Muitos pensam que a contabilidade é apenas sobre emissão de guias, fechamentos e números. Mas a verdade é que ela vai muito além, pois utiliza os dados extraídos de balanços para gerenciar um negócio de modo eficaz. Aliás, em diversas organizações os contadores ainda são os grandes responsáveis por criar demonstrações financeiras que apresentam como está o desempenho da empresa.
E como garantir que esses dados sejam precisos, confiáveis e estejam alinhados com as exigências regulatórias? É aí que entra a governança contábil, um conjunto de práticas que assegura transparência, conformidade e eficiência nos processos contábeis.
Quer saber mais? A seguir, entenda os principais pontos sobre governança contábil: o que é, quais seus elementos, como ela “conversa com a governança financeira” e dicas para implementá-la. Boa leitura!
O que é governança contábil?
Para entender o que é governança contábil, primeiro você precisa saber o que é governança corporativa, um dos termos em alta quando se trata de gestão empresarial. Então, vamos lá:
A governança corporativa refere-se a um conjunto de boas práticas de como as organizações devem operar. Ela é vista como a espinha dorsal de uma empresa, pois garante que ela funcione dentro dos princípios de eficiência, ética e transparência, e no melhor interesse de todas as partes interessadas.
Podemos dizer ainda que a governança corporativa fornece à alta gerência uma estrutura para atingir as metas de negócios. Ela abrange tudo, desde planejamento e controles internos até o compartilhamento de informações financeiras sobre a empresa. E onde entra a governança contábil nessa história?
A governança contábil faz parte desse ecossistema e refere-se a um conjunto de práticas voltadas para garantir conformidade, transparência e qualidade das informações contábeis, assegurando que os dados contábeis sejam confiáveis e estejam alinhados com as exigências regulatórias e estratégicas da empresa.
Observe que, ao contrário do termo “governança financeira” (mais adiante falaremos sobre ela), o termo "governança contábil" não possui uma definição formal consolidada em normativas específicas. Mas isso não reduz o seu valor, uma vez que, em essência, ela engloba:
- Adoção de controles internos eficazes para assegurar a precisão e confiabilidade das informações financeiras;
- Conformidade fiscal e regulatória;
- Auditorias internas e externas para reforçar a transparência;
- Uso estratégico dos dados contábeis para embasar decisões financeiras;
- Boas práticas para evitar possíveis distorções, erros e fraudes nos números contábeis, além de prevenir irregularidades.
Por que a governança contábil é importante?
Muitas empresas tratam a governança contábil como um pilar da governança corporativa ou da governança financeira. Independentemente da postura adotada pelo seu negócio, vale reforçar as suas vantagens para as organizações.
Antes, entenda que a contabilidade fornece informações que são essenciais para medir os graus de eficácia e eficiência da gestão. São elas: margens de lucro, retorno sobre o investimento, lucro líquido entre outras. Nesse contexto, a governança contábil estabelece as diretrizes e controles necessários para garantir que os dados contábeis sejam confiáveis, consistentes e estejam em conformidade com as normas e regulamentações vigentes.
Somado a isso, veja outros motivos que mostram a importância da governança contábil:
Mitigação de riscos
Nas demonstrações financeiras, alguns riscos que a governança contábil procura evitar são os relacionados às fraudes, inconsistências e erros. Por exemplo, algo comum de acontecer é quando, no Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), há um erro no registro das entradas e saídas. Nesse caso, a empresa pode acabar tomando decisões financeiras equivocadas, comprometendo sua liquidez e planejamento estratégico.
Sabemos que o erro pode não ser proposital, mas independentemente disso, a governança contábil ajuda a fortalecer os controles internos. No entanto, há situações em que o “erro” é intencional. É quando ocorre a manipulação de números. Organizações sem controles contábeis sólidos podem acabar enfrentando problemas graves, como a distorção de resultados financeiros para inflar os resultados da empresa ou reduzir obrigações fiscais.
Melhora nos processos
Uma das maravilhas da governança corporativa é a melhoria de processos. Com a contábil isso também se aplica, pois ela envolve a implementação de boas práticas e políticas que garantem a transparência, integridade e conformidade das informações financeiras e contábeis.
Desse modo, com uma estrutura de governança contábil sólida, a empresa possui diretrizes claras para a realização de atividades contábeis, algo que reduz erros e aumenta a eficiência operacional. Em outras palavras, conta com a padronização de processos, que significa:
- Fluxo de trabalho mais eficiente e previsível;
- Mais agilidade na execução das tarefas diárias;
- Identificação rápida de possíveis erros ou desvios;
- Maior precisão nos dados; e
- Elaboração de relatórios financeiros mais confiáveis e consistentes.
Outro ponto positivo da melhora nos processos é que isso fortalece a confiança dos investidores, auditores e outros stakeholders, mostrando que a empresa opera de forma ética e em conformidade com as normas.
Transparência e prestação de contas
A contabilidade mune os gestores, acionistas, investidores e demais stakeholders com informações que são utilizadas para avaliar a situação financeira atual da empresa e planejar para o médio e longo prazo. Como um dos princípios da governança contábil é a transparência, por meio de seus processos ela contribui para que as informações financeiras divulgadas sejam precisas e oportunas.
Adicionalmente, ela garante uma prestação de contas eficaz. A vantagem disso é que os profissionais da área financeira passam a contar com informações que os ajudam a identificar áreas de risco e oportunidades de melhoria.
Principais elementos da governança contábil
Para colocar a governança contábil em prática, veja os principais elementos a considerar:
Controles internos
Na governança contábil, os controles internos desempenham os papéis:
- Protegem os ativos da empresa;
- Previnem e detectam fraudes;
- Estabelecem procedimentos claros para a realização das atividades contábeis e financeiras; e
- Asseguram que os registros contábeis estejam de acordo com as normas e regulamentos.
Como você pode analisar, a partir de um sistema de controles internos bem estruturado, a governança fortalece a confiança dos stakeholders ao garantir a transparência e a precisão das informações financeiras. Ainda, entenda que controles internos eficazes ajudam na identificação precoce de falhas e irregularidades, permitindo correções rápidas antes que se tornem problemas maiores.
Transparência e relatórios financeiros
A transparência está diretamente relacionada à credibilidade das informações financeiras e à confiança dos stakeholders. Em uma estrutura de governança contábil robusta, a transparência vai muito além de uma prática ética; ela é uma exigência para demonstrar compromisso com a integridade e a boa gestão.
Para garantir essa transparência, é essencial que a empresa adote boas práticas de divulgação, com relatórios financeiros claros e acessíveis. Documentos como o Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultado do Exercício e Demonstrativo de Fluxo de Caixa, são exemplos de instrumentos que devem ser regularmente atualizados e disponibilizados. Isso porque eles oferecem uma visão detalhada e objetiva da situação financeira da empresa, permitindo que gestores, acionistas e investidores tomem decisões informadas.
Auditoria
A auditoria - um dos instrumentos mais eficazes para alcançar segurança e transparência - é uma parte fundamental de uma boa governança contábil. Além de identificar pontos de melhoria em procedimentos e controles internos, ela contribui para o aprimoramento das práticas contábeis e financeiras, criando um ambiente mais seguro e transparente.
Isso fortalece a confiança dos stakeholders, mostrando que a empresa está comprometida com as boas práticas de governança e com a conformidade.
Como a governança contábil e a governança financeira “conversam”?
Dando um passo para trás, primeiro vamos explicar a você o que é governança financeira. Conforme explicamos neste outro conteúdo, ela se refere a um conjunto de práticas que indicam como uma empresa coleta, gerencia, monitora e controla as informações financeiras. No seu guarda-chuva de atividades está como as organizações rastreiam transações financeiras, gerenciam o desempenho e controlam dados, operações, conformidade e divulgações.
Já a governança contábil assegura que a contabilidade seja realizada de maneira rigorosa e ética, promovendo a transparência das informações financeiras. Essas duas áreas são, portanto, interdependentes, pois:
- A governança financeira depende de relatórios contábeis claros e bem estruturados para monitorar o desempenho da empresa de forma eficaz e tomar decisões informadas.
- Esses relatórios são fornecidos por uma governança contábil eficiente, que garante a precisão, conformidade e integridade das informações contábeis.
Em outros termos, a governança financeira utiliza os dados contábeis para controlar e otimizar as finanças da empresa, enquanto a governança contábil proporciona as bases sólidas e confiáveis para que as partes interessadas tenham acesso a essas informações.
Dicas para implementar a governança contábil
Você quer adotar práticas de governança contábil na sua empresa? Estas dicas vão ajudar:
Implemente controles internos
Balanço patrimonial, DFC e DRE são relatórios que devem refletir a realidade da empresa e garantir precisão. Por isso, implemente controles internos (como revisões periódicas) que assegurem que esses mesmos relatórios estejam alinhados com as práticas contábeis e sejam íntegros.
Auditorias internas e externas são ferramentas de controle para validar a precisão e a conformidade dos registros contábeis. Por meio delas, é possível identificar áreas de melhoria nos processos contábeis e garantir que a empresa esteja em conformidade com as regulamentações fiscais e contábeis.
Estabeleça uma cultura de transparência
Não tem como falar de governança sem citar a transparência. Não é para menos; afinal, ela deve ser uma prioridade dentro da empresa. Para tanto, certifique-se de que as partes interessadas tenham acesso a relatórios financeiros claros e acessíveis, com informações precisas e oportunas.
Tenha em mente que os relatórios precisam contar a história financeira da empresa de forma acessível e compreensível para todos. Quaisquer dúvidas que auditores, investidores, CFOs, gestores e outros stakeholders possam ter, é necessário saber esclarecê-las com base em dados.
Importante: a equipe de contabilidade deve estar preparada e atualizada sobre as melhores práticas contábeis e as mudanças nas normas e legislações fiscais.
Invista em tecnologia
A entrada de dados manuais em planilhas, além de exigir tempo dos profissionais, é uma atividade sujeita a erros. A maneira mais eficiente de garantir um processo ágil e sem erros é por meio de uma ferramenta que permita a integração de dados e análises aprofundadas.
Uma ferramenta que pode reforçar a transparência, garantindo a exatidão dos números, é o Business Intelligence (BI), um dashboard que integra dados financeiros em tempo real e oferece análises detalhadas de forma visual e intuitiva. É o caso do BI Financeiro da Treasy.
Com ele, a implementação da governança contábil é facilitada, uma vez que os dados financeiros passam a ser precisos, acessíveis e orientados para os objetivos organizacionais. A tecnologia também permite análises profundas e relatórios personalizáveis, ajudando a identificar rapidamente qualquer anomalia e permitindo que medidas corretivas sejam tomadas com agilidade. Isso contribui para uma gestão financeira mais eficaz e uma comunicação mais transparente.
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Concluindo
A contabilidade vai muito além de preocupar-se em pagar impostos e fechar balanços. Ela precisa assegurar stakeholders de que as informações financeiras são confiáveis, os processos internos são eficientes e que a empresa cumpre todas as suas obrigações legais.
Então, respondendo à pergunta do título deste artigo, a governança contábil contribui para que fechamento de balanços, auditorias e conferências, sejam realizados de maneira mais ágil, reduzindo o tempo gasto com correções e aumentando a produtividade da equipe financeira. Ou seja, ela traz uma certa garantia de que os dados apresentados são sólidos e bem estruturados.
Somado à eficiência operacional e à qualidade e confiabilidade de dados, ela também estabelece uma base sólida e confiável para a tomada de decisões financeiras. Por falar nisso, neste artigo você viu também a relação entre governança financeira e contábil. Dessa maneira, entendeu que os dados contábeis são essenciais para controlar e otimizar as finanças.
Do mesmo modo, esses mesmos dados compõem relatórios que são imprescindíveis para analisar a realidade financeira de um negócio e tomar decisões com mais embasamento. Conte com o BI Financeiro da Treasy para uma boa dose de precisão, agilidade e transparência. A plataforma dá acesso a recursos como:
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