Calcular o lucro econômico e o lucro contábil é de extrema importância para qualquer empresa. Esses dois indicadores fornecem informações vitais para os gestores tomarem melhores decisões. Isso porque o lucro contábil explica o resultado da empresa de maneira estritamente matemática, com a fórmula básica: receita total - custos explícitos. Já o lucro econômico une aos números algumas questões mais subjetivas, relacionadas às escolhas que precisam ser feitas, ao tipo de negócio, ou, ainda, ao gestor responsável.
Para ajudar você a entender melhor a diferença entre esses dois cálculos e conseguir saber de maneira mais precisa o lucro da empresa, trouxemos alguns conceitos importantes. Além de mostrar como fazer os cálculos dos dois indicadores. Também falaremos sobre custo de oportunidade e como ele entra nessa discussão. Acompanhe!
Lucro além dos números
Em poucas palavras, o lucro contábil, mais disseminado entre as empresas, tem como principal função fornecer informações a públicos externos, como os órgãos responsáveis pelos recolhimentos dos tributos. Trata-se de uma visão objetiva, que olha o resultado passado e presente.
Apesar disso, não se podem olhar o lucro contábil apenas como uma obrigação, já que vai muito além disso. Isso porque ele é fundamental para que o gestor saiba se o negócio está, em determinado período, operando no prejuízo ou tendo bons resultados.
Já o lucro econômico enxerga o presente e oferece uma visão de futuro dos números, fornecendo informações essenciais ao público externo e, principalmente, ao interno. Isso porque ele considera aspectos subjetivos e possibilita uma análise sobre a rentabilidade do patrimônio líquido da empresa, por exemplo. Isso porque envolve números que, em geral, não possuem vínculos com o fisco. São criadas, assim, melhores condições para a tomada de decisão.
Calcular o lucro econômico é uma maneira de ver se o negócio realmente é vantajoso, comparando as opções e identificando se elas oferecem rendimentos maiores ou menores. Para um possível investidor, por exemplo, essa informação é primordial e o ajudará a decidir se realiza ou não o aporte financeiro.
Para você compreender melhor, vamos a um exemplo: uma empresa pode ter um lucro contábil positivo de R$ 10.000 por mês e um lucro econômico negativo de R$ 15.000. Olhando de forma objetiva, há motivo para comemorar, pois as receitas superaram os gastos. No entanto, considerando a realidade do mercado e outras opções de investimento, o negócio vive uma ilusão.
De forma prática, podemos dizer que só é possível afirmar se a empresa está tendo ou não lucro econômico se olharmos o contábil. Um empresário que visualizou o potencial de um negócio só vai conseguir saber se estava realmente certo ao longo dos meses, quando começar a descontar das receitas todos os gastos e ver se há algum ganho.
Custo de oportunidade
Antes de aprendermos como calcular o lucro da empresa, vamos fazer uma pausa para entender o que é custo de oportunidade. Esse indicador é essencial no processo de a tomada de decisão, principalmente no que se refere às informações financeiras.
O custo de oportunidade pode ser conceituado como o valor máximo do uso alternativo dos recursos disponíveis, ou seja, trata-se da possibilidade de maior potencial de ganho dentre todas as existentes. É o que você ganha ou perde ao fazer determinadas escolhas, pois tomar uma decisão significa renunciar a todos os outros caminhos possíveis, não é mesmo?
Vamos imaginar um empresário que acabou de vender a empresa e precisa decidir o que fazer com o capital de R$ 1 milhão. Ele tem três opções: abrir um novo negócio, tornar-se investidor-anjo ou aplicar o dinheiro em um fundo imobiliário. Para decidir, ele vai levar em consideração os objetivos, os ganhos e as perdas de cada opção, calculando, assim, o custo de oportunidade. Se escolher abrir um novo negócio, terá retorno médio mensal de R$ 30 mil, mas estará abdicando dos rendimentos de R$ 45 mil que pode vir a ter como investidor-anjo e R$ 40 mil com a aplicação no fundo imobiliário. O custo de oportunidade nesse caso é de R$ 45 mil, porque é o maior valor entre as alternativas que o empresário tinha para escolher.
O custo de oportunidade, por sua vez, não é colocado na contabilidade da empresa, pois não é desembolsado e não entra nas contas como um gasto. Por isso, é considerado um custo implícito, ao contrário daqueles itens que citamos anteriormente, como salário e energia elétrica, que são gastos explícitos, já que saem do caixa e representam um gasto real. Dito isso, voltemos ao lucros.
Como calcular o Lucro Econômico e o Lucro Contábil
O cálculo do lucro contábil é relativamente simples, já que é a diferença entre a receita total que a empresa obteve durante um período e os gastos explícitos. De forma prática, é o que sobra se descontarmos todos os gastos. Esse formato é muito utilizado pelos contadores.
Já o lucro econômico, adotado pelos economistas, é a diferença entre a receita e o gasto total do negócio, que inclui os custos e as despesas explícitas que citamos antes e o custo de oportunidade, que é implícito e não entra na contabilidade.
O cálculo do lucro contábil e do lucro econômico fica assim:
Receita total - gastos explícitos = Lucro contábil
Receita total - (gastos explícitos + custos de oportunidade) = Lucro econômico
Para entendermos melhor, vamos fazer o cálculo utilizando o exemplo do empresário que acabou de vender a empresa e abriu um novo negócio.
Nesse ponto, é necessário prestar atenção para não confundirmos lucro econômico com lucro financeiro. Esse segundo conceito está ligado à diferença entre os gastos e as receitas, a partir da lógica do regime de caixa, ou seja, considerando a entrada do dinheiro quando ela é realmente efetuada.
Lucro Contábil e Lucro Econômico e a relação com a gestão orçamentária
Se considerarmos a simulação feita no caso do empresário, verificamos que, embora o lucro econômico tenha sido quase a metade do lucro contábil, abrir um novo negócio acabou sendo vantajoso para o executivo, pois ele conseguiu um rendimento mensal superior ao do fundo imobiliário. A diferença de um para o outro é de R$ 18.500, o que representa um ganho de 41%.
Pensando em como maximizar o lucro, a gestão orçamentária torna-se um processo fundamental, pois tem como premissa o desenvolvimento de um planejamento estruturado e dinâmico, a elaboração de cenários e o acompanhamento e a análise dos resultados.
Dessa forma, a empresa consegue definir objetivos de curto, médio e longo prazos, traçando um orçamento correto e proporcionando uma visão completa do cenário geral. Assim, é possível reduzir gastos e investir o dinheiro de maneira estratégica, o que acaba gerando mais valor aos clientes e, consequentemente, aumentando os lucros.
Por outro lado, conhecer o lucro contábil e o lucro econômico ajuda na elaboração do plano orçamentário. Ao descobrir, por exemplo, que o resultado está abaixo do custo de oportunidade, os gestores podem utilizar essa informação como norte para definir as estratégias e traçar o planejamento, pensando no que fazer para melhorar os números.
Se tiver apenas a visão do lucro contábil, o empresário terá a percepção de que está tudo bem e a empresa caminhará no escuro. Com isso, pode acabar definindo um rumo que não contribuirá em nada para melhorar a situação.
Você deve ter percebido a importância do Planejamento Orçamentário na identificação do real desempenho econômico de uma empresa, certo? Mas tão importante quanto planejar é saber quais as Metodologias de Gestão Orçamentária mais adequadas a cada organização. Existem vários modelos que são utilizados e saber qual o mais adequado a sua empresa é fundamental para obter sucesso.
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Concluindo
Ficou clara a importância de calcular o lucro contábil e o lucro econômico, não é mesmo? Trata-se de uma tarefa fundamental para que você tenha uma dimensão realmente exata dos caminhos que a empresa está seguindo e, com isso, ajuda a entender a viabilidade do negócio em relação a outras alternativas.
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