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Conheça o Supply Chain Finance e veja as vantagens do Financiamento da Cadeia de Suprimentos

Supply Chain, ou em bom português Cadeia de Suprimentos, trata da ligação entre empresa e seus fornecedores para produzir e distribuir um produto específico. Sendo assim, representa os passos de todo o processo logístico de um produto, iniciando pela fabricação (matéria-prima) e finalizando na entrega para o consumidor.

Justamente por abranger todo o processo logístico é que o Supply Chain conta com a participação de vários integrantes: fornecedores, fabricantes, armazéns, distribuidoras, varejistas e consumidores. Para assegurar que todos os membros envolvidos estejam corretamente integrados ao processo, existe a Gestão da Cadeia de Suprimentos, ou Supply Chain Management.

Como você deve imaginar, o gerenciamento da cadeia de suprimentos é crucial, pois a partir do momento que uma cadeia estiver otimizada, custos serão mais baixos e o ciclo de produção, mais rápido. Para lidar especialmente com otimização de recursos em toda a cadeia de suprimentos, existe um termo que ainda não é tão explorado no Brasil. Trata-se do Supply Chain Finance (SCF), ou, se você preferir o termo em português, Financiamento da Cadeia de Suprimentos.

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    O que é Supply Chain Finance?

    Para iniciar, é importante esclarecer que Supply Chain Finance (SCF) não é um empréstimo. Para você entender exatamente do que o SCF trata, tenha em mente que sua finalidade é a de realizar a integração de toda a cadeia produtiva com seus fornecedores sob a ótica financeira.

    Para esmiuçar o conceito um pouco mais, Supply Chain Finance foca na gestão dos fluxos financeiros na cadeia de suprimentos para:

    Dizemos ainda que Supply Chain Finance pode ser definido como o uso de práticas e técnicas de mitigação de riscos para otimizar tanto a gestão do capital de giro quanto a liquidez investidos em processos e transações da cadeia de suprimentos. Na prática, o SCF busca soluções para atender às necessidades do fornecedor que quer ser pago o mais cedo possível e às necessidades do comprador que, geralmente, quer atrasar o pagamento para melhorar o fluxo de caixa. Perceba que do ponto de vista do comprador e do fornecedor, Supply Chain Finance busca a famosa situação ganha-ganha.

    Vantagens do Supply Chain Finance

    Conseguimos entender que o SCF tem o objetivo de agradar os dois lados de uma cadeia de suprimentos, ou seja, comprador e fornecedor. Portanto, o conceito-chave por trás do Supply Chain Finance é justamente o de oportunizar aos fornecedores acesso a facilidades de financiamento vantajosas, incluindo a antecipação de prazos o que, por consequência, fortalecerá o capital de giro. Já no que tange aos compradores, os mesmos podem se beneficiar de termos de pagamento mais longos ou descontos com seus fornecedores.

    Assim, alguns dos benefícios do Supply Chain Finance incluem:

    Ok, mas como funciona o Supply Chain Finance?

    O Financiamento da Cadeia de Suprimentos é geralmente baseado em acordos intermediados por instituições bancárias. Assim, a relação é a seguinte:

    Observe que nesse tripé de relação entre fornecedor, comprador e instituição bancária, maiores prazos de pagamento são negociados pelos compradores ao mesmo tempo em que fornecedores têm adiantamentos dos recebíveis, com taxas mais baixas do que as tradicionais.

    Importante ressaltar que o financiamento entre os diversos elos da cadeia de suprimentos pode ocorrer de duas maneiras:

    Focando especialmente sobre iniciativas que podem ser tomadas a fim de financiar a cadeia de suprimentos por meio de recursos próprios, temos duas a abordar:

    1. Redução dos níveis de estoque e
    2. Aumento dos prazos de pagamento aos fornecedores.

    Para explicar melhor, veremos cada um dos itens a seguir.

    SCF e a Redução de Estoque

    Uma das maneiras mais utilizadas para o Financiamento da Cadeia de Suprimentos utilizando recursos próprios é pelo controle de estoques. Como já abordamos, o objetivo do Controle de Estoque é o de gerar o lucro máximo por meio da menor quantidade de investimento em estoque, isso, claro, sem prejudicar os níveis de satisfação do cliente.

    Para entender melhor, imagine uma fábrica de peças automotivas. Em seu planejamento estratégico, essa organização tem como um dos objetivos aumentar as vendas em 30%. Bom, para aumentar as vendas será preciso produzir mais. Para produzir mais será preciso investimento em equipamentos e mão de obra. Para que tudo isso seja possível os custos com produção aumentarão. Por fim, se ela produzir mais, terá que elevar os custos para manter os produtos em estoque.

    Portanto, ao pensar em reduzir estoques sem prejudicar as vendas e afetar o plano estratégico, é essencial verificar:

    Cada item desses faz parte do orçamento empresarial, logo, não tem como controlar o estoque sem pensar em analisar cada um desses tópicos. Para entender melhor, convido você a conhecer nosso Guia Prático do Orçamento Empresarial, um passo-a-passo para implantação do planejamento Financeiro e Acompanhamento Orçamentário em sua empresa. Basta clicar no botão abaixo para baixar o material:

    Monitorar os níveis de inventário é também uma ótima dica para empresas que buscam reduzir o estoque de modo saudável. Sabemos que altos níveis de inventário aumentam as despesas e aumentam os custos indiretos. Uma maneira para gerenciar o inventário eficientemente é determinar as demandas de estoque do negócio, ou seja, conhecer o giro de estoque.

    O Giro de Estoque é um indicador que mede a rapidez que o inventário de uma empresa está sendo vendido. É uma das ferramentas mais utilizadas no gerenciamento de estoque, pois reflete a eficiência geral da cadeia de suprimentos.

    Ao realizar o controle de estoque é possível analisar quais produtos contribuem para o lucro da empresa e quais trazem prejuízo para o negócio. Por isso, dizemos que por meio da avaliação da saúde financeira do estoque da organização será possível adotar estratégias mais precisas sobre sua carteira de produtos. Caso você precise de ajuda para calcular o giro de estoque da sua empresa, recomendamos nosso post completíssimo sobre o tema.

    Além disso, temos que lembrar que estoque parado é sinônimo de mobilização de recursos físicos e financeiros, comprometendo, dessa forma, o capital de giro da empresa. Ao adotar o SCF, o comprador não recebe imediatamente tudo o que foi comprado, pois fica com um crédito junto ao fornecedor. Com isso, estoques passam a ser enxutos, o capital de giro é reduzido e o fluxo de caixa fica disponível para outras despesas que a empresa venha a ter. Percebe como tudo tem ligação?

    Aumento dos prazos de pagamento aos fornecedores

    Prazos de pagamento têm absolutamente tudo a ver com a Necessidade de Capital de Giro e, inclusive, discutimos sobre isso no artigo sobre Prazos Médios de Pagamento e Recebimento.

    Ao aumentar os prazos de pagamentos aos fornecedores a empresa consegue melhor trabalhar seu Fluxo de Caixa ao mesmo tempo em que melhor administra a Necessidade de Capital de Giro (o valor mínimo que a empresa precisa ter de dinheiro em seu caixa para garantir que sua operação - compra, produção e venda de produtos ou serviços - não pare por falta de recursos para pagar fornecedores e funcionários). Isso significa que ao fazer isso a empresa terá capital disponível em caixa para financiar a cadeia de suprimentos com recursos próprios.

    Perceba que tudo isso que abordamos até aqui tem a ver com um item muito importante particularmente para os controllers. Estamos falando do Planejamento Financeiro.

    Financiamento da Cadeia de Suprimentos e o Planejamento Financeiro

    Pense o seguinte: com as práticas de Financiamento do Cadeia de Suprimentos o comprador antecipa os recebíveis. Com isso, além de possuir a garantia de descontos por compras à vista, ele consegue reduzir o nível de endividamento da empresa. Já por parte do fornecedor, ele recebe os valores antecipados, o que, por consequência, o faz ganhar na geração do capital de giro sem que precise recorrer a empréstimos e financiamentos.

    Ao ter esse controle, quem sai ganhando é o Planejamento Financeiro das partes envolvidas (comprador e fornecedor), pois em um longo prazo podem reduzir custos operacionais. Para fins de esclarecimento, entenda o Planejamento Financeiro como uma contabilidade de trás para frente. Ou seja, enquanto a contabilidade se preocupa em registrar as entradas e saídas financeiras que já ocorreram, o Planejamento Financeiro busca “antecipar o futuro”, para que sua empresa possa se preparar melhor para o que está por vir.

    Com o Supply Chain Finance as empresas conseguem melhor se planejar para o crescimento, lucratividade e utilização de capital. Com o melhor Planejamento Financeiro a organização consegue ir mais além e ter uma Gestão Orçamentária muito mais precisa.

    Sempre que falamos sobre Gestão Orçamentária, entendemos que existem níveis de maturidade a serem atingidos. Pensando em ajudá-lo, desenvolvemos um e-book compartilhando um pouco do que aplicamos com nossos clientes para identificar em que estágio eles se encontram e, então, traçar um plano levá-los a se tornarem “best-in-class” com ajuda de nosso processo de Customer Success (você pode conhecer um pouco da Metodologia Treasy de Gestão Orçamentária neste curso gratuito por e-mail).

    Para descobrir o nível de maturidade da Gestão Orçamentária de sua empresa e começar hoje mesmo a traçar um plano de melhoria contínua para torná-la uma “best-in-class”, é só clicar na imagem abaixo e fazer o

    Concluindo

    Se fôssemos resumir tudo o que buscamos apresentar neste artigo, diríamos que Supply Chain Finance tem como preocupação criar valor em toda a cadeia de suprimentos, garantindo relações de ganha-ganha que sejam sustentáveis especialmente no longo prazo.

    Ao observar toda a cadeia sob um prisma financeiro, o SCF busca melhorar o desempenho da empresa em três aspectos: crescimento, lucratividade e utilização de capital. Além disso, como vimos, o Financiamento da Cadeia de Suprimentos reduz a Necessidade de Capital de Giro e o nível de endividamento.

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