecido.

    Como as receitas estão relacionadas com os preços de cada produto multiplicado pelo seu volume de vendas, procure pelas informações separadamente, ou seja, preço e produto.

    #02 - Separe custos e despesas fixas dos custos variáveis

    Primeiro, vamos a uns esclarecimentos. Em síntese, custos são os desembolsos atribuídos ao produto final, enquanto que as despesas são de caráter geral. Custos e despesas fixas dizem respeito a tudo que não varia com o volume (produzido ou vendido). Já os custos e despesas variáveis variam em função do volume (produzido ou vendido), ou seja, sofrem alterações conforme a quantidade produzida ou vendida (quanto maiores forem as vendas/produção, maiores serão os seus gastos). Se precisar saber mais, este artigo tem tudo sobre Custos x Despesas.

    Alguns gestores erram ao pensar que o Ponto de Equilíbrio Financeiro considera como despesas apenas custos como folha de pagamento, matéria-prima, impostos, etc (ou seja, custos diretos de produção ou prestação de serviço).

    Para resolver essa questão, separe os custos variáveis (aqueles empregados para produção de um produto ou serviço).

    #03 - Calcule a Margem de Contribuição

    Sabendo sobre as vendas e custos variáveis, é possível obter a Margem de Contribuição, que representa o quanto o lucro da venda de cada produto contribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas fixas e ainda gerar lucro. Feito isso, separe os custos e despesas variáveis.

    Já que estamos falando de Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio, disponibilizamos uma Planilha Modelo de Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Lucratividade de sua empresa. Você pode baixar gratuitamente clicando no botão abaixo.

    Materiais de apoio

    Caso você precise de ajuda para entender melhor especialmente os itens para o cálculo do Ponto de Equilíbrio Financeiro, confira o que separamos:

    1. No artigo Custos x Despesas – Saiba a diferença você conseguirá esclarecer suas dúvidas sobre ambos os conceitos.
    2. Além disso, e já que falamos em Margem de Contribuição, em Como calcular a Margem de Contribuição de seus produtos explicamos o passo a passo.
    3. E para quem está iniciando a Gestão Orçamentária na empresa, montamos um modelo gratuito de planilha para realização do registro de gastos, custos e despesas.

    Resumão da importância do Ponto de Equilíbrio Financeiro

    Observando a fórmula e o cálculo realizado no exemplo podemos chegar algumas conclusões sobre a utilização do Ponto de Equilíbrio Financeiro e sua importância:

    O Ponto de Equilíbrio Financeiro é o que chamamos de verdadeira mão na roda para todo empresário que quer refletir sobre a viabilidade de seu negócio e/ou investimento, bem sobre como adequar a empresa ao mercado.

    Além disso, com o PEF é possível saber o momento de igualdade financeira entre receitas totais e despesas em um mesmo período. Com essa informação gestores conseguem averiguar o faturamento mínimo mensal que a empresa deve ter para cobrir gastos fixos e variáveis - ou seja, conseguir pagar suas contas - e começar a lucrar.

    Encontrar o Ponto de Equilíbrio Financeiro permite aos gestores financeiros fazerem um planejamento orçamentário mais adequado, munidos com informações mais concretas para as tomadas de decisão.

    Ficou claro para você? Já que está aqui, conte para nós o que achou do artigo e se o Ponto de Equilíbrio Financeiro é conhecido em sua empresa. Aproveite e compartilhe o material com seus colegas!