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O que é a Quarta Revolução Industrial? Como a controladoria e CFOs devem agir na Indústria 4.0?

Quarta Revolução Industrial

Internet das Coisas, Big Data, Realidade Virtual, Inteligência Artificial, Blockchain e Bitcoins. Você já deve ter ouvido falar na maioria desses termos. E se você ainda pensa que esses conceitos não fazem parte do seu negócio, ou da área financeira e de controladoria, tenho uma notícia: seja qual for o setor de atuação da sua empresa, ou o departamento em que você atua, você já está vivendo na era da Indústria 4.0, a chamada Quarta Revolução Industrial.

Ao longo da história, vivenciamos divisores de água marcados pela Revolução Industrial. A primeira trouxe a máquina a vapor, a segunda fez surgir as linhas de montagem, a terceira uniu conhecimento científico com o processo industrial e a quarta é caracterizada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.

Em cada uma dessas eras, empresas tiveram que se adaptar para continuarem produtivas e, claro, competitivas. Quando falamos da 4a Revolução Industrial, aumento da globalização, mudanças demográficas e rápido desenvolvimento das tecnologias digitais, são apenas alguns itens que apresentam a importância de repensar os atuais modelos de negócios. Além disso, novas oportunidades para transformar as finanças são vislumbradas, visando à redução de custos e o controle do fluxo de caixa.

Por isso, no artigo de hoje apresentaremos a 4 Revolução Industrial e mostraremos o papel que CFOs, controllers e demais profissionais da área financeira têm na Indústria 4.0.

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    O que é a Quarta Revolução Industrial?

    Ao conjunto de novas tecnologias que estão unindo os mundos físico, digital e biológico damos o nome de 4 Revolução Industrial, também chamada de Indústria 4.0. Para o professor Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial e autor do livro Quarta Revolução Industrial, "estamos à beira de uma revolução tecnológica que alterará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos".

    Especialistas concordam que hoje, muito mais do que em períodos anteriores, temos a oportunidade de melhorar drasticamente a eficiência das organizações, inclusive gerando recursos para contribuir com a regeneração do ambiente natural, desse modo desfazendo o dano de revoluções industriais anteriores.

    Aliás, ao compararmos a 4a Revolução Industrial com as suas precedentes, vemos que sua evolução ocorre de forma exponencial, e não no ritmo linear das demais. As bilhões de pessoas conectadas por dispositivos móveis, com acesso ao conhecimento, representam esta nova era composta por avanços tecnológicos emergentes em campos como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Robótica, Impressão 3D, computação Quântica, Nanotecnologia, veículos autônomos, entre outros.

    Por esses motivos, é que dizemos que a Quarta Revolução Industrial traz consigo o conceito de "fábrica inteligente", no qual os sistemas ciberfísicos monitoram os processos físicos da fábrica e tomam decisões descentralizadas.

    Apesar de inicialmente estar ligada aos processos de manufatura - o termo Indústria 4.0 surgiu na Alemanha, em 2011, como um estudo de implementação de um modelo de fábrica inteligente - hoje o termo vai muito além das indústrias.

    Conforme veremos adiante, ao falarmos de Quarta Revolução Industrial estamos falando também de dados (que são essenciais para tomadas de decisão orçamentária), além de uma crescente transparência, engajamento do consumidor e novos padrões de consumo que obrigam as empresas a adaptarem a forma como projetam, comercializam e entregam produtos e serviços.

    Quais são as características da 4 Revolução Industrial?

    Como você deve imaginar, são várias as características da Indústria 4.0. Para este artigo, nosso foco será em três:

    1. Velocidade;
    2. Alcance e
    3. Sistemas.

    Sobre a velocidade, se analisarmos a rapidez com que mudanças ocorrem e com que indústrias e empresas são transformadas e criadas, conseguiremos entender o que essa característica significa.

    Falar de Quarta Revolução Industrial é entrar em um terreno em que modelos de negócio desenvolvem-se rapidamente e crescem exponencialmente (como exemplo temos as Lean Startups). Cada vez mais, erros devem ser corrigidos praticamente em tempo real e perder tempo significa, literalmente, perder dinheiro.

    No que tange ao alcance, dizemos que nenhuma empresa e nenhum cliente conseguirão manter-se intocados pela Indústria 4.0, o que significa que, com o acesso à informação em apenas alguns cliques, as organizações precisam estar ainda mais atentas ao que ocorre no ambiente interno e externo, buscando constantemente a inovação a fim de satisfazer às novas demandas que surgem em ritmo acelerado.

    Por fim, destacamos a necessidade de adotar uma abordagem de sistemas, pois as mudanças serão muito mais amplas e profundas do que as que vivenciamos no passado.

    Com as características da 4a Revolução Industrial destacadas, dizemos que a Indústria 4.0 tem a ver com aumento de receita. Para entender melhor, acompanhe o raciocínio: com o avanço de tecnologias e com um mundo cada vez mais conectado, espera-se aumento de competitividade em nível global. Esse aumento será resultado dos altos níveis de produtividade, também fruto de tecnologias disruptivas.

    Mais produtividade somada ao aumento de competitividade proporcionará oportunidades para empresas aumentarem a receita, especialmente porque as novas tecnologias possibilitarão redução de custos e a entrega de um melhor atendimento aos clientes. Contudo, para que a organização adote novas tecnologias, é preciso haver investimento. E, como você sabe, o profissional mais indicado para avaliar a viabilidade desses investimentos é o controller.

    Controller e seu papel na Indústria 4.0

    Para melhor explorar esse item, faremos uma divisão:

    Avaliação da Viabilidade em Investimentos

    Novas tecnologias vêm para somar, concorda? Bom, sem querer entrar para um campo filosófico, temos que entender que nem tudo se aplica a qualquer negócio. Embora compreendemos que automatização reduz custos e traz muito mais precisão a diversas áreas (experimente trocar as planilhas em Excel por um software de Gestão Orçamentária), temos que estar cientes de que investimentos precisam estar alinhados com o fluxo de caixa, que deve estar em consonância com a gestão orçamentária que, por sua vez, precisa estar alinhada ao planejamento estratégico.

    Por impactarem na lucratividade da empresa, investimentos em tecnologia precisam ser avaliados de maneira minuciosa. Entendemos que investimentos são a aplicação de algum tipo de recurso com a expectativa de receber um retorno futuro superior ao que foi aplicado, compensando inclusive, a perda de uso desse recurso durante o período de aplicação. Em outras palavras, investimento significa a aplicação do capital da empresa em meios (tangíveis e intangíveis) que levam ao crescimento de sua capacidade produtiva.

    Para a análise de investimentos utilizamos indicadores como:

    Para conhecer sobre cada indicador, é só clicar nos links acima. Caso você prefira um material mais completo, preparamos um e-book sobre Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos que você pode baixar gratuitamente clicando no botão abaixo:

    Já que a Quarta Revolução Industrial traz novas oportunidades para aumentar a produtividade por meio de tecnologias, seu papel como controller é o de avaliar se este é o momento certo para realizar tais investimentos.

    Como profissional de controladoria, você tem uma visão abrangente e entende, melhor do que ninguém, como funciona cada área da empresa. Por isso, além de analisar os indicadores que citamos, para apoiar gestores em tomadas de decisão é seu papel também fazer uma análise dos dados provenientes dos mais variados departamentos.

    Análise de Dados

    A Quarta Revolução Industrial é também caracterizada pela imensa quantidade de dados gerados exponencialmente. A isso damos o nome de Big Data, e trata-se do grande volume de dados provenientes de diversos meios e que auxiliam empresas a melhorarem suas operações e tomar decisões mais rápidas e inteligentes.

    Conforme explicamos neste artigo, a controladoria aproveita o Big Data para identificar e entender o que realmente gera valor ao negócio, por meio do monitoramento de Indicadores Chave de Desempenho (KPI’s) financeiros e não financeiros.

    A identificação de oportunidades de crescimento é uma das vantagens da 4 Revolução Industrial, pois profissionais utilizam de informações extraídas de indicadores para, com base neles, analisar, por exemplo, as estratégias de preços e onde otimizar a lucratividade e crescimento.

    As tomadas de decisão na era da Indústria 4.0 são cada vez mais precisas, pois pequenos deslizes podem significar grande perda de competitividade. Controllers terão em mãos mais dados disponíveis para melhor ajustarem suas previsões, fazerem recomendações e conduzirem taticamente as operações com base nas informações. Sendo assim, a Quarta Revolução Industrial exige um departamento de finanças e controladoria orientado para dados, que esteja apto a identificar os principais indicadores e melhor auxiliar gestores nas tomadas de decisão.

    Para explorar melhor esse universo de indicadores, convidamos você a acessar nosso Kit Completo para Gestão de Indicadores de Desempenho (Planilha + E-book com tudo o que você precisa saber para uma gestão de indicadores "best-in-class" em sua empresa). Basta clicar na imagem a seguir e fazer o download gratuito:

    Tenha em mente que sobreviver e crescer na era da Indústria 4.0 significa criar valor por meio da análise de indicadores orientada para o futuro.

    CFO e a criação de Valor na 4a revolução Industrial

    Se falamos em empresas inteligentes, na Indústria 4.0 também tratamos de finanças inteligentes. De acordo com especialistas, isso significa um departamento financeiro ainda mais estratégico para sustentar o sucesso competitivo em mercados cada vez mais exigentes, rápidos e globais.

    A Quarta Revolução Industrial também exige que Diretores Financeiros tenham um mindset voltado para o futuro. Pensar estrategicamente é uma característica que precisa ser incorporada por esses profissionais. Isso significa que não basta apenas olhar dados do passado para tomar decisões. Mais do que nunca, é preciso analisar o que ocorreu para projetar o futuro, com uma visão muito mais estratégica de, por exemplo, investimentos a serem realizados.

    Além disso, com um mercado muito mais exigente, CFOs precisam ser portadores da transparência de informação. A Governança Corporativa nunca foi tão discutida como hoje e o papel do Diretor Financeiro é crucial para fornecer informações transparentes àqueles que estão envolvidos nos resultados da empresa.

    Cada vez mais, veremos CFOs como o fator de confiança para stakeholders (tanto para a divulgação de dados financeiros quanto não financeiros). Isso significa que não há mais espaço para informações desconexas. Trocando em miúdos: o cenário orçamentário e financeiro da empresa retratado para os gestores deve ser o mesmo daquele retratado externamente.

    O surgimento de novas tecnologias, com novos recursos de dados e visões analíticas, oferece oportunidades para aumentar a transparência, produzir relatórios financeiros mais relevantes, perspicazes, padronizados e automatizados.

    Outra questão a ser tratada com carinho pelos Diretores de Finança é o timing. Isso porque no ambiente 4.0 stakeholders necessitam de informações em tempo real (com uso de Inteligência Artificial), incluindo tendências futuras de estratégia e como os riscos estão sendo geridos. Portanto, relatórios anuais, sozinhos, não responderão aos anseios de stakeholders por dados mais precisos.

    Desse modo, entendemos que a função do CFO na Quarta Revolução Industrial precisa evoluir para atender às necessidades dos acionistas e demais partes interessadas, especialmente no que tange ao fornecimento de informações de forma muito mais rápida (real time) e com uma visão de futuro.

    Concluindo

    A Quarta Revolução Industrial é marcada por Big Data, robótica e automação. Em um mundo de tecnologia, não esqueça da regra de ouro: nunca coloque máquinas na frente de pessoas. Se pessoas, no caso os colaboradores, enxergarem a si mesmos como dispensáveis, toda a tecnologia será um tiro no pé.

    Nós da Treasy entendemos que negócios somente prosperarão se seus líderes entenderem o valor de seus recursos humanos e de seus clientes. Para isso, precisam estar munidos de informações que direcionem o negócio para um futuro que faça sentido tanto para seus stakeholders quanto para clientes (especialmente no que diz respeito aos padrões de consumo) e, claro, para o caixa da empresa. E o responsável por extrair e interpretar essas informações foi e continuará sendo o controller.

    Quanto mais vamos vivenciando a Indústria 4.0, mais temos que procurar compreender como as pessoas estão interagindo não apenas com a tecnologia, mas também com suas consequências, como as questões de transparência, confiança e privacidade.

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