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Entenda como funciona IPO e veja se sua empresa está preparada para abrir o capital

como funciona IPOImagine que você tenha uma grande ideia, mas não possua o dinheiro para investir em um novo negócio. Você tem duas alternativas: fazer um empréstimo ou procurar sócios ou investidores. Em uma empresa, esse dilema pode ser parecido.

Em um determinado momento, o negócio vai querer expandir e aumentar seu capital. Assim como você e sua ideia, a organização pode fazer empréstimo, procurar por sócios ou investidores. As empresas ainda possuem mais uma opção, que é a abertura de capital.

Também conhecida como Oferta Pública Inicial (ou, em inglês, IPO), abrir capital afeta a valorização da empresa e sua relação com diversos investidores. A decisão não é fácil, pois impactará na estrutura organizacional, nas demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultados do Exercício, Demonstrativo do Fluxo de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado) e na parte estratégica.

O que chama mais atenção é que 82% das companhias de capital fechado não conhecem, ou conhecem parcialmente, o processo de abertura de capital, de acordo com pesquisa realizada pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). Para que sua empresa não entre nessa estatística, conheça as vantagens e desvantagens do IPOo que é, como funciona o processo e o papel da área financeira na Oferta Pública Inicial.

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    O que é IPO?

    IPO é acrônimo da palavra em inglês Initial Public Offering. Em português, temos OPI, de Oferta Pública Inicial. Como o nome sugere, IPO significa que a empresa colocou suas ações a venda pela primeira vez. Em outras palavras: trata-se da renúncia, por parte dos proprietários, de parte da empresa em favor de acionistas externos. É a conhecida abertura de capital.

    Antes de um IPO, a empresa é considerada privada, com um número relativamente pequeno de acionistas constituídos principalmente por investidores iniciais (como fundadores, familiares e amigos) e investidores profissionais (como investidores anjo). Quando ocorre a abertura de capital de uma empresa, o público de investidores se expande e é composto por qualquer investidor individual ou institucional que não esteve envolvido nos primeiros dias do negócio (e que esteja interessado em comprar ações da empresa). Além disso, ela passa a ser uma Sociedade Anônima, ou S.A.

    Sobre a abertura de capital, uma quantidade de ações pode ser comprada por investidores, os quais passam a estar legalmente aptos a tomarem decisões. Todavia, de um modo geral, as ações são comercializadas na Bolsa de Valores e distribuídas entre pequenos investidores por preços que variam de centavos a milhares de reais. No final do ano, ocorre a distribuição do lucro entre os acionistas, conforme a participação no capital.

    Que tipo de empresa opta por OPI?

    A regra é clara: somente podem ter valores mobiliários negociados publicamente as empresas de capital aberto. No passado, IPOs eram vistos como opção apenas de grandes empresas, mas a história mudou. Atualmente, graças a um novo capítulo iniciado pela BM&F Bovespa para a Oferta Pública Inicial, um novo segmento focado em fomentar o acesso a capital de médias empresas teve início.

    Mais adiante veremos detalhes sobre como se dá o processo de OPI, no entanto, existe algo que a Diretoria (CFO e CEO) juntamente com o Controller precisam refletir: sua empresa está preparada para abrir o capital?

    Para responder essa questão, é necessário fazer uma análise profunda do negócio, bem como avaliar documentos e dados contábeis e financeiros a fim de eliminar ou mitigar riscos. Para auxiliar sua empresa nessa tarefa, preparamos um checklist de Due Diligence com 65 itens que ajudarão seu negócio a fazer uma auditoria completa. Para fazer o download gratuitamente do material basta clicar na imagem a baixo.

    Após fazer uma auditoria interna com o checklist, sua empresa poderá fazer o Diagnóstico Base ISE. Ele permite que mesmo as organizações que ainda não estão listadas na Bolsa façam um autodiagnóstico e comparem-se com as companhias integrantes da carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em vigor. Com o Diagnóstico Base ISE é possível identificar o estágio de desenvolvimento da sua empresa em relação àquelas que abriram capital e mapear as competências, como também sugerir ações de desenvolvimento.

    Por que abrir o capital?

    O principal motivo de uma empresa abrir seu capital é, como você pode imaginar, captar recursos financeiros tanto para continuar a crescer, quanto para reduzir dívidas. Sobre o primeiro (captação de recursos), podemos dizer que um IPO é um momento e tanto para a organização, pois significa que ela é bem-sucedida o suficiente para buscar mais capital e crescer ainda mais.

    Além disso, tornar uma empresa pública dá a ela uma posição mais sólida ao negociar taxas de juros com os bancos (inclusive pode reduzir custos de juros sobre quaisquer dívidas existentes que a empresa possa ter). Adicionalmente ao prestígio de ter suas ações cotadas na bolsa de valores, citamos ainda o fato de que a empresa se torna mais visada para fusões e aquisições (M&A).

    Importante ressaltar que capital aberto pode ser tanto um ponto positivo quanto um negativo. Ações que crescem a cada ano que passa é sinônimo de que a lucratividade e rentabilidade estão em alta. Já ações despencando pode dar a impressão de que a empresa não vai bem das pernas. Nesse caso, será necessário um plano de ação para que sejam tomadas as medidas necessárias.

    Falando em planos de ação, tem os que lembrar que eles são fundamentais para colocar em prática os objetivos e metas estabelecidos no processo de Planejamento Estratégico e Orçamento. Aliás, não tem como pensar em abertura de capital se a empresa não está com a Gestão Orçamentária em um nível mais maduro.

    Caso você não saiba qual o nível de maturidade da sua gestão, não se preocupe. Ao longo dos anos (e tendo contato com milhares de empresas dos mais variados setores e portes), fomos naturalmente criando uma base interna de conhecimento sobre metodologias, ferramentas e melhores práticas de Gestão Orçamentária do mercado. Isso tudo, inclusive, em escala mundial (sim, acompanhamos o que rola lá fora para tentar “tropicalizar” o mais rápido possível as novidades).

    Entre estes conhecimentos adquiridos, um dos principais foi a capacidade de identificar facilmente o nível de maturidade da Gestão Orçamentária de uma empresa. O resultado desse nosso estudo está em um e-book todo especial, que você pode baixar clicando na imagem:

    No e-book mostramos como se comportam empresas em cada estágio de maturidade, abordando tópicos como:

    E já que falamos sobre os motivos que levam uma empresas a fazer o processo de Oferta Pública Inicial, vamos analisar um pouco mais detalhadamente os prós e contras de um IPO.

    Vantagens e Desvantagens da abertura de capital de uma empresa

    Estar listada na bolsa de valores oferece à empresa uma maior credibilidade junto ao público. Sendo assim quem ganha é o patrimônio da marca. Além disso, a organização fica mais exposta ao mercado, o que pode aumentar o prestígio, o lucro e, inclusive, atrair a atenção de hedge, por exemplo. Outro ganho está na atração de talentos, já que a empresa pode trabalhar com programas de ações a potenciais funcionários.

    Ainda como vantagens da Oferta Pública Inicial, elencamos:

    Ainda como vantagens, é importante mencionar o acesso às fontes alternativas de financiamento (como fundos de investimento de direitos de crédito, debêntures, novas emissões de ações, os follow-ons, entre outras) que não são disponibilizadas às empresas privadas. Uma empresa listada na bolsa pode, inclusive, usar suas ações para adquirir outras empresas.

    Já os pontos negativos incluem:

    À lista de desvantagens, podemos falar ainda sobre a pressão por desempenho. Uma empresa pública sempre sofrerá uma certa pressão, já que suas informações são tornadas públicas em um curto espaço de tempo. Por isso, ao optar por IPO é normal esperar pressão sobre as vendas e relatórios financeiros.

    Como funciona o processo de Oferta Pública Inicial?

    Não vamos mentir para você. Um processo de Oferta Pública Inicial é longo (leva cerca de 1 ano) e custoso (mais de R$ 2 milhões em taxas, honorários e outras despesas). Além das taxas iniciais, as empresas pagam cerca de R$ 1 milhão por ano em taxas apenas por ser uma empresa pública. Por ser um processo de muitos detalhes, é essencial ter uma estrutura de gestão de projetos, com um PMO (Project Management Office) na coordenação.

    Também é preciso formar uma equipe profissionais com várias experiências como:

    Profissionais financeiros (citamos os controllers) são imprescindíveis ao processo, pois precisam juntar informações financeiras como:

    O processo respeita um cronograma:

    Esse é um processo simplificado, para que você possa ter uma ideia de como funciona. Contudo, antes de tomar qualquer atitude, avalie se a abertura de capital realmente vale a pena.

    Como saber se vale a pena abrir capital?

    Ninguém melhor que o CFO e controller para ajudar na avaliação. A primeira questão a ser avaliada é: IPO aumentará a riqueza patrimonial? Em seguida, é importante:

    O departamento financeiro tem papel essencial nesse processo. Para explicar melhor, vamos ao próximo tópico.

    Departamento Financeiro e o apoio na Oferta Pública Inicial

    Não é segredo que os IPOs exigem muita preparação, mas a maioria das empresas ainda subestima a quantidade de tempo que demora e o esforço que demanda. No processo de Oferta Pública Inicial podemos dizer que a estrela é o CFO (pois ele será o rosto da empresa) e a equipe de finanças ocupa o papel central, especialmente por manter as operações financeiras em dia.

    Separamos três dicas para o time de finanças:

    #01 - Produza relatórios financeiros auditados: falamos que as demonstrações financeiras devem passar por auditoria, certo? Por isso, caso haja a intenção de abertura de capital, comece agora mesmo a realizar auditorias financeiras.

    #02 - Crie procedimentos e controles internos: de acordo com a Metodologia COSO, Controle Interno é um processo que busca proporcionar grau de confiança para concretizar objetivos como: eficácia e eficiência dos recursos, confiabilidade da informação financeira e cumprimento das leis e normas estabelecidas. Estar em conformidade com a Sarbanes-Oxley (SOX) é fundamental para uma empresa que quer dar início ao processo de OPI. Para ajudar neste item, temos dois artigos como sugestão de leitura:

    #03 - Utilize um software para garantir dados financeiros precisos e relatórios em tempo real: processos manuais de finanças e orçamento detêm muito risco para uma empresa pública, sendo propensos a erros. Sabemos que o Excel é super útil (aliás, já viu nossas planilhas gratuitas especiais para ajudar a área financeira?), todavia, ele não suporta um negócio que irá tornar-se público.

    Lembre-se que qualquer fragilidade no sistema financeiro ou qualquer falha no cumprimento de normas regulatórias pode levar à perda da confiança dos investidores, além de danos à reputação. Por consequência, a organização poderá sofrer danos monetário. Caso precise de uma mãozinha nesse sentido, o Treasy com certeza será ideal para sua empresa.

    Para companhias que visam o processo de IPO, um software para gestão orçamentária e financeira traz ganhos como:

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    Além das dicas, é importante citarmos algumas maneiras que profissionais da área financeira podem contribuir com o processo de IPO:

    Concluindo

    Como vimos, IPO (Initial Public Offering) significa abertura de capital. Em português, temos OPI, de Oferta Pública Inicial. Qualquer empresa privada, quando resolve abrir o capital, com toda certeza toma uma das decisões mais importantes. Trata-se de uma estratégia que mudará para sempre a gestão empresarial, além dos controles internos e as exigências de transparência (um dos princípios da Governança Corporativa).

    No passado, IPOs eram vistos como opção apenas de grandes empresas, mas a história mudou. Por meio do programa Vem pra Bolsa, empresas de médio porte podem fazer um processo gradual de abertura de capital.

    Um IPO é uma nova fase para a organização, que passará a estar muito mais exposta ao público e terá que atender a um universo muito mais amplo de stakeholders. Isso sem contar na Gestão de Riscos e Governança Corporativa, que precisarão ser ainda mais rigorosas.

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