Que tipo de líder você é? Ou, ainda, qual estilo de liderança faz mais sentido para você? Como já abordamos neste artigo, ao contrário de um chefe, um líder é aquele tipo de pessoa que inspira, motiva e engaja.
Dentro desse universo de líder e liderados existem diversos modelos de liderança, assim como vários tipos de líderes. Para o teórico em gestão Simon Sinek, um bom líder é aquele que faz seus empregados se sentirem seguros. Em um Ted Talk intitulado Por que bons líderes fazem você se sentir seguro, ele diz que o líder é quem impõe o ritmo da empresa. Confira o vídeo aqui:
Seguindo a linha de raciocínio, se o líder dita a música, é preciso que ele saiba quais ritmos musicais seus liderados conhecem. Ora, não adianta tocar um tango e esperar que todos saibam dançá-lo, concorda?
Por isso, é função do líder compreender como fazer com que sua liderança se adeque com a capacidade de seus colaboradores de executarem determinada tarefa. Quem sabe dançar tango não precisará de aula, quem nunca fez aula de dança terá que ser carregado, e quem já dançou um tango pode vestir seu traje e partir para a pista. É mais ou menos esse tipo de avaliação que faz um líder que aplica a Teoria da Liderança Situacional. É sobre ela que falaremos hoje. Vamos bailar (ou melhor, vamos juntos na leitura?)
O que é Liderança Situacional?
Dentre os estilos de liderança, temos a Liderança Situacional, teoria desenvolvida em 1969 por Paul Hersey e Ken Blanchard. Como o nome sugere, um líder situacional é aquele que consegue adaptar seu comportamento a diferentes situações. Ainda, em outras palavras, a eficácia do líder está na sua capacidade de adaptar seu comportamento gerencial ao nível da maturidade ou sofisticação de seus subordinados, ou seja, à situação.
A beleza da Teoria de Liderança Situacional de Hersey e Blanchard está em aceitar que não existem tipos de liderança melhores. Pelo contrário, pois tudo dependerá da situação a ser enfrentada e as estratégias mais adequadas a serem utilizadas. Na Liderança Situacional, o líder tem o papel de observar sugestões como o tipo de tarefa, a natureza do grupo e outros fatores que podem contribuir para a realização do trabalho.
Para entender melhor, este estilo de liderança afirma que, no mundo moderno, um líder não pode confiar apenas em um estilo de gerenciamento e esperar que ele se adeque a todas as situações. Gerentes e líderes devem ser flexíveis em seus modelos de liderança a fim de obter o melhor de suas equipes e indivíduos.
Como a Teoria da Liderança Situacional argumenta que para líderes serem bem-sucedidos eles devem ajustar a maneira como lideram suas equipes, eles devem entender dois fatores:
- A maturidade das pessoas que estão lidando com as tarefas, ou seja, quão competente é uma pessoa ou equipe na tarefa em questão; e
- Os detalhes da tarefa.
E se tudo depende da situação, nos estilos de liderança situacional os líderes colocam mais ou menos ênfase na tarefa e mais ou menos ênfase no empoderamento das pessoas que lideram. Trocando em miúdos: tudo vai depender do que o líder entende como necessário para desenvolver um trabalho de sucesso.
Os modelos de liderança situacional são representados por quatro quadrantes. Cada um representa um estilo de liderança diferente.
Estilos de Liderança Situacional
Os quatro modos de liderança identificados pela Teoria de Hersey e Blanchard são:
- E1 - Direção: nesse caso o líder precisa dizer aos liderados o que fazer e como fazê-lo. Isso significa que neste estilo de liderança de direção o colaborador necessita aprender a tarefa a ser executada e o líder deverá supervisionar a tarefa até o fim. Seria como se o líder pegasse na mão do colaborador, mostrasse o que ele tem que fazer, e ficasse ao lado dele até que ele conquiste confiança.
- E2 - Orientação: neste segundo nível, o líder oferece supervisão constante para sua equipe, fornecendo feedback continuamente. O líder também pede informações aos seus colaboradores para recolher sugestões, melhorias e novas ideias que possam contribuir para o projeto. A decisão final cabe à liderança, mas perceba no estilo de orientação o envolvimento da equipe faz com que ela sinta-se motivada a contribuir com melhorias.
- E3 - Apoio: aqui os líderes devem facilitar e incentivar seus liderados. Ao atingir este estágio, a liderança oferece oportunidades para que a equipe discuta e analise perspectivas diferentes, enriquecendo o processo colaborativo. Observe que nesta abordagem o colaborador tem muito mais respaldo para executar sua tarefa, sendo que o papel de supervisor do líder sai de cena, pois a liderança supervisiona muito pouco o que está sendo feito.
- E4 - Autonomia: como você deve imaginar, neste estilo de liderança situacional o líder tem uma abordagem mais afastada da cena, pois os membros do grupo tendem a tomar a maioria das decisões e assumem a maior parte da responsabilidade pelo que acontece. Aqui, o líder é capaz de delegar responsabilidades ao time, pois neste nível os liderados são maduros, sabem como se comportar, entendem seus papéis e responsabilidades e sabem exatamente o que se espera deles.
Observando os quatro modelos de liderança situacional, você deve ter percebido que, em sua essência, a Teoria da Liderança Situacional fornece aos líderes uma compreensão da relação entre um estilo eficaz de liderança e o nível de comprometimento que os liderados exibem para uma tarefa específica.
Exatamente por isso, dizemos que líderes situacionais:
- Criam equipes e/ou organizações mais produtivas, acelerando o desenvolvimento de colaboradores novos em sua função e/ou que estão aprendendo uma nova tarefa;
- Desenvolvem colaboradores engajados e comprometidos, reconhecendo sua capacidade de autonomia;
- Conduzem mudanças de comportamento e, por consequência, os resultados de negócios;
- Sabem quando podem ser flexíveis e quando devem apertar as rédeas.
Ok, mas como saber qual estilo de liderança você deve aplicar com sua equipe? Para responder a essa pergunta, é preciso avaliar o quão maduro está o liderado.
Entendendo a Maturidade do Subordinado
Conforme a teoria de Hersey e Blanchard, temos quatro estilos de liderança situacional que dependerão do nível de maturidade do indivíduo ou da equipe como um todo (ou seja, dependerá do nível de conhecimento e competência). Sendo assim, a maturidade tem a ver com a vontade e a capacidade do colaborador em assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento. Ela é classificada em 4 estágios de prontidão (os quatro níveis de maturidade):
- P1: os liderados membros do grupo não têm conhecimento, habilidades e disposição para concluir a tarefa, ou porque são novos, ou porque não se sentem preparados para tomar decisões e não sabem os passos a seguir. Possuem baixíssima autoconfiança.
- P2: os liderados possuem uma certa experiência e, portanto, estão dispostos e motivados. Todavia, ainda necessitam de apoio.
- P3: os membros do grupo têm as habilidades e capacidade para concluir a tarefa, mas não estão dispostos (e nem se sentem motivados) a assumir responsabilidades.
- P4: Os liderados são altamente qualificados e motivados a concluir a tarefa com autonomia.
Ficou mais clara agora a associação do estilo de liderança situacional com a maturidade do subordinado? Para conseguirmos explicar melhor, confira a seguir:
Mapa da Liderança Situacional
A relação Estilo de Liderança x Maturidade do Liderado é melhor compreendida na figura abaixo:
Os diferentes estilos de liderança situacional variam de E1 a E4. Ao mapear o Nível de Prontidão (P1 a P4) da equipe ou de cada indivíduo o líder situacional consegue escolher o estilo correto para se adequar aos níveis de competência da equipe/indivíduo, combinando o estilo de liderança apropriado com seus níveis de maturidade (isso significa perguntar-se o quão competente é a equipe/indivíduo para completar a tarefa).
Observando o diagrama:
- A maturidade P1 é mapeada para o estilo de liderança E1
- A maturidade P2 é mapeada para o estilo de liderança E2
- A maturidade P3 é mapeada para o estilo de liderança E3
- A maturidade da tarefa P4 é mapeada para o estilo de liderança E4
Teoria da Liderança Situacional: o que o líder deve fazer?
Um estilo de liderança de direção (E1) pode ser necessário no início de um projeto, quando os envolvidos não têm responsabilidade ou conhecimento para trabalhar por conta própria. Todavia, conforme os subordinados vão se tornando mais experientes, o líder pode mudar para uma abordagem de autonomia (E4). Isso é perfeitamente possível, uma vez que o modelo de liderança situacional concentra-se na flexibilidade para que os líderes sejam capazes de se adaptar de acordo com as necessidades de seus liderados e com a exigência da situação.
O líder situacional tem como tarefa:
- Conhecer as individualidades de sua equipe;
- Ajustar seu estilo de liderança adequadamente para atender às necessidades do indivíduo;
- Desenvolver seus liderados a fim de que consigam alcançar o mais alto grau de maturidade.
Além disso, o líder que assume a postura de liderança situacional deve reconhecer que existem muitas maneiras diferentes de lidar com um problema. Líderes precisam ser capazes de avaliar uma situação e os níveis de maturidade dos subordinados, a fim de determinar qual abordagem será a mais eficaz em determinado momento.
Lembre-se que o estilo de liderança situacional deve se adequar à tarefa e às necessidades do indivíduo. Portanto, uma pessoa pode facilmente ser P1 em uma tarefa e P4 em outra. Essa pessoa deve então ser gerenciada de maneira diferente, conforme sua competência para lidar com a tarefa específica. Saber em que nível de competência está cada membro do seu time é a chave para o líder utilizar eficazmente a teoria situacional.
Concluindo
Como Hersey e Blanchard sugerem na sua Teoria de Liderança Situacional, atribuir uma tarefa a um membro que está disposto, mas não tem capacidade, é um tiro no pé. Por isso, a ênfase desse modelo de liderança está em considerar o nível de maturidade de cada membro e avaliar o quanto o indivíduo atende às complexidades da tarefa.
Além de visar ao desenvolvimento da equipe, o líder situacional trabalha para um ambiente produtivo, no qual cada colaborador possa desenvolver suas competências e seja instigado a trabalhar em um processo colaborativo. Isso, logicamente, aumenta a produtividade da equipe.
Falar em time produtivo é também mencionar a melhoria dos processos com o uso de ferramentas específicas para cada atividade.
Se a cultura ágil tem se tornado vital para as empresas brasileiras e o líder situacional sabe se adaptar a ela, é também função da liderança realizar ações práticas para melhorar a produtividade em áreas como a Controladoria, Marketing, Administrativo e Processos. Como esse assunto rende uma boa pauta, convidamos você a assistir ao Webinar sobre produtividade: como tornar seu time mais ágil. Nele apresentamos dicas práticas para trabalhar de forma mais produtiva e eficiente em áreas como:
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