Tomar decisões faz parte do dia-a-dia de todos nós. Desde as mais corriqueiras, como a decisão matinal diária de que roupa vestir, até mesmo decisões muito mais complexas e com influências de longo prazo, como a compra de uma casa ou a pessoa com passará sua vida.
E no ambiente empresarial não é diferente. CEOs, diretores, gerentes e qualquer outra pessoa com responsabilidades relacionadas a seus cargos tem a difícil tarefa de tomar decisões rotineiramente. Algumas mais simples, de baixo impacto e reversíveis. Outras mais complexas e que podem causar a empresa sérias consequências (boas ou ruins), e que nem sempre podem ser desfeitas.
Neste artigo, vamos ver com utilizar uma rica fonte de informações já disponível em sua empresa, o Orçamento Empresarial, para embasar, facilitar e reduzir riscos associados à tomada de decisões corporativas. O objetivo é transformar o processo de tomada de decisões, deixando-o mais fácil, rápido, preciso, abrangente e coerente.
Tipos de Tomadas de Decisão
Antes de falarmos sobre as tomadas de decisão propriamente ditas, precisamos saber quais são os tipos de decisões existentes.
- Decisões não estruturadas: neste caso, o responsável pela tomada de decisão deve utilizar seu bom senso, sua capacidade de avaliação e sua perspicácia na resolução do problema. Aqui não há procedimentos bem compreendidos e documentados para facilitar as decisões, que costumam ser inusitadas e não rotineiras;
- Decisões estruturadas: aqui, as decisões costumam ser mais repetitivas e rotineiras. Desta forma, é possível criar procedimentos pré-definidos, de modo que no momento que a decisão surgir, possa ser tomada com mais calma e tranquilidade;
- Decisões semi-estruturadas: por fim, temos os casos onde apenas uma parte do problema é novo, mas a empresa já possui procedimentos criados para situações semelhantes que podem ajudar a obter uma resposta clara e precisa com mais facilidade e rapidez.
Geralmente o nível de estruturação das decisões está intimamente relacionado ao nível hierárquico na organização. Ou seja, quanto mais estruturada está uma decisão com procedimentos e métodos, menos a alta gestão precisa ser envolvida, conforme demonstra a imagem abaixo:
Ao tornar o máximo de decisões não estruturadas em decisões estruturadas, sua empresa estará economizando tempo, dinheiro e principalmente muita energia mental.
O nosso objetivo com este artigo é demonstrar como sua empresa pode (e deve) eliminar ao máximo o subjetivismo, utilizando seu Orçamento Empresarial como uma das ferramentas de suporte a tomada de decisões.Sem mais delongas, vamos aos 5 exemplos de tomadas de decisão que uma boa Gestão Orçamentária ajuda a simplificar!
Viabilidade de Investimentos Operacionais
Com algumas raras exceções, todo empresário deseja ver sua empresa crescendo os resultados mês após mês e para isto sabe que os Investimentos Operacionais são necessários. Seja para ampliar, modernizar ou mesmo manter a operação (repondo bens depreciados), antes de realizar qualquer investimento, é necessário saber quais serão seus impactos na empresa.
Como a Gestão Orçamentária engloba também a Projeção de Investimentos, é possível analisar com antecedência qual o retorno esperado com o Investimento (ROI), em quanto tempo os ganhos compensarão os desembolsos (Payback) e se a empresa tem caixa suficiente para arcar com a aquisição ou precisará recorrer a empréstimos e financiamentos.
Desta forma você pode utilizar as informações obtidas com a Gestão Orçamentária para simular todos os impactos antes de realmente realizar a aquisição e decidir pelo Investimento com segurança, efetivando-o apenas se os ganhos gerados forem interessantes para a empresa.
Definição do Preço de Venda dos produtos e serviços
Um desafio muito comum nas empresas é definir qual o preço ideal cobrar por seus produtos e serviços. Inclusive publicamos recentemente um e-book sobre Formação de Preço de Venda que você pode baixar gratuitamente no botão abaixo.
De forma bem resumida, ao calcular o valor que comercializará seus produtos e serviços, sua empresa deve levar em consideração 3 fatores:
- Projeção de Margem de Contribuição
- Projeção do Ponto de Equilíbrio
- Análise do Mercado e Concorrência
A análise do mercado e concorrência não tem escapatória. Sua empresa vai precisar fazer a lição de casa, mapear quem são os concorrentes e investigar como cada atua no mercado cada um deles. Você pode fazer isto internamente ou contratar uma consultoria especializada.
Mas a boa notícia é que as projeções realizadas para o Planejamento Orçamentário já entregam de bandeja a Projeção de Margem de Contribuição e Projeção do Ponto de Equilíbrio.
Todas as informações necessárias para o cálculo já estão nas projeções criadas para o Orçamento Empresarial, basta calcular os indicadores. Para saber mais, confira o artigo que publicamos sobre os 5 indicadores fundamentais para gestão que podem ser obtidos no DRE de sua empresa.
Abertura ou descontinuidade de Canais de Distribuição e Venda
Outro ponto que atormenta a vida e tira o sono de qualquer empresário ou executivo é a gestão de Canais de Distribuição ou também conhecidos como Canais de Vendas.É comum escutarmos da “sabedoria empresarial popular” que a empresa deve diversificar ao máximo seus canais, tanto para aumentar seu faturamento, quanto para “não deixar os ovos em uma cesta só”.
A verdade é que existem canais que funcionam muito bem para algumas empresas, porém não servem para outras. Mas calma, não é por isto que sua empresa deve continuar atuando nos mesmos canais sem conhecer outras alternativas.
O importante aqui é trabalhar com fatos, e não com “achismos”. E nisto a Gestão Orçamentária é mestre! Em posse de um orçamento base, você pode criar algumas Simulações de Cenários e projetar diferentes situações e condições.
É preciso analisar tanto os impactos positivos, quanto negativos da abertura de um novo Canal de Vendas. Quantas novas vendas o Canal trará mensalmente? Quanto isto representa em Receita? E quais serão os Custos iniciais para montar o Canal? E para mantê-lo operando? Será preciso algum investimento de grande porte? Sua empresa já tem o know-how suficiente para criar e manter o canal?
Lembre-se que todas as perguntas devem virar números (receitas, custos e despesas). Desta forma sua empresa pode decidir pela abertura de novos Canais de Vendas ou pela descontinuidade de algum Canal que não esteja performando bem, totalmente baseada em dados e informações.
Para saber mais sobre análise rentabilidade de Canais de Vendas, confira este artigo.
Contratação ou demissão de pessoal
Necessidade de contratação de pessoal é quase lugar comum na Gestão Empresarial. Qualquer empresa, por mais escalável que seja seu modelo de negócios, para crescer, precisa de pessoas.
Porém, antes de contratar é necessário analisar alguns aspectos. O primeiro deles é sua empresa tem Fluxo de Caixa suficiente para arcar com o novo funcionário. Mesmo que esta pessoa vá contribuir diretamente com o aumento da receita (se for um profissional de marketing ou vendas) ou trabalhar para garantir que a empresa possa entregar o que vende (no caso de um profissional de produção ou logística) é preciso ter certeza que a empresa pode pagar o salário do novo funcionário.
Além disto, é preciso lembrar que não se trata apenas de salários. São diversos encargos sociais (INSS, FGTS, etc.) a serem considerados, sem contar os benefícios (vale transporte, vale refeição, bolsas de estudo, etc.).
Uma boa Projeção Orçamentária ajuda sua empresa a analisar se tem condições para pagar mensalmente o novo funcionário, sem se esquecer ainda das provisões que costumam gerar grandes desembolsos para as empresas em alguns períodos. Estamos falando aqui das provisões de 13º Salário e Férias, além do aprovisionamento para Multas Rescisórias.
Esta é uma necessidade tão grande, que a pedido de vários clientes, recentemente lançamos uma nova função em nosso software, o Treasy para Projeção de Gastos com Pessoal.
Capital de Terceiros x Capital Próprio
Um bom Planejamento Orçamentário contempla não só os fatores econômicos que formam a Projeção de Resultados (DRE) da empresa, mas deve levar em consideração ainda os fatores financeiros, realizando também a Projeção de Fluxo de Caixa.
Pela ótica financeira, sua empresa deve analisar os impactos que os planos operacionais e os planos de expansão exercem sobre o caixa. Algumas das variáveis a serem analisadas passam pela Necessidade Capital de Giro (NCG) e também pela Necessidade de Capital para Investimentos Operacionais.Nesta hora, os dados do Orçamento são bastante úteis para que você possa calcular o que chamamos de Custo do Capital de Terceiros e também calcular o Custo do Capital Próprio.
De forma bem resumida, o Custo do Capital de Terceiros é o valor dos juros e taxas que sua empresa pagaria por tomar empréstimos ou financiamentos. Já o Custo com Capital Próprio é um pouco mais complexo de se calcular, mas de maneira bem simplista podemos dizer que é o custo do capital “empatado” pelos sócios e acionistas no negócio.
Este é um assunto mais profundo e publicaremos um artigo mais elaborado sobre ele em breve, mas o que podemos antecipar é que sua empresa deve tomar muito cuidado nesta decisão. Em algumas situações, mesmo que a empresa possua dinheiro em caixa, pode ser mais vantajoso tomar empréstimos e financiamentos para uma aquisição ou Investimento. Em outros vale mais a pena usar dinheiro do caixa...
O importante é que para empresas que já fazem uma boa Gestão Orçamentária, as informações necessárias para tomar estas decisões estão muito mais facilitadas, basta analisá-las com cuidado antes de decidir por uma alternativa ou outra.
Mais sobre Gestão Orçamentária
Se a sua empresa ainda não utiliza o Orçamento Empresarial (Budget) em sua gestão, confira o material completo (e-book + webinar) que preparamos para auxiliar sua empresa a dar os primeiros passos! Basta clicar nos links para fazer o download do e-book e assistir ao webinar gratuitamente.
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