Tema de filmes como A.I. – Inteligência Artificial (onde um robô luta para se tornar um garoto de verdade) e Ela (que conta a história de um escritor que se apaixona pela voz do sistema operacional do computador), alguns ainda acham que isso é coisa de ficção científica. O assunto pode até parecer distante da realidade, mas a verdade é que essa tecnologia já faz parte do dia a dia das pessoas e da gestão de muitas empresas.
As aplicações da Inteligência Artificial são diversas, com objetivos que vão desde entretenimento até negócios e surpreendem quem experimenta.
Mas o que tudo isso tem a ver com gestão empresarial? Tudo, ou, no mínimo, pode ser um bom instrumento para auxiliar as organizações na construção de cenários positivos. O uso dessa tecnologia em diversas áreas da corporação pode influenciar diretamente nas finanças, como o auxílio na Gestão Orçamentária com o uso do Business Intelligence.
Afinal, o que é Inteligência Artificial (IA)?
É uma área da ciência da computação, onde algoritmos (modelos matemáticos) executam tarefas de forma semelhante ao comportamento humano. A base dessa área está na Rede Neural Artificial, modelos computacionais inspirados no sistema nervoso central (o cérebro), que permite o “aprendizado da máquina” (em inglês, machine learning). Um dos pioneiros no tema foi o cientista Marvin Minsky, que desenvolveu as primeiras mãos robóticas capazes de manipular objetos, além de criar essas redes neurais.
Basicamente, funciona a partir de um computador que é programado para aprender. Inicialmente ele é “treinado”, por técnicos, para resolver alguns problemas específicos, previamente definidos. Dependendo da programação, a interação com o ser humano, como novas perguntas e novas respostas, faz com que a máquina continue aprendendo e ampliando sua capacidade de solucionar questões.
Imagine que estamos o tempo todo conectado e, consequentemente, gerando informação. Como tratar esse conhecimento? O homem não consegue codificar e analisar uma grande quantidade de dados de forma rápida e eficiente, mas as máquinas sim. Por isso o uso da Inteligência Artificial se torna um grande diferencial competitivo para as empresas.
Olhando sob essa ótica, os dados já foram até considerados o novo óleo por ser a matéria-prima da economia digital. Mas o que antes era incompreensível e, por isso, sem valor, agora se torna estratégico já que as máquinas e sistemas são capazes de decodificá-los.
Mais que isso, os sistemas podem absorver bilhões de pontos de dados e analisá-los em minutos, além de aprender e melhorar com o tempo.Talvez isso fique bem mais claro quando lembramos das novas moedas digitais, como o bitcoin. Bom, o fato é que essa capacidade de aprendizado, que vai além de abordagens puramente estatísticas, permite que as empresas possam se adaptar ao mercado de forma mais ágil e muitas vezes, com custos menores
No Reino Unido, por exemplo, o Conselho de Instalações Científicas e Tecnológicas do Centro Hartree (Science & Technology Facilities Council’s - STFC - Hartree Centre) criou um grande centro de inovação usando o IMB Watson. O objetivo do centro é ajudar as empresas a resolverem problemas complexos de negócios, além de obter vantagens competitivas.
Cuidados com o uso da Inteligência Artificial
Por ser uma tecnologia ainda em desenvolvimento e, em alguns casos, em teste, há riscos e ajustes a serem feitos. Um exemplo negativo de uso da Inteligência Artificial foi a experiência da Microsoft com a Tay, um perfil criado na rede social Twitter, exatamente para testar a inteligência artificial.
Do ponto de vista tecnológico, o perfil atingiu os objetivos, aprendeu a usar a plataforma a partir da interação que teve com os demais internautas. Entretanto, do ponto de vista sociológico, o resultado foi catastrófico e a conta teve que ser desativada após publicação de tweets ofensivos.
O exemplo serve para alertar que, assim como outras tecnologias precisaram de ajustes e maior atenção no início, o mesmo deve acontecer com a Inteligência Artificial. Principalmente se é novidade para a empresa e para os parceiros e clientes.
Por que usar IA?
O que antes era ignorado pelos gestores, agora pode ser usado de forma estratégica nos negócios, como é o caso da análise dos bancos de dados. Quando falamos do setor econômico-financeiro, a grande vantagem de usar essa tecnologia é fazer com que ela trabalhe em atividades que tenham impacto direto na Gestão Orçamentária, como em receitas e custos, por exemplo.
Foi o que fez o executivo Joseph Sirosh, ainda em 2004, quando entrou na Amazon. Ele identificou um gargalo na área que monitorava a inadimplência e usou os dados para reduzir as fraudes. Quando saiu, em 2013, o setor pelo qual ele era responsável cresceu tanto que refletiu no número de colaboradores, que pulou de 35 para mais de 1.000 pessoas.
Esse número também desmistifica uma questão importante: a que a automação dos processos e uso da Inteligência Artificial seria responsável direta pelo aumento do desemprego. De acordo com uma pesquisa feita pela McKinsey&Company, dos mais de 2.000 postos de trabalho analisados, apenas 5% teria real possibilidade de ser totalmente automatizado, enquanto 60% desses profissionais teriam parte do trabalho, menos da metade das atividades, automatizadas.
Como usar Inteligência Artificial na minha empresa?
A ideia é começar usando a tecnologia em atividades que possibilitem melhorias diretas, como nas áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Finanças. Um exemplo dessa aplicação é alinhar um instrumento de IA a um programa de planejamento e controle, ambos no setor econômico-financeiro.
Como já explicamos aqui no blog, o Business Intelligence, por exemplo, é uma excelente ferramenta que fornece um panorama diário da operação e permite acompanhar os KPI’s operacionais da empresa. Aliado a ele, um software de Gestão Orçamentária permite fazer o planejamento estratégico, orçamentário e, ainda, analisar indicadores financeiro-econômico mensalmente. O uso das duas soluções, de forma complementar, oferece informações importantes para tornar sua gestão orçamentária mais eficiente e eficaz, como maximizando o lucro e minimizando os gastos.
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Depois que as estruturas internas estiverem integradas com as ferramentas de Inteligência Artificial, é hora de seguir para as estratégias nas demais áreas como Marketing, Vendas e Serviços. Aqui, talvez fique ainda mais fácil ver aplicações da tecnologia.
Algumas soluções já são conhecidas pelos consumidores como os chatbots, os assistentes virtuais. Em algum momento todo mundo, ou boa parte das pessoas, teve contato com essa ferramenta, quando um programa de computador tenta simular o ser humano num atendimento. Ao avaliar suas estratégias de Marketing e definir os canais de comunicação com o cliente e os demais públicos, muitas empresas estão recorrendo a esses assistentes.
O Bradesco, por exemplo, foi o primeiro do setor a implementar a tecnologia, inicialmente, na rotina dos colaboradores. Com mais de 9.000 filiais e 12.000 funcionários, um dos desafios do banco era treinar os novos contratados com os milhares de procedimentos da empresa para atendimento ao cliente final.
A solução foi uma parceria com o IBM Watson e a criação da BIA (Bradesco Inteligência Artificial), que é capaz de responder cerca de 1.000 perguntas diárias e obter um percentual de satisfação em torno dos 85%. Com início do uso da tecnologia em 2014, o banco optou por dominar a solução de inteligência artificial nas atividades internas e só depois levar para o público externo.
Mudanças na Gestão Empresarial
De fato, haverá mudança na Gestão Empresarial nos próximos 5 anos e, sim, essas transformações estão relacionadas à Inteligência Artificial. Fica, aqui, a dica de três práticas que deverão ser afetadas, ou que já estão sofrendo alterações:
- Dashboard (“painéis de controle”): as plataformas usadas para acompanhar as operações e identificar pontos críticos são usadas como base para a tomada de decisão, porém possuem limitações quanto às análises dos dados. Com a IA é possível ampliar o conhecimento, com análises mais precisas, e permitir tomadas de decisões baseadas em dados.
- Gestão de desempenho: muitas empresas consideram que ainda é difícil medir a performance dos colaboradores, o que acaba enfraquecendo a gestão de desempenho. O diagrama de conhecimento gerado pela IA muda esse cenário e permite que o gestor identifique quem realmente contribuiu para os resultados no negócio.
- Mobilidade dos talentos: com aperfeiçoamento da alocação dos recursos humanos, há, consequentemente, mobilidade de talentos. O processo de integração é mais fácil já que o colaborador tem acesso a uma plataforma de IA, com todas as informações da empresa.
A Inteligência Artificial vem, sem dúvida, para agregar valor às empresas. Então,o primeiro passo é revisar os processos da organização e identificar possíveis gargalos e setores onde é possível associar ferramentas que possam maximizar os lucros e reduzir custos. Depois de feita essa avaliação inicial, é importante estabelecer prioridades, onde a situação é mais crítica ou, caso não haja nada emergencial, começar pelas áreas diretamente ligadas ao Financeiro. Por fim, faça o exercício de pensar onde a Inteligência Artificial pode servir sua empresa e ajudar na gestão do negócio.
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