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O que é Gestão de Riscos e como ganhar competitividade para sua empresa com o Gerenciamento de Riscos

Vivemos no país do jeitinho. Carlos, empreendedor, sabe disso. A máxima “podemos dar um jeitinho nisso” era sua companheira. A visão de Carlos mudou quando seu pequeno negócio tomou corpo e se tornou uma empresa de porte médio, com mais de 200 funcionários e clientes importantes em todo o território nacional. Foi aí que percebeu que, apesar de ter imaginado uma estrada com algumas curvas e riscos, não tinha planejado as muitas pedras no caminho.

Hoje ele viu a consequência de um atraso no projeto. Sua empresa sentiu na pele o que foi o novo produto não ter tido o sucesso comercial esperado. O que ele não quer, de jeito nenhum, é pensar o que acontecerá se seu negócio não atender ao planejamento financeiro. Para ele, até pouco tempo atrás não existia a possibilidade de isso ocorrer. Mas, e se por um acaso acontecer?

Qual será o risco da empresa de Carlos não atender ao planejamento orçamentário? Qual é o risco da equipe de vendas não ter domínio do novo produto em tempo hábil para apresentá-lo ao mercado? Que impactos isso trará? Como trabalhar com esses riscos? Que ações tomar? E ainda sobre o novo produto: quais os riscos da empresa não conseguir atender a demanda? Como os clientes reagirão a um atraso no processo de fabricação e entrega?

Consegue perceber quantas variáveis existem em um ambiente empresarial? Quantos eventos podem impactar uma empresa? A esses eventos damos o nome de riscos. E aos passos de identificar, avaliar, mensurar, tratar e comunicar os riscos chamamos de Gestão de Riscos, ou Gerenciamento de Riscos.

Para ajudar Carlos e você a conhecerem mais sobre o assunto, preparamos um artigo para mostrar o que é a gestão de riscos, sua importância, técnicas de análise, ferramentas de gerenciamento de riscos e muito mais.

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    O que é Gestão de Riscos Corporativos?

    A Gestão de Riscos é um processo aplicado em toda organização para identificar eventos em potencial. Quando falamos em eventos, falamos de todas as situações que podem afetar a empresa. Em outras palavras, trata das incertezas que podem ser tanto riscos quanto oportunidades.

    O foco do processo de Gerenciamento de Riscos é cumprir com os objetivos definidos pela organização. Aliás, estratégia e risco são termos que caminham juntos. Portanto, o plano de Gestão de Riscos é uma ferramenta indispensável para o bom andamento do planejamento estratégico.

    E, claro, além de identificar, faz parte da alçada do Gerenciamento de Riscos avaliar, classificar e mitigar os fatores de riscos. De acordo com a ISO 31000 (norma internacional para Gestão de Riscos) uma gestão eficaz deve:

    A importância da Gestão de Riscos para as organizações

    Empresas são organismos vivos. Como tais, estão sujeitas a influências internas e externas. E se eventos inesperados podem acabar com empresas grandes, imagine aquelas que possuem uma estrutura menor. As pequenas e médias empresas estão ainda mais vulneráveis aos efeitos do mercado, por exemplo.

    Além disso, já falamos várias vezes aqui no blog sobre uma das funções de ser da toda empresa: gerar valor às partes interessadas. Em um mundo com cada vez mais incertezas, os administradores têm o desafio de verificar até que ponto essas incertezas interferem nessa geração de valor, causando prejuízos à reputação do negócio e ao próprio segmento de atuação.

    As incertezas podem gerar tanto riscos quanto oportunidades. Podem somar ou diminuir. Nesse sentido, o Gerenciamento de Riscos Corporativos permite aos administradores tratar os riscos e maximizar as oportunidades e, com isso, agregar ainda mais valor ao negócio.

    Estamos cansados de escutar que o que não é medido, não pode ser controlado, certo? Medindo e usando técnicas de análise de  riscos a empresa alcança um equilíbrio entre metas de crescimento e de ROI, sempre respeitando o planejamento estratégico.

    E se a Gestão de Riscos permite calcular as ameaças, avaliar os riscos e estabelecer planos de ação para contornar tudo isso, você vai concordar com o seguinte: a empresa que faz o gerenciamento de riscos possui mais credibilidade no mercado e entre clientes e parceiros.

    Para completar, vamos prosseguir e ver como o assunto tem relevância para você:

    5 motivos para usar um processo de Gestão de Riscos

    Estudar os tipos de riscos de um projeto é tão importante para seu negócio, que para não deixar dúvidas separamos 5 principais motivos pelos quais sua empresa precisa fazer o Gerenciamento de Riscos:

    #01 – Otimização do capital

    Nada como saber onde se está pisando. As informações corretas com relação aos possíveis riscos do negócio permitem aos administradores e controllers calcularem com exatidão as necessidades de capital. Além disso, eles terão mais capacidade de otimizar a alocação desse capital.

    #02 – Melhores respostas aos riscos

    Com uma identificação rigorosa de riscos há mais eficiência em selecionar as respostas para esses riscos (Como evitar? Como mitigar?, etc.).

    #03 – Redução dos prejuízos operacionais

    Já que os riscos em potencial foram identificados ninguém será pego de surpresa. Tendo a informação em um plano de gestão de riscos as chances de reduzir os prejuízos associados são muito maiores.

    #04 – Aproveitamento de oportunidades

    Lembra da história de que o copo pode estar meio vazio ou meio cheio? Justamente por considerar diversos riscos potenciais, a empresa consegue se antecipar e ter um aproveitamento mais proativo das oportunidades.

    #05 – Aumento da lucratividade

    A Gestão de Riscos empresarial auxilia na otimização do capital, diminui os riscos de prejuízo operacional e evita perda de recursos. Isso significa que no final a lucratividade será impactada positivamente.

    Como funciona a Gestão de Riscos em PMEs

    Falamos sobre a vulnerabilidade das pequenas e médias empresas aos efeitos externos. Se a vulnerabilidade é maior, as PMEs ganham por terem processos mais enxutos. Logo, a implementação de um sistema de Gestão de Riscos torna-se mais facilitada.

    Dentre os benefícios alcançados pela Gestão de Riscos em uma PME está a integração e a automatização da controladoria. Com isso, as falhas nas relações com o fisco diminuem e a empresa evita multas e gastos excessivos. Adicionalmente, a dependência de terceiros, como os contadores e auditores, também diminui.

    Como o plano de Gestão de Riscos trabalha também para melhorar os processos, a empresa ganha com o combo redução de custos operacionais e aumento de eficiência operacional. Mas, se tudo que foi dito até agora ainda não te convenceu, separamos ainda mais alguns benefícios:

    Informações financeiras integradas, controle sobre as operações da empresa, redução de custos e fraudes, otimização do fluxo de informação,informações precisas e disponíveis em tempo real e eliminação do retrabalho.

    Com toda essa lista de benefícios (que por sinal pode ser ainda maior) podemos dizer que a gestão de pessoas e a qualidade dos produtos e serviços aumentam o poder competitivo do negócio. Portanto, é por meio das melhorias gerenciais – como processos padronizados e segurança de informações, por exemplo – que a empresa ganha em competitividade.

    As vantagens são muitas, mas sabemos que tudo que é novo pode dar um pouco de trabalho. Por isso é fundamental que, ao decidir implementar um sistema de Gestão de Riscos em uma PME, a direção esteja completamente envolvida e faça o papel de motivadores e divulgadores dos benefícios dessa boa prática.

    Como implementar a Gestão de Riscos em sua empresa

    Definir riscos, gerenciá-los e monitorá-los.Você já entendeu o que é e como funciona o Gerenciamento de Riscos. Você também já viu sua importância e benefícios. Agora a pergunta é: por onde começo?

    Antes de prosseguirmos, lembra da dupla “Estratégia e Riscos”? Então, como estão as metas de sua empresa? É imprescindível que elas sejam de conhecimento de todas as partes envolvidas e que estejam de acordo com a visão e valores do seu negócio. Uma Gestão de Riscos eficiente – como você deseja implementar na sua empresa – requer metas bem traçadas.

    Caso você precise de algumas dicas com relação ao assunto, sugerimos a leitura do artigo Tudo que você precisa saber sobre Definição de Metas para transformar sua empresa em uma “Tropa de Elite” dos resultados.

    Continuando…Conforme comentamos no início deste artigo, a Gestão de Riscos trabalha com algumas premissas. Uma delas é “ser sob medida”. Isso significa que a gestão de riscos em uma empresa não será como na outra. O contexto interno e externo, bem como o perfil do risco, terão importantes influências. No entanto, de uma maneira geral, alguns passos devem ser seguidos:

    #01 – Identificação e classificação dos riscos

    Está lembrado que para uma empresa ter sucesso, deve sempre caminhar para seus objetivos? Sendo assim, faz-se necessário que a identificação e classificação de riscos esteja de acordo com os objetivos da organização.

    Em um modelo de mapa de riscos, os eventos (riscos) podem ser classificados de internos (quadro de colaboradores, processos falhos, tecnologia obsoleta, falta de conformidade, etc) e externos (ações da concorrência, desastres ambientais, grau de liquidez no mercado, taxas de juros, conflitos sociais, situação política, etc.), conforme abaixo:

    Riscos Internos

    Riscos Externos

    A lista serve apenas como exemplo e não é consensual. Cada caso é um caso. Pense na sua organização, olhe para seus objetivos e seu planejamento estratégico. Com isso tudo em mente, consegue identificar os eventos internos e externos que podem sinalizar ameaças para sua empresa?

    #02 – Avaliação dos Riscos

    Riscos definidos, temos agora que determinar seu efeito potencial. Duas questões aqui são essenciais:

    A dica aqui é criar um mapa de avaliação de riscos, priorizando os riscos que mais impactam na empresa e com maior probabilidade de acontecer.

    #03 – Mensuração dos Riscos

    Uma primeira abordagem seria classificar os eventos definidos no item  #01 como:

    Ou ainda:

    Em seguida, fazer a descrição, como por exemplo:

    Atribua também pesos a cada classificação. Eventos tidos como de alto risco precisarão de mais atenção e rigidez no controle.

    #04 – Tratamento dos Riscos

    Você definiu, avaliou e mensurou os eventos. Agora chegou a hora de pensar no tratamento de cada ocorrência. Veja algumas opções que podem ser trabalhadas em um plano de gerenciamento de riscos:

    Depois de decidida a opção a considerar, será preciso definir as ações a serem tomadas. Com isso, a empresa estará apta a agir em tempo hábil quando se deparar com a ocorrência.

    Por exemplo: a organização tem funcionários alocados a trabalharem na rua. Para evitar o risco de possíveis danos à pele do empregado, optou por fornecer protetor solar. Em caso de algum colaborador se queixar de problemas de pele devido à exposição solar, a empresa elaborou um plano de ação que inicia com um acompanhamento periódico do colaborador por um dermatologista.

    #05 – Monitoramento dos Riscos

    O que passou, passou, certo? Não exatamente. Na Gestão de Riscos Corporativa é fundamental que a alta administração esteja sempre monitorando as possíveis ocorrências bem como aquelas já tratadas. Tudo isso, claro, para evitar as recorrências e garantir que todas as possíveis ameaças estejam identificadas e terão a tratativa adequada.

    #06 – Informação e Comunicação

    A divulgação da Gestão de Riscos visa reforçar a cultura empresarial. O enfoque é em estimular a comunicação de processos e procedimentos visando sempre uma atitude positiva. Todos os envolvidos na organização devem saber seu posicionamento perante possíveis riscos, bem como suas responsabilidades. O importante aqui é que todos saibam, primeiramente, da importância de um gerenciamento de riscos eficaz para o crescimento do negócio.

    #07 - Monitoramento dos Riscos

    O que passou, passou, certo? Não exatamente. Na Gestão de Riscos é fundamental que a alta administração esteja sempre monitorando as possíveis ocorrências bem como aquelas já tratadas. Tudo isso, claro, para evitar as recorrências e garantir que todas as possíveis ameaças estejam identificadas e terão a tratativa adequada.

    #08 - Informação e Comunicação

    A divulgação da Gestão de Riscos visa reforçar a cultura empresarial. O enfoque é em estimular a comunicação de processos e procedimentos visando sempre uma atitude positiva. Todos os envolvidos na organização devem saber seu posicionamento perante possíveis riscos, bem como suas responsabilidades. O importante aqui é que todos saibam, primeiramente, da importância de um gerenciamento de riscos eficaz para o crescimento do negócio.

    Pronto para fazer uma gestão de riscos na sua empresa?

    Se tem algo inevitável na jornada de uma empresa – e de um empreendedor – são os riscos que cruzarão seu caminho. Afinal, empreender significa buscar retorno econômico-financeiro em meio a um universo de possíveis desvios. A diferença está em como você e sua empresa estão preparados para administrar os riscos do caminho. Mais ainda, em como está a capacidade de tomar decisões com a agilidade que o assunto merece.

    Como vimos, não existe uma cartilha a ser seguida para lidar com os riscos. Muito menos um método único a ser adotado por qualquer empresa. O que existe, sim, é a necessidade de uma Gestão de Riscos eficaz para toda organização. Incluindo as PMEs.

    Importante também é lembrar que o processo de Gerenciamento de Riscos de sua empresa deve estar alinhado aos objetivos e ao planejamento estratégico. É isso que vai definir como será a identificação e classificação dos eventos, bem como sua avaliação, mensuração e tratativas.

    E já que tudo está relacionado aos objetivos da organização, aproveitamos para deixar a dica do artigo Objetivos e Metas SMART: a base para um ótimo Planejamento Financeiro!

    E aí? Ficou claro? Esperamos ter esclarecido o que é gestão de riscos, seus processos e que tenha sido importante tanto para aprimorar seu entendimento sobre a Gestão de Riscos quanto para auxiliá-lo nos primeiros passos de sua implementação.