Imagine o seguinte: você precisa avaliar a viabilidade de um projeto que a equipe de desenvolvimento de produtos trouxe como sugestão. Sua empresa também pensa em expansão e é hora de dar um parecer sobre isso. Indo além, tem aquelas outras atividades rotineiras e você não sabe ao certo por onde começar. Podemos, então, ajudá-lo?
Como abordado em nosso artigo sobre a Matriz SWOT, a análise de forças, ameaças, fraquezas e oportunidades ajuda a avaliar a situação atual da empresa. Esta análise é extremamente útil, mas não dá um panorama se o projeto ou a expansão planejada terão capacidade de triunfar. Para isso, é necessário fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira.
Com o resultado do estudo em mãos teremos as ferramentas necessárias para avaliar se daremos continuidade aos projetos, se eles precisam de ajustes ou se são totalmente inviáveis.
Isso tudo é possível porque com a Análise Econômica de Viabilidade Financeira tem-se uma projeção do retorno de investimento esperado para o projeto. Dessa maneira, sua empresa não corre o risco de dar andamento em um projeto para perceber, na metade, que terá somente prejuízos.
Como falamos no início, queremos dar uma mãozinha a você na avaliação de seus projetos. Por isso, vamos entender como funciona o tal do Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira e como ele pode ser aplicado aí, na sua função.
- #01 - Faça uma Projeção de Receitas
- #02 - Faça uma Projeção de Custos e Investimentos
- #03 - Análise de Indicadores
A importância do Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira
Vamos trabalhar este tópico com duas perguntas. A primeira é: quando fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira? Imagine que você esteja pensando em abrir um negócio ou em expandi-lo. Não tem como simplesmente começar algo sem antes entender o mercado e/ou verificar se o projeto em questão trará retornos financeiros.
Agora, separe esse parágrafo e vamos partir para a segunda pergunta: por que fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira? Bom, suponhamos que esteja na hora de expandir seu negócio. Será esta análise que dará a você possibilidade de fazer projeções e visualizar, em números, o real potencial de retorno de investimento que essa ampliação trará.
Com a informação em mãos será possível decidir se o projeto toca pra frente ou se é engavetado. Então, não tem muito o que falar sobre a teoria, pois a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira verifica se os investimentos a serem realizados são viáveis tanto em termos econômicos quanto financeiros.
Como cada um de nós carrega suas opiniões, muitas vezes (infelizmente) acabamos tomando decisões baseadas em poucos critérios, ou nos critérios errados. O resultado é que acabamos por comprometer um projeto que poderia ser melhor trabalhado.
Imagine agora um projeto que melhorará a qualidade de um produto mas aumentará seu custo. Ou um outro que, ao contrário, diminuirá o custo e interferirá na qualidade do produto. Ambas as situações são inviáveis e é aí que entra o principal motivo para você entender sobre o assunto:
O Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira mune o empresário com informações baseadas em diversos critérios que, analisados em conjunto, permitem que decisões sejam tomadas com total clareza.
Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira - entendendo os conceitos
Ao invés de ir fundo em um projeto, cruzar os dedos e torcer que o melhor aconteça, um estudo de viabilidade permite que gestores e empresários analisem criteriosamente os aspectos positivos e negativos de um projeto. Assim, dinheiro e tempo não são desperdiçados.
Um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira identifica os benefícios esperados em um investimento a fim de verificar sua viabilidade de implementação.
Antes de continuarmos, que tal dar uma destrinchada no conceito?
O que é Viabilidade Econômica?
Sabe aquela situação em que você coloca a ideia no papel e vem a sensação de “Eureka” na cabeça? Tudo parece perfeito, mas aí você descobre que economicamente ela não é nada viável. E se o propósito de todo negócio é gerar lucro, uma luz vermelha se acende e você já sabe que não dá para levar o projeto adiante.
Assim, um Estudo de Viabilidade Econômica tem como objetivo analisar os custos e benefícios do projeto. No caso do nosso exemplo no parágrafo anterior, o estudo da viabilidade econômica permite analisar se uma revisão do projeto pode mudar seu status de inviável para viável.
Além disso, o estudo garante aos gestores que somente projetos rentáveis seguirão seu curso. Para realizá-lo, é feita uma análise dos custos e benefícios de um projeto.
O que é Viabilidade Financeira?
Um Estudo de Viabilidade Financeira tem como objetivo estimar o total de investimento necessário para colocar o projeto em prática. Para isso, ele considera diversos fatores, como capital inicial, despesas, receitas, rendimentos e desembolsos de investidores.
A análise pode ser focada em um projeto particular, uma determinada área, ou em um grupo de projetos. Caso o propósito seja iniciar um negócio ou atrair novos investidores, o Estudo de Viabilidade Financeira será uma verdadeira mão na roda. Nesse caso, deverá incluir:
- Requisitos para o capital inicial,
- Fontes para o capital inicial,
- Retornos estimados aos Investidores.
Como realizar uma Análise de Viabilidade Econômica e Financeira?
Para um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira alguns pontos devem ser observados. Caso você esteja pensando em ampliar a empresa, começar um negócio ou implementar um projeto, é preciso identificar as respostas para as perguntas abaixo:
- Quais fundos serão utilizados para colocar em prática a ideia?
- Onde cada um desses fundos serão investidos?
- Quais são os rendimentos e despesas esperados nos anos futuros? (aqui a análise pode ser feita num período entre 3 e 5 anos)
- Qual seria o rendimento do capital investido?
- Qual será o mínimo que a empresa/projeto terá que faturar para superar os custos e começar a lucrar?
As questões acima fazem parte da Análise de Viabilidade Econômica e Financeira. Pensando em contribuir um pouco mais, elencamos três passos que devem ser seguidos e que também ajudam a responder as perguntas acima:
#01 - Faça uma Projeção de Receitas
Para investir dinheiro é preciso pensar em fluxo de caixa. E para pensar em fluxo de caixa temos que planejar as receitas. Todo negócio ou projeto só pode ter um início após ter sido projetado o montante de receita que o empresário espera receber em um determinado tempo.
É a partir desta projeção que são realizadas simulações e, por esse motivo, a projeção de receitas é um primeiro passo para o Estudo da Viabilidade Econômica Financeira.
A Projeção de Receitas apontará o quê, quanto e quando, conforme a seguir:
- No período sendo analisado, quanto a empresa espera faturar?
- Há expectativa de crescimento da empresa durante esse período?
- Há previsão de investimento nesse período? Se sim, qual o valor?
Para que se tenha uma perfeita projeção de receitas é necessário conhecer bem o segmento de atuação e considerar picos de sazonalidade, se houver.
#02 - Faça uma Projeção de Custos e Investimentos
Já que você analisou as receitas durante um período determinado, logicamente tem que fazer as estimativas de custos e investimentos: quanto de investimento o projeto despenderá? Quais são seus custos operacionais? Basicamente, temos:
- Despesas Fixas: são as despesas previsíveis e recorrentes, como salários, conta de luz, aluguel, etc.
- Custos Variáveis: são os custos que variam proporcionalmente com o volume de produção e vendas.
- Impostos: está iniciando um novo negócio? A dica aqui é verificar com um contador a classificação do empreendimento.
Dica: dá uma olhada no nosso artigo Orçamento de Custo de Produção: como projetar as necessidades de Matéria-Prima, Insumos e Mão-de-Obra de sua empresa!. Para quem pensa em iniciar um novo negócio ou para os administradores que ainda sentem certa dificuldade nessas projeções, este artigo é uma luz no fim do túnel.
#03 - Análise de Indicadores
Após projetar as receitas, custos e investimentos, é hora de utilizar indicadores. Digamos que eles darão toda a sustentação para o Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira. Para a Análise, três indicadores são utilizados.
- Avaliação de viabilidade utilizando o Valor Presente Líquido (VPL). O VPL é um dos métodos mais conhecidos quando o assunto é análise da viabilidade de projetos de investimento. Ele é o resultado da diferença entre o valor investido e aquele que será resgatado ao fim do investimento, trazidos ao valor presente. Resumidamente, a utilização desse indicador tem o objetivo de saber se um projeto vale mais do que ele custa.
Para compreender bem o que é e como este indicador é aplicado, separe um tempinho para o artigo Veja como o Valor Presente Líquido (VPL) ajuda na análise de viabilidade de um investimento.
- Priorizando o Payback. Um dos indicadores de desempenho, o Payback (ou período de retorno do investimento) pode ser utilizado tanto por empreendedores iniciando um negócio quanto por gestores que querem implementar uma ideia e precisam saber o tempo de retorno do investimento.
Ele funciona como um indicador que mostra quanto tempo o empréstimo ou investimento levará para retornar ao investidor ou à empresa. Desse modo, com análise do fluxo de caixa é possível avaliar a viabilidade de um projeto.
Para saber mais sobre o método Payback, anota a dica: Como o método Payback pode ajudar na Análise do Tempo de Retorno do Investimento em Projetos.
- Tomada de decisão de acordo com a Taxa Interna de Retorno (TIR). É a taxa de retorno que zera o Valor Presente Líquido e leva em conta o valor do dinheiro no tempo.
Além dos indicadores acima, outros dois conceitos têm que ser avaliados: ponto de equilíbrio e custo de oportunidade.
Quando os custos de um projeto se igualam às receitas, ou seja, não há lucro e nem prejuízo, dizemos que foi encontrado o ponto de equilíbrio. Esse é o ponto onde será tomada a decisão de continuar ou não o projeto e de pensar nas próximas ações. Aqui entra a pergunta: em qual fase do projeto é estimado o ponto de equilíbrio?
O custo de oportunidade mostra o valor da melhor alternativa sacrificada. Para entender melhor, imagine uma loja que vende 20 conjuntos de cortinas por mês. A loja resolveu vender também almofadas e, para isso, alocou um vendedor para essa função. A loja percebeu que com isso passou a vender 17 conjuntos. O custo de oportunidade, então, está nas 3 cortinas que deixaram de ser vendidas.
Um dos principais indicadores para analisar o Custo de Oportunidade é o ROE (Return on Equity). Na hora de olhar para o Custo de Oportunidade é fundamental também conhecer sua TMA (Taxa Mínima de Atratividade). É ela que vai ajudar a analisar se vale a pena ou não investir no projeto ou alocar o capital em outra forma de investimento.
Recapitulando e concluindo
Pensar em iniciar um projeto, ampliar a empresa ou começar um novo negócio é pensar em lucros, despesas e retorno de investimento. Como você sabe, não tem como pensar em tudo isso ao acaso. É necessário muita análise, daquelas com números e projeções. É aí que entra o Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira.
Esse estudo serve como ferramenta para empresários e gestores analisarem os aspectos positivos e negativos de um projeto, a fim de tomar decisões. As decisões podem ser tanto para dar continuidade quanto para corrigir algo que atrapalha em sua viabilidade.
Para que se realize a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira é preciso fazer a projeção de receitas, custos, investimentos e analisar indicadores (ROI, ROE, VPL, TIR e Payback). Entram também na jogada as análises de Custo de Oportunidade e Ponto de Equilíbrio.
Falando em indicadores, lançamos o e-book completíssimo Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos:
No material são abordados diversos indicadores como TIR, VPL, VPLa, Payback, ROIC, entre outros. Acesse!
E lá no início do artigo nos propusemos a auxiliá-lo nas suas análises de viabilidade. Esperamos que nossa missão tenha sido concluída com êxito. Deixe um comentário e conte para nós se esse artigo foi útil para você!