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O que é Capital Fixo e Capital Circulante, e qual a importância desses conceitos?

Capital Fixo e Capital CirculanteToda empresa precisa de dinheiro em caixa para realizar suas atividades. Além disso, qualquer negócio, seja do porte e segmento que for, precisa realizar o Acompanhamento Orçamentário. Fazer esse acompanhamento mensalmente significa comparar o que foi previsto com o que realmente está sendo realizado, sempre de acordo com os compromissos com os resultados assumidos na fase de elaboração do orçamento.

Bom, isso é assunto para outro post (este aqui) e o que importa agora para nós é abordar o dinheiro no caixa da empresa, chamado de capital. Assim, chegamos ao Capital Fixo e Capital Circulante (também conhecido por Capital de Giro). Ambos impactam e são diretamente impactados pelas operações financeiras da empresa.

Para aprender mais sobre o que é Capital Fixo e Circulante e suas relações com Liquidez, Necessidade de Capital de Giro, Ciclo Operacional e Financeiro, acompanhe este artigo completíssimo.

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    Antes, precisamos falar de ativos

    Para falar de Capital Fixo e Capital Circulante precisamos deixar alinhado os significados de dois conceitos: Ativo Fixo e Ativo Circulante.

    Começando pelos Ativos Fixos, dizemos que são todos os bens necessários para a empresa conseguir realizar suas atividades. Conhecido também por Ativo Imobilizado ou Não Circulante, o Ativo Fixo é uma peça de propriedade tangível ou intangível, de propriedade da empresa, e que não se espera que seja convertida em dinheiro em um curto prazo.

    Isso significa que todos os bens que podem virar dinheiro, mas que precisam de tempo para essa transformação, são classificados como Ativo Fixo. Em outras palavras, possuem menos liquidez, que é a facilidade de um item transformar-se em dinheiro.

    Exemplos de Ativos Fixos são os tangíveis (existem materialmente e podem ser tocados, como veículos, material de escritório, bens a receber no longo prazo, máquinas, terrenos etc.) e intangíveis (direitos autorais, patentes etc.).

    Já o Ativo Circulante são os bens e recursos aplicados na empresa e que podem ser convertidos facilmente em dinheiro em curto prazo. Podemos dizer que o Ativo Circulante agrupa dinheiro e diz respeito às contas que estão constantemente em giro, ou circulação.

    Como exemplos de Ativos Circulantes temos estoque, matéria-prima, enfim, todos os bens e direitos que a organização consegue transformar em dinheiro no curto prazo (final do exercício seguinte).

    Além de ser importante termos esses dois itens bem esclarecidos para o entendimento de Capital Fixo e Circulante, saber diferenciar os ativos é essencial para o Balanço Patrimonial (BP), o qual, juntamente com o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), compõe a tríade das principais demonstrações contábeis e gerenciais de uma empresa.

    Para saber mais sobre o Balanço Patrimonial (BP), recomendamos este artigo. E caso você queira algo mais mão na massa, sugerimos a planilha que preparamos com um modelo de Balanço Patrimonial em Excel. Você pode baixá-la gratuitamente no botão abaixo:

    Para encerrar este tópico, conseguimos entender que Ativos Fixos e Circulantes compõem o Balanço Patrimonial, mas diferem-se pela liquidez, certo? Continuando com ambos os conceitos em mente, vamos partir para o assunto principal deste artigo, Capital Fixo e Capital Circulante, e avaliar cada conceito separadamente.

    O que é Capital Fixo?

    O Capital Fixo corresponde ao Ativo Fixo de uma empresa, ou, ainda, ao capital físico que não é consumido durante o ciclo de produção (ativo imobilizado). Portanto, são considerados Capital Fixo todos os ativos que não serão consumidos ou destruídos durante a produção de um bem ou serviço, mas têm um valor reutilizável.

    Lembra do conceito de ativo fixo? Pois bem, pense em uma máquina. Ela entra no Capital Fixo da empresa, já que é necessária para que um bem seja produzido. Ainda podemos dizer que o Capital Fixo serve de apoio para as atividades de produção, ou seja, dá o alicerce para que a empresa produza seus bens.

    Importante ressaltar que o Capital Fixo não inclui os materiais utilizados na composição do bem, como matéria-prima. Se você lembrar da definição que demos no capítulo anterior isso fica fácil de entender, já que ativos fixos precisam de tempo para virarem dinheiro. Investimentos em Capital Fixo incluem ferramentas, equipamentos, imobiliário necessário para criar e armazenar os bens que estão sendo produzidos, entre outros.

    O montante de capital fixo necessário para o estabelecimento de uma empresa varia. Algumas linhas de negócios, como fabricantes industriais, exigem um alto investimento em capital fixo. Por outro lado, negócios baseadas em serviços, como empresas de contabilidade, podem ter capital fixo mais limitado (prédios de escritórios, computadores, materiais de escritório etc.).

    Na contabilidade, exemplos de capital fixo incluem investimentos financeiros, aplicações financeiras de médio e longo prazo (não sujeitas por norma a amortizações), bens tangíveis (móveis e imóveis) que estão registrados no imobilizado da empresa, entre outros itens.

    Depreciação e Liquidez do Capital Fixo

    A Depreciação nada mais é do que a redução do valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Na lista de bens que sofrem depreciação temos:

    Investimentos em Capital Fixo não se depreciam da maneira uniforme. Alguns desvalorizam mais rápido, enquanto outros têm vidas infinitamente utilizáveis. Por exemplo, um automóvel zero perde valor significativamente ao ser transferido da concessionária para o novo proprietário. Em contrapartida, os edifícios de propriedade da empresa podem depreciar-se a uma taxa muito menor.

    Para que a empresa não tenha um “susto” na hora de realizar um novo investimento, uma boa prática é calcular o valor que o bem perderá ao longo de sua vida útil e mensalmente provisionar este valor para a compra de um novo bem. Aliás, esta é uma prática extremamente necessária no processo de Planejamento Estratégico de qualquer empresa e uma etapa mais do que importantíssima no Orçamento Empresarial (sem exageros).

    Caso sua empresa precise de uma mãozinha no Orçamento Empresarial, sugerimos o webinar Orçamento Empresarial na Prática. Trata-se de um passo-a-passo para que o Planejamento Financeiro e Acompanhamento Orçamentário sejam implementados em sua empresa. Para acessá-lo, clique na imagem abaixo:

    Com relação à liquidez, conforme falamos sobre os ativos fixos, o Capital Fixo possui baixa liquidez. Isso acontece porque ativos de capital fixos são caros e o compromisso de tempo exigido para vendê-los (e transformá-los em dinheiro) é muitas vezes demorado. E se você nos permitir mais uma dica, queremos deixar aqui a recomendação da leitura do artigo Indicadores de Liquidez – Corrente, Seca, Imediata e Geral.

    E o que significa Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)?

    Na contabilidade nacional, são analisados os bens de equipamentos existentes em uma economia (no nosso caso, o Brasil) num determinado período. O indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) mede o quanto as empresas conseguiram aumentar seus bens de capital (bens utilizados para produzir outros bens, como máquinas, equipamentos e material de construção).

    Ele é extremamente importante para apresentar como anda a capacidade de produção do país (se há aumento ou declínio) e a confiança dos empresários no futuro. A Formação Bruta de Capital Fixo é calculada pelo IBGE a cada três mês. No cálculo entram bens duradouros adquiridos para um ciclo produtivo, assim como bens e serviços.

    O que é Capital Circulante?

    O Capital Circulante é também conhecido como Capital de Giro. Corresponde aos ativos que a empresa necessita para manter seu processo produtivo em funcionamento e que gera os recursos necessários para cobrir o investimento.

    Por isso, toda organização produtiva tem sua atividade vista como um ciclo de utilização e recuperação de capital. O tempo levado por cada ciclo varia de acordo com o tipo do negócio. Ainda podemos dizer que o Capital Circulante é uma espécie de barômetro e mede a solidez financeira da empresa e sua eficiência operacional. Trata-se do resultado do ativo circulante menos o passivo circulante, sendo que:

    O Capital Circulante pode ser classificado em:

    O Capital Circulante tem a ver com a implantação de recursos financeiros nas operações diárias da empresa. Exatamente por isso que investir em Capital Circulante significa adquirir ativos de curto prazo e incorrer em passivos de curto prazo.

    Quando falamos em Capital Circulante, temos que lembrar que cada empresa, com suas particularidades, possui um Ciclo Financeiro e Operacional específicos.

    Capital Circulante, o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro

    Iniciando pelos conceitos, o Ciclo Financeiro, ou Ciclo de Caixa, é o tempo de pagamento aos fornecedores até o recebimento do valor correspondente às vendas do produto final. Para você entender melhor, o Ciclo de Caixa é o caminho do dinheiro.

    Assim, quanto maior for o prazo dos fornecedores, mais dinheiro a empresa terá em caixa e menor será o Ciclo Financeiro. Quanto menor for o Ciclo Financeiro, melhor será para a saúde do seu negócio. E o que isso significa?

    Como o Capital Circulante é a subtração do ativo circulante menos o passivo circulante, é essencial que, ao negociar com fornecedores (de matéria-prima, por exemplo), o gestor de tesouraria tenha poder de negociação. Isso porque, para a Gestão do Fluxo de Caixa, a regra é: antecipar recebimentos e postergar pagamentos.

    Consegue ver a relação entre Capital Circulante e Ciclo Financeiro? Então, agora vamos para o Ciclo Operacional, que é a soma de todos os acontecimentos de uma operação empresarial (inicia com a compra de matéria-prima, passa pela produção, avançando pela venda do produto e vai até o recebimento relacionado às vendas realizadas).

    O Ciclo Operacional compreende o período (em média) entre os desembolsos para as operações e as entradas de caixa, ou seja, envolve o Capital Circulante. Por isso, o Ciclo Operacional expressa o tempo em que as aplicações de recursos demoram a se transformar em recebimento. Traduzindo, é o processo que envolve a compra de estoque e/ou matéria prima.

    Sendo assim, uma parte do capital de giro (ou sua totalidade) é financiada pelos fornecedores e seus prazos médios de pagamento. Falaremos sobre isso mais adiante, mas o que importa aqui é a relação do Capital Circulante com o Ciclo Operacional e Financeiro. Para uma visão mais aprofundada do assunto, recomendamos a leitura do artigo Ciclo Operacional x Ciclo Financeiro e a relação com um fluxo de caixa no azul.

    Resumindo: diferenças entre Capital Fixo e Capital Circulante

    Ligando todos os pontos, podemos então juntar os conceitos de Capital Fixo e Capital Circulante e analisar suas principais diferenças:

    Entendemos que o requisito básico para qualquer empresa fazer negócio é ter capital. Assim, temos que Capital Fixo e Capital Circulante fazem parte do Capital Total da empresa. Cada um apresenta suas singularidades e são diferentes na essência, mas é importante ressaltar que um complementa o outro.

    O Capital Fixo precisa do Capital Circulante, já que de nada adianta um investimento em máquinas e equipamentos se não existe matéria-prima (o processo de produção não existiria, não é mesmo?). Por isso, podemos dizer que o Capital Circulante garante que os ativos fixos da empresa sejam utilizados de maneira rentável.

    Aliás, em nosso artigo Orçamento de Custo de Produção: como projetar as necessidades de Matéria-Prima, Insumos e Mão-de-Obra de sua empresa! falamos sobre como projetar o orçamento de Custo de Produção para sua empresa.

    Atenção! Cuidados especiais da área financeira com Capital Fixo e Circulante

    Primeiro, vamos falar sobre as decisões de investimento de capital fixo, as quais são tomadas baseadas na comparação do fluxo de caixa que um investimento fixo pode gerar durante sua vida útil. Para isso, são utilizados Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos (como VPL e TIR), que você pode conhecer mais no e-book disponível ao clicar na imagem abaixo:

    Um investimento em Capital Fixo somente pode ser aceito quando as potenciais entradas de caixa superarem as saídas de caixa, por isso é de extrema importância que o controller faça essa análise. Já para orçamento de investimento em Capital Circulante, o processo é baseado no escopo previsto para um determinado período contábil ou exercício fiscal.

    Pensando em investimentos em Capital Fixo e Capital de Giro, temos que investimentos realizados em Capital Fixo são financiados através de dívida de longo prazo. A atenção especial que se deve ter aqui é que no Balanço Patrimonial eles são classificados como passivos de longo prazo.

    Profissionais da área de planejamento e controladoria devem também manter os olhos bem atentos aos prazos médios de pagamento e recebimento. Isso porque se a estrutura de Pagamentos x Recebimentos de sua empresa estiver muito desbalanceada, poderá correr o risco de que grandes desembolsos sejam realizados no pagamento de juros.

    Ao ter estabelecido o Prazos Médios das principais contas da empresa, o controller estará apto a calcular a Necessidade de Capital de Giro (NCG), um dos Indicadores de Caixa mais importantes para qualquer empresa.

    A NCG apresenta o valor mínimo que a empresa precisa ter de dinheiro em seu caixa para garantir que operações de compra, produção e venda de produtos ou serviços não pare por falta de recursos para pagar fornecedores e funcionários. Portanto, saber o quanto de Capital Circulante sua empresa necessita para fazer o Capital Fixo funcionar é fundamental!

    E para você não ficar com nenhuma dúvida sobre o que falamos aqui, acompanhe nossa sugestão de artigos:

    Concluindo

    O Capital Fixo diz respeito a todos os ativos que não serão consumidos ou destruídos durante a produção de um bem ou serviço, mas têm um valor reutilizável. Já o Capital Circulante corresponde aos ativos que a empresa necessita para manter seu processo produtivo em funcionamento e que gera os recursos necessários para cobrir o investimento.

    Falar sobre Capital Fixo e Capital Circulante é falar do que toda empresa precisa para ter suas operações em funcionamento, já que sem capital circulante não tem como adquirir capital fixo. Alguns conceitos são de extrema importância para abordar ambos os tipos de capital, como: depreciação, liquidez, prazo médio de pagamento e recebimento, necessidade de capital de giro, ciclo operacional e ciclo financeiro.

    Esperamos que conhecer mais sobre Capital Fixo e Capital Circulante o ajude em suas atividades. Deixe um comentário contando o que achou do artigo e compartilhe conosco qualquer outro conhecimento que possa contribuir com o tema. Fique à vontade também para compartilhar este post com seus colegas.

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