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Perda de receita financeira: conheça os principais motivos e como evitar em seu negócio!

Perda de receita financeira: conheça os principais motivos e como evitar em seu negócio!

Entre tantos motivos que causam o fechamento de empresas logo no início de suas atividades, a perda de receita financeira está entre um dos principais. Mas, quando se trata deste assunto, não podemos avaliar de modo superficial, nos atendo apenas à consequência final. Pelo contrário. Existe uma série de fatores que acontecem antes desse desfecho e que devem ser levados em consideração, não só para evitar outras perdas como também para prevenir. 

Não saber lidar com as dívidas, além da desorganização financeira, são os principais motivos pelos quais empresas fecham suas portas ainda no início. Tirar a empresa do vermelho é uma tarefa que exige bastante esforço e dedicação. No entanto, praticamente todos os empreendimentos já estiveram no vermelho alguma vez, seja por descontrole financeiro ou por investir em uma estratégia de contratação de pessoas, marketing ou vendas que fracassou. Essa realidade é ainda mais comum em novos empreendimentos, pois estes ainda estão conquistando mercado. Portanto, muitas vezes, não possuem tanto orçamento para os investimentos necessários.

Estar no vermelho é um sinal importante de alerta para qualquer negócio. A situação deve ser analisada e resolvida de forma muito séria, a fim de que os erros cometidos não se repitam. Entretanto, se você souber sanar os problemas que levaram sua empresa a estar nesta situação, o seu empreendimento pode ser reerguido e fortalecido com boas e novas práticas financeiras. Então, se sua empresa está no prejuízo, é o momento de ter calma e agir racionalmente para estabilizar as finanças.

Muitos empreendedores, ao confiarem seu planejamento financeiro à Treasy, chegam com esta dúvida. E aqui eu falo de todos os tipo de empresas: tradicionais com mais de décadas no mercado, herdadas e familiares ou até mesmo as recém criadas. Existem muitos motivos que levam uma empresa a operar no vermelho, mas algumas situações comuns são:

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    1- Vendas com margem de contribuição negativa

    Isso significa que o valor vendido pela empresa não cobre os custos do empreendimento. Imagine que você é um vendedor autônomo de bijuterias e tem R$100 reais de gastos no seu negócio. Mas você vende seus produtos a preço de custo, ou seja, tem como receita ao final do mês R$60 reais. 

    Além de não conseguir ter lucro em caixa (o que é o objetivo de qualquer negócio, sejamos francos) você também não conseguirá pagar os custos do seu próprio negócio. Isso implica desde dever um pagamento de uma conta de luz, por exemplo, até não conseguir comprar insumos e matéria prima para continuar com a produção dos seus produtos.  O conceito de margem de contribuição pode ser facilmente entendido se avaliarmos as palavras de forma isolada:

    Margem: é a diferença entre um padrão e um resultado. Aqui aplicado, representa a diferença entre o valor de venda de um produto e os custos e despesas relacionadas à produção e comercialização deste produto.

    Contribuição: é o quanto este lucro por produto contribui para o pagamento dos custos e despesas fixos da empresa Ou seja, os custos de estrutura, indispensáveis ao funcionamento do negócio.

    Portanto, margem de contribuição é o percentual de participação do lucro de cada produto para o pagamento das demais despesas, visando a cobertura total destes custos de forma que ainda gere lucro para a empresa. É bastante vista no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), pois é um indicador financeiro de extrema importância para analisar a viabilidade econômica do seu negócio.

    2- Margem positiva mas despesa operacional alta

    Isso já é o processo inverso do citado anteriormente. Neste caso, vamos supor que você continua lá, sendo um empreendedor e está vendendo seus produtos com uma margem boa o suficiente para ter um lucro considerável ao final do mês. Supondo que você ainda venda as bijuterias e tenha um gasto de R$30 reais com matéria prima e um lucro aproximado de R$150 reais. Você estaria ganhando 4 vezes o valor gasto com a produção, certo? 

    Agora, imagina que você gaste R$200 reais só com despesas de conta de luz e água. Percebe que a conta não fecha? Mesmo você tendo um lucro considerável com sua venda, as despesas do seu operacional estão ainda tão altas que fica impossível que este lucro se reverta para você ou até mesmo para futuros investimentos dentro do seu próprio negócio. 

    Neste caso, é necessário que se busque alternativas de se reduzir as despesas operacionais para que, no final do mês, elas não se sobressaiam ao lucro obtido. Uma boa alternativa, neste caso, é implementar uma Cultura Orçamentária dentro do seu negócio. E esta cultura passa também pela Gestão Orçamentária do negócio. Uma coisa está, intrinsecamente, ligada à outra. 

    3- Diferença temporal entre Competência e Caixa

    É bem importante diferenciarmos o que é Competência e o que é Caixa. Em resumo, Competência é quando a empresa efetiva a compra ou venda do material. Caixa é o momento exato em que ela recebe o valor daquele material vendido. Mas também há um artigo completo para que possa entender melhor e com outros exemplos sobre regime de Caixa e de Competência.

    Quando eu vendo um material para receber o valor daqui a 60 dias, por exemplo, eu estou assumindo o risco de ficar este mesmo período sem receita. Quando a empresa está financeiramente preparada para isto, tudo bem. Mas muitas vezes, na ânsia de angariar clientes, isto faz com que o negócio opere durante um período no negativo, o que pode causar alguns transtornos financeiros. 

    É preciso, neste momento, realizar uma tomada de decisão: operar no vermelho durante um período e garantir aquele cliente, ou então manter a empresa financeiramente saudável e perder possíveis compradores. De todo modo, é aconselhável, em situações como estas, manter sempre um capital de giro antes de vender com um prazo muito longo. 

    E agora, o que fazer?

    Embora tenhamos citado somente três, existem diversos outros motivos pelos quais a sua empresa pode entrar no vermelho. Mas calma, nem tudo está perdido! Sair desta situação pode não ser fácil mas não é impossível. Entretanto, é preciso muita disciplina, planejamento e, claro, redução de custos. Se você está passando por este momento, separamos algumas dicas que podem ser valiosas na retomada do seu negócio. Vem comigo.

    1- Invista em um sistema de planejamento e orçamento

    Melhor ainda atrelado a um profissional de finanças. Inicialmente, as contas de uma empresa podem parecer simples de serem geridas. Porém, a partir do momento em que a empresa começa a ter mais responsabilidades, as despesas podem sair do controle. 

    Profissionalizar o cuidado com as contas da sua empresa permite que você tenha documentadas partes importantes do negócio, sem o trabalho braçal de completar um papel ou uma tabela do Excel. Essa é uma opção especialmente para os negócios maiores, onde o trabalho de computação é ainda maior.

    Seja por um sistema ou por uma solução mais simples, ter tudo registrado vale a pena: quando esse cadastro não existe, é muito difícil ver a situação real do empreendimento. O empreendedor acaba não conseguindo ver o tamanho do lucro ou do prejuízo, o que torna quase impossível de se estabelecer um plano de ação. 

    2- Faça parcerias que sejam estratégicas

    O ditado “a união faz a força” é uma verdade quando se trata de formar alianças estratégicas para épocas de vacas magras. É recomendado negociar com empresas que ofereçam um serviço complementar ao seu, elaborando pacotes mais completos ao cliente por um custo menor.

    Por exemplo, um designer e um desenvolver podem oferecer um site completo ao cliente, e isso sairia mais barato do que contratar os serviços separadamente.

    O ponto positivo? Isso gera mais vendas: quem antes não podia fazer sites por conta do preço passará a fazer, além de você ter acesso à carteira de clientes que seu parceiro já possuía e poder oferecer seus serviços no futuro. Dessa forma, você sai do vermelho não cortando gastos, e sim gerando mais acordos.

    3- Foque no seu Fluxo de Caixa

    Fluxo de caixa é o histórico de todas as entradas e as saídas de recursos financeiros em um negócio, em determinado período. É de extrema importância manter um fluxo de caixa, pois ele é uma ferramenta que fornece uma base para tomada de decisões estratégicas ao empreendimento, tanto para não entrar no vermelho quanto para sair.

    Quando se tem bem detalhado o fluxo de caixa, é possível calcular os riscos, analisar o cenário atual e o futuro da firma, verificar a evolução das métricas de crescimento e de objetivos empresariais. Negócios são baseadas em números, e o fluxo de caixa te permite dar o primeiro passo para melhorar a sua situação financeira.

    Estudando essas informações, ficam claras as dívidas e os gargalos que atrapalham o seu desempenho. Por isso, é essencial ter um fluxo de caixa atualizado. Você pode começar com uma boa planilha organizada de Excel e, à medida que a gestão escalar, é possível contratar uma ferramenta mais robusta e completa. Assim, você poderá encontrar o ponto de equilíbrio do seu financeiro. 

    4- Analise o que pode ser cortado 

    O próximo passo - e talvez o mais difícil deles - é analisar e olhar com calma todos os custos fixos da sua empresa: aluguel, internet, luz, entre outros. Nesse caso, a solução é tentar renegociar os contratos ou realizar a troca por fornecedores com maior custo-benefício. Ou seja, fazer a gestão de custos de forma estratégica, focando no desempenho financeiro da empresa.

    Muitas vezes o empreendedor escolhe o fornecedor pela conveniência, sem ir muito a fundo em uma pesquisa mais detalhada. Sem uma devida comparação de serviços, há apenas um orçamento e o empreendedor pode acabar perdendo com isso. A troca por um fornecedor mais em conta pode, inclusive, ajudar na modernização do negócio, principalmente se o contrato anterior estava atrelado a algum serviço obsoleto. 

    Os custos variáveis já costumam ser diminuídos também com a queda das vendas – como os gastos com matéria-prima, por exemplo. Entretanto, é de fundamental importância não cortar investimentos que tragam resultados, mesmo que eles sejam mais “salgados” para o bolso da empresa. Muitos empreendedores vão cortando investimentos e acabam minguando a empresa, o que gera ainda menos receita. 

    5- Renegocie Dívidas

    A partir do momento em que você já sabe quais são suas dívidas, é hora de começar a negociação do endividamento do seu negócio. Com uma simples conversa, é possível estender o prazo de pagamento ou abaixar o valor diante de uma entrada imediata, por exemplo. Fornecedores costumam ser mais compreensivos do que os bancos e o governo nesse sentido. Em uma situação de crise financeira, o empreendedor não pode ter vergonha de pedir mais tempo para obter recursos.

    Também é recomendado priorizar suas dívidas na hora de fazer os pagamentos. Isso significa pagar primeiro, por exemplo, aquelas dívidas que incidem juros altos. Esse também é o momento de calcular se tomar um empréstimo com juros menores para pagar essa dívida de juros altíssimos é mais favorável ou não.

    Concluindo

    Se você tiver dificuldades para gerenciar as finanças em um período de dívidas, não hesite em buscar ajuda profissional ou fale com um especialista da Treasy. Pois, embora pareça um gasto a mais, será um investimento para recuperar seu negócio. Seguindo essas dicas, você vai poder ter mais medidas para tirar sua empresa do vermelho e vai melhorar seu controle financeiro para ter maior segurança no futuro.

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