
Infelizmente não conhecemos o autor da frase (se você conhece, deixe nos comentários), mas ela certamente deveria ser adotada como mantra em sua empresa também.
Os Custos Variáveis, como o próprio nome sugere, são aqueles que variam proporcionalmente com o volume de produção ou atividades produtivas da empresa. Ou seja, seus valores dependem diretamente do volume produzido, que por sua vez vai variar conforme volume de vendas efetivado num determinado período.
Veja alguns exemplos de itens classificados custos variáveis:
- Matérias-primas;
- Insumos produtivos (água, energia elétrica, combustíveis, etc.);
- Embalagens;
- Mão de obra industrial (própria ou terceirizada);
- Materiais e suprimentos para produção.
Neste artigo vamos conhecer um pouco mais sobre os conceitos de Custos Variáveis e também como realizar o Orçamento de Custo de Produção para sua empresa.
Classificação dos Custos de Vendas
De acordo com as atividades realizadas pela empresa, podemos classificar os custos de vendas de três formas: CPV, CMV e CSV.
Neste artigo, vamos detalhar um pouco mais o CPV (por ser o mais complexo), mas antes vamos ver um pouco sobre cada um deles:
CPV - Custo dos Produtos Vendidos
Este tipo de classificação do custo de vendas geralmente está associado as indústrias, que fabricam os produtos que vendem.
Neste caso, o custo dos produtos será composto de matérias-primas, insumos, mão-de-obra necessária para fabricação e os gastos gerais de fabricação (como energia elétrica e a depreciação das máquinas e equipamentos produtivos).
CMV - Custo das Mercadorias Vendidas
Já o CMV é utilizado no calculo dos custos de vendas de empresas de comércio ou que apenas revendem mercadorias.
Para as mercadorias vendidas, o custo será o próprio preço de compra do item que será revendido.
CSV - Custo dos Serviços Vendidos
Por fim, temos o CSV, que como o próprio nome ajuda a explicar, é o custo dos serviços prestados.
Também conhecido como CSP (Custo dos Serviços Prestados), geralmente este tipo de custeio é utilizado em empresas onde não existe a venda de um produto ou mercadoria, e sim a prestação de um serviço, que pode ser desde horas de uma pessoa (como o caso de uma consultoria, escritórios de advocacia, agências de marketing, etc.), como um aluguel de uma máquina, equipamento ou até mesmo recurso computacional pago mensalmente (exemplo de softwares online, como o Treasy).
Sendo assim, o custo dos serviços vendidos é composto do valor dos salários e todos os demais custos ligados ao pessoal que presta os serviços, incluindo valores como aluguéis, energia elétrica e outros gastos de instalação e manutenção que sejam necessários para que os profissionais realizem seu trabalho.
Separando Custos e Despesas
No momento de calcular os custos de sua empresa, é de extrema importância saber diferenciar o que são custos e o que são despesas, pois isto afeta diretamente a composição da Margem de Contribuição dos produtos e serviços que sua empresa comercializa.
A grosso modo, os custos estão diretamente ligados aos bens e serviços vendidos, ou seja, se não houver venda, não há custo (se não houver venda, “teoricamente” não há produção e não haverá a necessidade de compra dos itens produtivos). Claro que existe a possibilidade de produção mesmo sem venda para composição de estoques, mas este é um caso particular que não vamos entrar aqui.
Já as despesas acontecem havendo ou não havendo vendas. Ou seja, independente do volume de vendas da empresa no período, a empresa continuará tendo as despesas operacionais como aluguel e salários do pessoal administrativo. Até por isto este tipo de despesa é classificado como uma despesa fixa, que não varia com o volume de vendas.
Se você quiser saber mais sobre a diferença entre custos e despesas, recomendamos este artigo de nosso blog e também o infográfico gratuito que trata a gestão e classificação dos desembolsos de uma empresa.
E agora que já estamos contextualizados, vamos ver na prática como projetar Custos Variáveis e realizar corretamente o Orçamento de Custo de Produção de sua empresa.
01 - Listando as Matérias-Primas e Insumos utilizados na fabricação de seus produtos
O primeiro passo na projeção de custos variáveis é fazer uma lista de tudo que sua empresa precisa comprar para produzir dos itens que comercializa (ou os próprios produtos que revende no caso do comercio).
Estes itens podem ser matérias-primas, insumos e até mesmo a mão de obra utilizada na produção, seja ela própria ou terceirizada.
Veja aqui ao lado um exemplo:
DICA: uma dica interessante é realizar essa separação entre matérias-primas, insumos e mão de obra, para que sua empresa possa analisar quais grupos representam seus maiores custos produtivos.
Aqui neste link, você encontra um artigo explicando em detalhes a diferença entre matéria-prima e insumos, incluindo mais alguns exemplos.
02 - Informando os preços de compras das matérias-primas e insumos
O próximo passo também é bastante simples. Basta informar o preço de compra para cada um dos itens utilizados na confecção dos produtos de sua empresa.
Na imagem abaixo, temos um caso onde o preço de compras de um tecido está sendo orçado em Reais por metro.
Na hora de realizar seus planos de produção, deve-se sempre levar em consideração sempre a unidade de medida em que o insumo é comprado e também a unidade de medida em que ele é utilizado, para evitar confusões relacionadas a conversão de unidades de medida.
DICA: na hora de planejar, cuidado também com itens sujeitos a variações de preço causados, por exemplo, pela sazonalidade (estação do ano ou clima) ou por flutuações de cambio (matérias-primas importadas).
03 - Montando a Composição de cada item
Agora que você já tem uma estimativa do preço unitário cada matéria-prima, é hora de saber o quanto vai precisar de cada uma delas, para que sua empresa possa se preparar para comprar antecipadamente, evitando problemas e claro, negociando melhores condições.
Para isto, é necessário que você monte a composição de cada produto. Essa composição, também chamada de ficha técnica, receita de fabricação ou engenharia do produto, é basicamente a uma lista de tudo que é necessário para fabricar aquele item. Veja um exemplo:
Seguindo no nosso exemplo de uma indústria de confecções, na imagem acima, estão sendo demonstrados todos os itens necessários para produção de uma calça do tipo sarja.
04 - Informando a Quantidade de Matéria-Prima necessária para cada produto
Além de o que vai, é preciso dizer também o quanto da matéria-prima ou insumo é necessário para fabricação de uma unidade do produto a ser vendido. Veja no exemplo abaixo, onde está sendo demonstrado que para produção de 01 unidade de calça sarja, é necessário 1,2 metro de tecido.
DICA: peça ajuda dos gerentes industriais para realizar esta parte do processo. Como eles tem “na ponta da língua” o que é necessário para fabricar cada produto, poderão ajudar na criação das engenharias e dar bastante velocidade a criação da projeção de custos.
05 - Analisando os resultados
Pronto! Agora que você já montou o Orçamento de Custo de Produção de sua empresa, é só analisar os resultados gerados e seguir em frente com a produção ou realizar os ajustes necessários para melhorar a rentabilidade.
São inúmeras as decisões que podem ser tomadas com base na projeção de custos gerada, mas vamos listar aqui três que consideramos bem importantes e deixamos como convite a reflexão:
- CPV (custo do produto vendido) – O CPV calculado com base na engenharia dos produtos, quando comparado ao preço de venda, gera uma Margem de Contribuição positiva o suficiente para que sua empresa possa pagar as despesas operacionais e acumular lucro?
- Volume de Produção – Sua área de vendas pode vender, mas será que sua área industrial está preparada para produzir todo o volume de produtos que está sendo demandada?
Além disto, as vendas estão bem distribuídas ao longo do ano aproveitando a capacidade produtiva da empresa ou acumulada em períodos específicos, sobrecarregando a produção em alguns períodos e deixando ociosa em outros?
Pode ser o momento de avaliar a implantação de um PCP (Planejamento e Controle de Produção)!
- Volume de Compras – também baseado nas vendas e na capacidade produtiva, sua empresa agora sabe os insumos e matérias-primas que precisará comprar para produzir tudo que será vendido. Mas há capital de giro suficiente para a compra? E espaço para estocagem? Quais são os fornecedores? E quais são os fornecedores backup?
Pode parecer simples, mas são perguntas que sua empresa precisa se responder para evitar problemas e até mesmo deixar de entregar o que está planejando vender, comprometendo o resultado financeiro e também a imagem da empresa.
PS: nos exemplos deste post, utilizamos o Treasy, nosso sistema online para Planejamento e Controladoria para realizar as projeções e análises. Se quiser conhece-lo, mande uma mensagem para nós: [email protected].
Mas você também pode utilizar planilhas ou outras ferramentas para realizar as projeções de sua empresa. O importante é não deixar de fazer!
E pensando nisso, disponibilizamos uma Planilha com um Modelo de Orçamento Empresarial. Você pode fazer o download gratuito clicando no botão abaixo.
Este post faz parte de uma série de artigos práticos sugeridos por nossos clientes e leitores. Nas próximas semanas traremos outros exemplos práticos abordando as demais áreas do planejamento econômico-financeiro empresarial.
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