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ROA (Retorno sobre o Ativo): saiba o que é e qual a importância desse índice de rentabilidade

Aumentar a receita, reduzir riscos, custos e despesas. Você vai concordar que essas podem ser classificadas como formas de uma empresa gerar valor. Para saber sobre a geração de valor de uma organização, existe um indicador muito famoso, que conhecemos por ROI (ou, de uma maneira mais formal: Retorno sobre o Investimento). Geração de valor está também relacionado aos ativos da empresa, afinal, sem eles um negócio não acontece (ou você já viu uma empresa desenvolvedora de software sem computadores?).

É aí que tocamos em um indicador específico. Sabe aquelas sopas de letrinhas? Pois bem, pegue a vogal i de ROI e troque pela a. Assim, temos o ROA, conhecido como Retorno sobre o Ativo. Como veremos, ele representa a capacidade de uma empresa em gerar lucro com os ativos que possui.

Assim como o ROI, o ROA é importante índice de rentabilidade e é sobre ele que falaremos hoje. Portanto, nosso convite é para que você nos acompanhe e conheça mais sobre o igualmente famoso Return on Assets.

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    O que é ROA?

    Do inglês Return on Assets, ROA é chamado em português de Retorno sobre o Ativo. Conhecido por ser um indicador que apresenta como a empresa é rentável em relação ao seu total de ativos, o ROA fornece uma visão de quão eficiente é a gestão da empresa na utilização de seus ativos para gerar ganhos.

    Utiliza-se o cálculo do Retorno sobre Ativos para analisar a capacidade que uma empresa tem de gerar lucros a partir de seus ativos. Em outras palavras, o ROA informa que ganhos foram gerados a partir do capital investido em ativos.

    Importante destacar que quando falamos em Ativos estamos inserindo no grupo as contas onde são registrados os bens, créditos e direitos que compõem o patrimônio da empresa. Alguns exemplos de contas de ativo são: estoques (de produtos acabados ou de matéria-prima), bens como máquinas, equipamentos e prédios ou ainda contas de ativos financeiros, como investimentos ou duplicatas a receber.

    O Return on Assets é conhecido também como um dos índices de rentabilidade. Aliás, quando falamos em avaliação da rentabilidade de um projeto, temos também outros indicadores a serem verificados:

    Para saber mais, recomendamos o e-book sobre Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos, que você pode baixar clicando na imagem abaixo:

    Ainda sobre ROA e rentabilidade, não queremos que você fique com dúvidas e precisamos esclarecer dois conceitos importantíssimos:

    Lucratividade x Rentabilidade

    Assim, temos que, enquanto a lucratividade demonstra os ganhos imediatos do negócio em um período específico (um mês, um semestre, um ano etc.), a rentabilidade apresenta qual é o retorno sobre o investimento que foi feito na empresa em longo prazo. Para entender melhor, recomendamos este artigo, mas consegue ver a ligação do indicador de Retorno sobre o Ativo com índices de rentabilidade?

    Para que sua compreensão aumente, vamos direto ao ponto:

    Importância do Retorno sobre o Ativo

    Saber sobre o ROA é essencial para itens como:

    Saber o ROA tem total relação com a Alavancagem Financeira, isso porque ela refere-se ao montante da dívida na estrutura de capital da empresa para que sejam comprados mais ativos. Quando dizemos que a empresa X tem muita alavancagem financeira, significa que ela recorre a muito endividamento externo para financiar os ativos. Ter conhecimento de qual é o Retorno sobre o Ativo é de suma importância para entender que lucro a empresa tem sobre cada um de seus ativos, logo, qual é seu Grau de Alavancagem Financeira.

    ROA é também um indicador importantíssimo para medir a eficácia da alocação de ativos na empresa. Você vai concordar que para tomar decisões sobre investimentos é necessário considerar e avaliar todos os custos e benefícios associados. Com investimentos mais promissores, a base de ativos será usada de maneira muito mais efetiva, logo, o ROA será maior.

    Como calcular o Retorno sobre o Ativo?

    O cálculo de ROA é direto e seus componentes são facilmente localizados nas demonstrações financeiras da empresa. Para entender melhor, sua fórmula é:

    Retorno sobre o Ativo = Lucro Operacional / Ativo Total Médio

    Para encontrar o Lucro Operacional, é necessário verificar o Demonstrativo do Resultado de Exercício (DRE). Para isso, deve-se primeiramente encontrar o Resultado Antes dos Resultados Financeiros e dos Tributos. Logo em seguida, subtrai-se este valor do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro. Já o valor do Ativo Total Médio é encontrado no Balanço Patrimonial. O resultado do cálculo é dado em porcentagem.

    Como você deve imaginar, o ROA varia substancialmente em diferentes empresas (veremos sobre isso no tópico abaixo). Por esse motivo, é recomendado que o Retorno sobre o Ativo seja comparado com os valores anteriores da empresa ou com o retorno de uma empresa similar.

    As regras que se aplicam para todos os casos são:

    E quais podem ser os motivos para um baixo ROA? De maneira geral, podemos dizer que são três os principais motivos de a empresa não ter um ROA elevado:

    1. Investimentos em projetos que não utilizam os ativos de maneira eficaz e eficiente;
    2. Baixa produtividade dos ativos, especialmente quando eles são antigos, tecnicamente obsoletos ou mantidos incorretamente;
    3. Desperdícios de matérias-primas, despesas gerais e defeitos do produto.

    O resultado do cálculo do Retorno sobre o Ativo pode ser utilizado para comparar com a taxa de juros paga sobre a dívida. Isso significa que caso a organização esteja gerando um ROA maior do que os juros sendo pagos em empréstimos, teremos uma situação favorável.

    É possível também comparar o ROA ao custo de capital da empresa (custo de oportunidade de investir em um projeto ou empresa) para entender se o investimento vale a pena. Além disso, para investidores é de extrema importância que a seguinte pergunta seja feita: “como o ROA da minha empresa se compara com os concorrentes e com a média do setor?”.

    Mas, cuidado!

    Importante ressaltar que sozinho, o ROA está longe de ser a ferramenta ideal de avaliação de investimentos. Isso se explica porque, uma vez que os ativos em questão são aqueles avaliados no balanço (em outras palavras, ativos fixos e não ativos intangíveis, como pessoas ou ideias), o ROA nem sempre é útil para comparar uma empresa em relação a outra.

    Algumas empresas têm seu valor baseado em marcas e patentes, e as regras contábeis não as reconhecem como ativos. Um fabricante de software, por exemplo, terá muito menos recursos no balanço se comparado com um fabricante de automóveis. Como resultado, os ativos da empresa de software serão subestimados.

    O Retorno sobre o Ativo pode ser um indicador útil para comparar o desempenho de uma empresa de um ano para o outro. Pode também ser utilizado para comparar o desempenho de duas empresas diferentes, mas, como vimos, nesse caso se faz necessária uma compreensão mais aprofundada do tipo do negócio, já que algumas indústrias e empresas requerem maiores quantidades de ativos fixos para produzir bens e serviços para venda.

    Por isso, ao utilizar o ROA para comparar a produtividade entre as empresas, não esqueça de levar em consideração quais tipos de ativos uma determinada empresa precisa para funcionar, ao invés de fazer uma comparação pura e simples dos números.

    Ok, e agora vem a dúvida: qual a diferença entre ROA e ROI?

    Você vai responder: “elementar, meu caro Watson, ROI é Retorno sobre o Investimento enquanto ROA é Retorno sobre o Ativo”. Bom, mas essa pergunta não estaria neste artigo se não fosse importante, certo?

    Você já sabe que cada um dos indicadores oferece uma perspectiva diferente, por isso, para utilizá-los como ferramenta de comparação entre duas empresas, é necessário ter certeza de que as organizações envolvidas estejam fazendo uso das mesmas definições para as variáveis em suas fórmulas.

    A principal diferença entre Retorno sobre o Ativo e Retorno sobre o Investimento é que o ROA indica quão capaz e eficiente a empresa é para gerar renda com seus ativos. Por outro lado, o ROI mede a rentabilidade em termos de investimento. Em sua essência, o ROI mede os efeitos benéficos que os investimentos tiveram em sua empresa durante um período definido.

    Em termos de aplicação, dizemos que o Return on Assets é o mais indicado se o objetivo for comparar o quão bem diferentes empresas de uma mesma indústria geram lucros com os ativos que possuem. Lembre-se que quanto maior for a semelhança das empresas em porte e escopo, mais precisa será a comparação. Já o Return on Investments é mais indicado para comparar empresas que recebem fundos de investidores. Um exemplo disso é utilizar o ROI para comparar empresas de capital aberto em diferentes indústrias, caso seu objetivo como profissional da área de planejamento e controladoria seja o de determinar onde seu investimento financeiro pode gerar mais lucros.

    Como você deve ter percebido, apesar de haver uma diferença entre ROA e ROI, ambos têm grande utilidade, no entanto, observe que os dois são fortemente afetados pelo tamanho da base de ativos/investimentos, sendo assim, se a base de ativos/investimento for maior, o ROA ou ROI resultante será menor.

    Para saber mais sobre ROI, recomendamos o artigo ROI (Retorno Sobre o Investimento): a palavra de ordem no ambiente empresarial.

    E qual a diferença entre ROA e ROE?

    ROE significa Return on Equity, ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Ele nos mostra com que eficácia uma organização aproveita sua base de capital. O ROE representa uma das informações mais importantes (ou pelo menos deveria ser) para os donos do negócio, pois, como o próprio nome diz, indica o quanto que a empresa gera de retorno para cada centavo que o acionista aplica na organização.

    Uma das principais diferenças entre ROA e ROE está na dívida. O patrimônio líquido e os ativos totais da empresa serão os mesmos se a organização não tiver dívidas. Do contrário, ou seja, caso a empresa faça um empréstimo, o ROE se tornará maior que o ROA.

    Para tirar conclusões sobre a saúde financeira e o desempenho de uma empresa, é essencial analisar tanto o ROE quanto o ROA. Com um ROA alto e uma dívida gerenciável, se o ROE também é alto, significa que a empresa está gerando bons ganhos com o dinheiro em caixa. Mas se o ROA é baixo e a empresa possui uma grande dívida, um ROE elevado pode dar um panorama errado da empresa.

    Quando o assunto é taxas de crescimento, o valor do Retorno sobre Ativos é utilizado para determinar a taxa de crescimento interna de uma empresa. Esta nada mais é do que a taxa de crescimento máxima que uma empresa pode alcançar sem recorrer ao financiamento externo. Já o valor do Retorno sobre o Patrimônio é usado para determinar qual é a taxa de crescimento sustentável de uma empresa. Trocando em miúdos, a taxa de crescimento máximo alcançada por uma organização sem emitir novas ações ou alterar sua relação dívida/capital próprio.

    Para saber mais sobre ROE, recomendamos o artigo  Análise de ROE (Return on Equity): sua empresa rentabiliza acima do Custo de Oportunidade?

    Por fim: aplicando o ROA

    Acredito que você já deva ter entendido a aplicação do ROA, mas para ter certeza disso, observe algumas situações:

    Concluindo

    O ROA (Retorno sobre o Ativo) é um índice de rentabilidade. Trata-se de um indicador que apresenta como uma empresa é rentável em relação ao seu total de ativos. Conhecido em inglês como Return on Assets, ele fornece uma visão de quão eficiente a gestão da empresa é na utilização de seus ativos para gerar ganhos.

    O Retorno sobre o Ativo pode ser um indicador útil para comparar o desempenho da empresa de um ano para o outro. Pode também ser utilizado para comparar o desempenho de duas empresas diferentes, mas, como vimos, nesse caso se faz necessária uma compreensão mais aprofundada do tipo do negócio, já que algumas indústrias e empresas requerem maiores quantidades de ativos fixos para produzir bens e serviços para venda.

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