Controller Cast #56 – O que está travando a gestão financeira nas pequenas empresas — e como destravar

Publicado dia 9 de junho de 2025

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Você sente que o financeiro da sua empresa vive apagando incêndio? Que por mais que o time tente organizar, sempre falta tempo, previsibilidade e sobram planilhas desatualizadas? Esse cenário é mais comum do que parece, e precisa mudar.

No episódio 56 do Controller Cast, convidamos Hideki Anagusko, especialista em estruturação financeira de PMEs, para um papo direto ao ponto sobre os principais gargalos que impedem o crescimento financeiro das empresas e, mais importante, como superá-los.

Com mais de 10 anos de experiência como consultor, mentor e gerente financeiro em negócios de diferentes portes e setores, Hideki já viu de tudo: desde empresas que não fazem conciliação bancária até gestores que tomam decisões olhando apenas para o extrato da conta. Ao longo do episódio, ele compartilhou os erros mais frequentes, as boas práticas que realmente funcionam e por onde começar essa transformação. 

Assista o episódio na íntegra (ou ouça no Spotify):

Abaixo você confere os destaques do bate papo:

As principais travas da gestão financeira nas PMEs

Segundo Hideki, o que mais chama atenção ao entrar em uma nova empresa é a ausência de uma rotina mínima estruturada. É comum encontrar situações como:

  • Conciliação bancária feita só quando sobra tempo (ou nunca);
  • Falta de controle de inadimplência e projeção de caixa;
  • Pagamentos, autorizações e conciliações nas mãos da mesma pessoa;
  • Ausência total de planejamento orçamentário.

Esses problemas, além de comprometerem a eficiência do time, abrem brechas para fraudes, erros operacionais e decisões baseadas em feeling — o famoso “deixa que eu vejo no extrato”.

Mas o que está por trás disso tudo? Para Hideki, a raiz do problema está na mentalidade do dono.

“Você pode ter o melhor sistema e um analista dedicado. Se o dono encara o financeiro como mera burocracia, nada vai mudar.”

A falta de valorização da área financeira reflete diretamente na não contratação de ferramentas adequadas, ausência de rituais de fechamento e baixa qualificação técnica da equipe.

A diferença entre improviso e risco

É normal que empresas menores tenham um grau de improviso. Mas quando o financeiro:

  • Não sabe se vai ter dinheiro no final do mês;
  • Vive resolvendo boletos vencidos;
  • Não sabe quanto custa manter a operação rodando;

…isso já não é mais sobre ser “enxuto”, é um risco real de descontinuidade do negócio.

Hideki alerta: “A régua não deve ser o tamanho da empresa, e sim o nível de controle que ela tem sobre o que acontece.” Mesmo negócios pequenos precisam ter visibilidade e previsibilidade financeira, e isso só é possível com processo, método e rotina.

Fechamento mensal: da ressaca à excelência

Um dos temas que mais geram angústia no financeiro é o fechamento do mês. Há empresas que demoram semanas — outras nem conseguem fazer. O pior cenário que Hideki já presenciou? Uma empresa onde não existia nenhum tipo de lançamento, nem plano de contas, nem histórico consolidado. O controle era feito apenas pelo saldo em conta e comprovantes guardados no Google Drive.

Já o melhor cenário é fruto de organização e rituais bem definidos. Hideki compartilha a metodologia que aplicou em um cliente com R$ 30 milhões de faturamento anual, mas que pode ser adaptada a empresas de qualquer porte:

  • Dia 20: lembrete para fornecedores enviarem as notas.
  • Dia 25: corte para novos lançamentos e recebimentos.
  • Dias 26–28: conciliação bancária completa.
  • Dia 30: revisão das previsões e ajustes.
  • 1º dia útil do mês: entrega do DRE e fluxo de caixa.

Tudo isso suportado por um checklist estruturado, arquivos organizados por diretório e nomenclatura padrão, e equipe treinada para seguir o processo como um ritual estratégico — não apenas como tarefa operacional.

“O financeiro precisa parar de ser um apagador de incêndio e virar um centro de inteligência.”

O vilão não é o ERP

Uma armadilha comum que Hideki vê nas empresas é culpar o sistema de gestão (ERP) pelos erros. Mas, segundo ele, o problema está geralmente na base: o processo.

“Se você trocar de ERP sem revisar o processo, só está trocando a bagunça de lugar.”

Antes de buscar uma nova ferramenta, é fundamental revisar os fluxos reais, capacitar o time e alinhar expectativas entre financeiro e diretoria. O sistema é apenas um reflexo do processo, e não o contrário.

Falta de tempo: sintoma de má gestão

Outro ponto recorrente nas empresas é a reclamação de que “não sobra tempo para nada”. Mas será que o tempo está sendo usado da forma certa?

Hideki faz uma provocação poderosa: quanto tempo você gasta apagando incêndio que poderia ser evitado com uma rotina bem feita? É comum ver profissionais gastando horas resolvendo problemas que se repetem mês após mês, mas que não conseguem separar 30 minutos por semana para planejar o fluxo de caixa.

“Se você não arruma tempo agora, vai ser obrigado a fazer isso quando o caixa estourar.”

A chave está em sair da reatividade e construir uma rotina que permita respirar — e pensar.

E o planejamento orçamentário?

No final do episódio, Hideki reforça a importância de trabalhar com orçamento, mesmo em empresas pequenas. Para ele, o orçamento não é só uma ferramenta de previsão, mas um verdadeiro roteiro de aprendizado.

  • Permite tomar decisões mais embasadas;
  • Ajuda a definir metas e acompanhar indicadores;
  • Dá visibilidade sobre o que está performando e o que precisa ser ajustado.

“Não é só sobre bater meta. É sobre entender o que deu certo e o que precisa mudar.”

Por onde começar a destravar o financeiro?

Hideki compartilha os três pilares da sua metodologia:

  1. Pessoas: avaliar se a equipe tem as habilidades e o volume adequado de demandas;
  2. Processos: entender as rotinas, identificar gaps e padronizar atividades;
  3. Ferramentas: garantir que os sistemas utilizados dão suporte para a operação e a tomada de decisão.

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