No ambiente corporativo é muito comum incorporarmos ao uso cotidiano palavras de outras línguas, muitas vezes ainda sem tradução direta para língua portuguesa e assim vai se formando um dialeto próprio da Gestão do Desempenho Empresarial.
Uma destas palavras, bastante em alta ultimamente é o Compliance, termo da língua inglesa que praticamente já faz parte do vocabulário de gestão brasileiro.
Mas você sabe o que é Compliance?
Em tradução literal do termo “to comply”, significa agir de acordo com uma regra, uma instrução, um comando ou um pedido. Olhando pela ótica corporativa, podemos resumir o Compliance como estar em conformidade com os regulamentos internos e externos à empresa.Isto quer dizer que a empresa deve estruturar um conjunto de mecanismos que garantam o cumprimento de todas as normas e políticas estabelecidas para o negócio. Estas normas podem ser tanto internas (como a missão, visão e valores), quanto externas (leis e diretrizes do ramo de atuação em que a empresa está inserida).
Estes é um dos pilares do GRC (Gestão da Governança, Risco e Conformidade) e tem ainda os objetivos de detectar, evitar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer, sendo um eficiente instrumento para condução dos negócios.
A atividade surgiu inicialmente em instituições financeiras, regidas por mercados altamente regulados e com grande necessidade de estar em conformidade com grande quantidade de leis e regulamentos. Mas hoje já está presente em empresas dos mais variados segmentos que buscam reduzir riscos legais.
Além disto, a Gestão da Conformidade é uma forma de fazer valer a missão, visão e valores da organização, garantindo que todos na empresa estejam engajados com as políticas internas e levando assim a um maior crescimento dos resultados.
Benefícios para as empresas que adotam o Compliance
As organizações expandiram consideravelmente o escopo e a complexidade das suas atividades e como resultado, enfrentam um ambiente regulatório em constante mudança e cada vez mais complicado. Assim a implantação desta ferramenta em sua empresa auxilia a garantir a conformidade com as leis e regulamentos e evitar litígios, multas financeiras, restrições regulatórias ou outras punições.
Além disso, uma boa política de Conformidade ajuda a evitar casos de exposição negativa da imagem da empresa a fatos associados à corrupção, assédio moral, condutas antiéticas, fraudes, problemas ambientais e outras várias falhas que podem gerar danos à reputação da companhia, seus administradores e investidores.
Em resumo, estar em Conformidade interna e externamente traz uma série de benefícios, destacando a empresa como séria e reconhecida no mercado de forma positiva. À vantagem competitiva se junta à credibilidade, que permite o desconto em linhas de crédito, valorização interna da organização, melhor retorno de investimentos, entre diversos outros benefícios.
O que fazer e como fazer
Quando surgiu a Gestão de Conformidade, a maioria das empresas direcionou a atividade para ser desempenhada pela área jurídica, considerando a expertise destes profissionais nas interpretações de leis e regulamentos.
Todavia, hoje as necessidades passaram a demandar um profissional que vá além de normas e políticas. Além das diretrizes externas, é preciso incluir também os processos operacionais e políticas internas, criando a mentalidade da busca pela melhoria contínua.
Neste sentido, é impossível definir normas e procedimentos internos para garantir que a empresa esteja em conformidade, sem que haja domínio e conhecimento do negócio e de todos os processos e a abrangência dos mesmos, interna e externamente, para mostrar e comprovar ao mercado que estão adotando as boas práticas, ou seja, “estão em Conformidade”.
Na hora de montar uma política de Gestão da Conformidade para sua empresa, realizar alguns destes questionamentos pode ajudar:
- Qual é a visão da organização sobre essa função?
- Como alinhar a função de Compliance aos valores e objetivos da organização?
- Qual é o perfil de atuação? Gestão de consequências ou prevenção?
- Quais são os objetivos, papéis e responsabilidades da função de Compliance na organização?
- Quais temas devem ser tratados? Ambiental, tributário, trabalhista, políticas internas etc.?
- Qual é a estrutura organizacional? Qual é a relação com órgãos regulamentares?
- Qual é a relação com as demais áreas? Riscos Ambientais, Jurídico, Recursos Humanos, Auditoria Interna, Relações Institucionais, Controles Internos, Gestão de Riscos etc.?
Lembre-se que o principal objetivo de adotar a metodologia é diminuir riscos de imagem e riscos legais que podem atingir empresas no exercício de suas atividades. Por isso manter a Conformidade significa também incluir os processos utilizados na organização, o que eleva o mapeamento e gestão de processos a outro patamar de importância, dentro dessa lógica.
Outro ponto importante é pensar se há a possibilidade de manter um profissional que se dedique a analisar e encontrar formas de manter a empresa em Compliance. Mas independente da presença ou não desse profissional, a manutenção da Conformidade deve estar sempre nas mãos da alta administração
Ou seja...
Manter uma instituição em conformidade significa atender aos normativos dos órgãos reguladores, de acordo com as atividades desenvolvidas, bem como dos regulamentos internos. Uma boa política de conformidade se traduz em uma boa gestão e bons negócios.
Saber disso é entender essa prática como uma ferramenta estratégica que as instituições mais bem preparadas utilizam para nortear a condução dos negócios, proteger os interesses de seus clientes e salvaguardar seu bem mais precioso: sua reputação.
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